Cap 3 Intuição - Caminhos do Meio

Cap 3 Intuição - Caminhos do Meio

Para sua leitura e reflexão apresentamos o Capítulo 3 completo do livro ‘INTUIÇÃO– VIDA MELHOR intitulado INTUIÇÃO, CAMINHOS DO MEIO’. Aprecie e reflita!

No índice abaixo, para ir direto ao subcapítulo, basta clicar no título do mesmo:

Intuição para Viver uma Vida Melhor em perguntas e Respostas Capa

fluxo da intuição

Quando o uso da intuição passa a ocorrer regularmente, de maneira espontânea, a razão atuará simultaneamente, em harmonia, sem que prestemos atenção em “como” esse processo acontece; ele apenas acontece. No processo de respiração não prestamos atenção ao órgão responsável por inspirar o ar, se o nariz ou a boca, se um ou os dois pulmões, se a faringe ou a traqueia. Não lembramos do órgão ou dos órgãos que utilizamos para respirar, nem monitoramos o ar até que ele se traduza em vitalidade para o nosso corpo. Da mesma forma acontece quando a intuição e a razão são usadas naturalmente por nós. Não importa se a substância-foco da manifestação de ambas é o conhecimento, sentimento, percepção ou o que quer que seja.

Quando alguém dispõe do conhecimento acumulado em sua jornada de vida, tenha esse conhecimento advindo dos estudos, pesquisas ou por meio de aprendizagens derivadas de experiências em seu cotidiano, ao abrir o canal da sensibilidade, a segurança do saber adquirido fará germinar a capacidade intuitiva com mais facilidade. Quando esse processo ocorre, a razão e a intuição trabalham juntas numa relação de impulso mútuo e, não o contrário, com uma inibindo a outra, como muitos poderiam supor.

O ponto a ser apreendido por todos nós é que a intuição não é, de maneira alguma, inimiga da razão, nem a razão é inimiga da intuição. Quando há a abertura do canal da sensibilidade e o equilíbrio interior é experimentado, o uso consonante de ambas se dá da forma mais natural possível e, mais notável ainda, em conjunto, manifestando uma potencialidade recíproca.

Exemplos claros dessa manifestação conjunta derivam de casos conhecidos de cientistas como Einstein, Kekulé e outros, assim como de artistas que são ou foram virtuoses em suas áreas de atuação, combinando uma técnica refinada com alto grau de inspiração e criatividade.

intuição

A intuição manifesta-se de várias formas porém devemos saber que há diferença entre a manifestação da intuição e a sua percepção. Sobre isso discorreremos mais à frente. Quanto às percepções relacionadas à intuição, elas podem ser observadas em vários níveis. Algumas das formas mais comuns de percepção da intuição nos níveis mental, emocional, físico e da consciência são: 

No nível mental, a mente pode experimentar um pensamento, sentimento, pressentimento ou algum tipo de revelação com clareza, independentemente de maiores informações. São ocorrências derivadas de influxos intuitivos episódicos. Isso pode se dar por meio de um pensamento que parece ter sido colocado em sua mente, como um presente, um alerta ou para lhe prevenir de algo; ou por meio de uma imagem ou cena que surge num sonho, ou mesmo numa frase que escuta e parece falada especialmente a você. Por exemplo, pode-se ter a sensação de escutar uma “vozinha” interior dizendo: “adote uma criança”, ou “respire fundo”, ou então ver uma figura ou imagem, ou uma cor ou nuance de certos tons de cores, ou parecer escutar sons etc. 

No nível emocional, influxos intuitivos ocasionais podem gerar sentimentos que podem ser espelhados de forma que a pessoa que os experimenta tenha claro o que deve fazer ou deixar de fazer. Esses sentimentos podem ser espelhados de maneiras diversas: como uma sensação forte que parece ligá-lo a uma pessoa, podendo ser de compaixão ou empatia, ou quando um casal vai escolher uma criança para adotar e, dentre várias crianças, algo “parece” revelar quem deve ser a escolhida.

No nível físico, algumas pessoas podem ter influxos intuitivos que as levem a ter sensações corpóreas como calor ou frio, arrepios, ou ainda podem perceber brilhos e luzes em objetos aparentemente iguais, que parece brilhar mais que outro, podendo sinalizar algo, ou ainda, como no exemplo da adoção, determinada criança parece brilhar aos seus olhos.

No nível de consciência, quando experimentamos certos estados de harmonia e paz interior, podemos vivenciar uma elevação no nível de nossa consciência. A elevação do estado consciencial pode ser experimentada com sentimentos e percepções íntimas de que estamos num nível de plenitude interior transcendente ao que estávamos habituados a experimentar no dia a dia. Naqueles momentos, sentimo-nos completos, em paz conosco e em harmonia com os outros e com o ambiente; sentimo-nos conectados com o universo. Paradoxalmente, não nos sentimos afetados pelo ambiente ao redor. Esse nível é frequentemente alcançado por aqueles que trabalham o autoconhecimento e também pelos praticantes de meditação que, em certos níveis, alcançam o que é conhecido como “estados alterados de consciência”. Quando esses estados de consciência são experimentados, independentemente do que os tenha estimulado, o influxo intuitivo torna-se mais constante; a percepção vivenciada é o que quer que tenha sido aprendido, de alguma maneira, é traduzido e incorporado na prática, e não apenas racionalmente.

Quando falamos de percepções intuitivas, há várias formas possíveis de ocorrência. Esses níveis anteriormente mencionados podem ocorrer simultaneamente e servem para, em termos de interpretação mental e intelectual, entendermos como ocorrem. O fato é que as percepções podem ocorrer das mais variadas formas: em uma simples compra de supermercado, escolhendo frutas;  ao vê-las juntas, a percepção intuitiva pode se manifestar por meio de uma sensação que aponta qual deve ou não ser comprada, podendo ser por meio do brilho ou algum outro detalhe que ressalte no momento; ou então, numa estrada, ao chegar ao pedágio onde há várias faixas a seguir; a luz acima de uma delas parece te dizer “venha por aqui”, ou pode haver a sensação de conforto ou desconforto em alguns ambientes, ou em certas companhias, quando a pessoa pode sentir um influxo de energia positiva ou negativa. 

Esses são alguns níveis de percepção em que a intuição pode se manifestar. A manifestação pode variar muito de pessoa para pessoa, mas o fato é que, quando estamos em harmonia e experimentando a paz interior, naturalmente, os influxos intuitivos são mais constantes e a interpretação do que a manifestação intuitiva realça, torna-se mais nítida; percebemos mais claramente o que ela intenciona indicar. O fato é que para as pessoas que estão desenvolvendo esforços na direção do autoconhecimento, com práticas de meditação ou aprofundamento em alguma linha de autoconhecimento, a presença da intuição começa a se tornar mais natural. 

Vale lembrar que, mesmo para quem não está trilhando um caminho de autoconhecer-se ou de crescimento espiritual, a intuição também se manifesta. Para a maioria das pessoas, as manifestações intuitivas são episódicas. Então, para aqueles que não estão trabalhando no sentido do autoconhecimento ou do crescimento espiritual, o que geralmente pode ser afetado, será o grau de percepção, pois conforme os padrões de pensar e agir, podemos acabar distorcendo ou ignorando aquilo que experimentamos. Mas isso não quer dizer que não sejamos intuitivos. O que se pode dizer é que estamos vivendo de um jeito no qual bloqueamos os nossos canais de sensibilidade e percepção intuitiva.

sorrir, ler e intuição

A intuição tem como uma de suas características algo que não podemos esquecer: ela é espontânea e natural e, ao observarmos a rotina das pessoas, percebemos que elas estão cada vez mais sujeitas a repetições, e cada vez mais voltadas a aspectos materiais, conduzindo suas vidas de maneira mais mecanizada e metódica.

Vidas assim formatam o dia a dia e criam lentes ilusórias que faz com que as pessoas estejam mais voltadas à realização de ações e à obtenção de resultados. Essa realidade reduz cada vez mais as suas relações com aspectos subjetivos – um exemplo é o hábito da leitura que está encolhendo na vida das pessoas. Quantos leem poesia hoje em dia? Quantos percebem a própria respiração? Quantos passam tempos sem sorrir? Quantos esqueceram a arte de apreciar a vida, a natureza, a simplicidade? Quantos esqueceram a beleza da comunicação visual? Quantos deixaram de escutar as pessoas com quem convivem? 

A resposta para a pergunta-título deste subcapítulo é: sim, há uma relação entre sorrir, ler poesias, escutar ou respirar com a intuição, e essa relação é importante de ser considerada, pois como pano de fundo está o contexto atual em que há a desvalorização de tudo o que é subjetivo. 

A simples prática de sorrir espontaneamente ou perceber a própria respiração; ler poesias com o coração e não apenas com o intelecto, ou apreciar a natureza e suas formas de vida, escutar as pessoas com quem interagimos ou simplesmente olhar em seus olhos são práticas simples que ajudam a abrir o canal da sensibilidade que todo ser humano deveria manifestar naturalmente. 

Quantos não fecharam esse canal quase que completamente? E quantos outros, apesar de serem mais abertos ou sensíveis, não o fecham tantas vezes em largos períodos de suas vidas ou em grande parte de seu cotidiano?

Realizar ações é importante? Não há dúvidas, nem questionamentos de que estamos num mundo de ações e agir é parte de nossas vidas. Um questionamento que podemos e devemos fazer é: por que esquecer de considerar o “como” realizar ações? Pensar em “como fazer” em termos de atitude é o que é requerido, e não apenas pensar o “que fazer”. Não basta pensar no ato em si, pois isso as pessoas já fazem por meio de treinamentos que visam aumentar sua produtividade etc., mas não é a isso a que me refiro. O foco também deve estar no “como”. Esse foco pode reatar o aspecto humano da ação em termos de postura interior e de atitude mental. 

Quando prestamos atenção em nossa atitude mental, focamos nossa atenção em aspectos internos do ser, seja no humor, na postura mental, no estado de espírito, na sensibilidade humana. Quando começamos a prestar atenção em nossas atitudes e em “como” fazemos o que fazemos, ou em “como” levamos a nossa vida, lembramo-nos de que somos humanos e que podemos começar a mudar e abrir a porta a caminhos para viver uma vida melhor. 

Qualquer pessoa pode passar a vida sem essa percepção, ou pode escolher observar: com que atitude eu realizo minhas ações no dia a dia? Nas ações ocupacionais ou nas relações com as pessoas de trabalho, como costuma encarar o que você tem que fazer? E pode, até mesmo, chegar a ampliar esse alcance, incluindo o pensar sobre: Deus; as bilhões de pessoas que habitam o planeta como parte de uma única família humana; as diferentes formas de esperança que existem; o universo cósmico que nos acolhe; a vida no oceano e a vida nos ares; os valores genuínos que alimentam o espírito humano e a importância de cada ser vivo do planeta, seja mineral, vegetal ou animal, e muitas outras dimensões que podem se tornar presentes em sua maneira de interagir com o mundo.

Quando alcançamos esse nível, percebemos que surge um terceiro foco, sutil, mas que deve estar sempre presente. O primeiro foco está em “o que” devemos fazer; o segundo em “como” fazer, mas há um terceiro foco que se faz presente ao pensarmos e agirmos holisticamente: é o “para que” fazer. Sim, para que estamos fazendo o que quer que seja? Quando adentramos este questionamento íntimo, automaticamente somos transportados para uma dimensão transcendente ao plano da ação. Alcançamos a dimensão do propósito pelo qual fazemos algo. Esse propósito, em geral, deveria estar conectado com a nossa missão de vida, ou para muitos, missão “divina”, que representa a razão de estamos aqui neste planeta e a nossa real missão aqui.


Livro Intuição para viver uma vida melhor

Para ver os demais capítulos já publicados do livro
‘Intuição Para Viver uma Vida Melhor’ clique aqui.

ou veja mais clicando nos links:
Para o livro ‘Ouvindo as Estrelas‘, clique aqui.
ou
Para o livro ‘Intuição na Nova Era‘, clique aqui
ou
Para REFLEXÕES-MINUTO, clique aqui
ou 
Para POSTS PARA REFLETIR, clique aqui
ou
Para a Home Page – Página Inicial

Imagem do post: Banco de dados Pixabay