Cap 4 PARA QUE SERVE A INTUIÇÃO EM NOSSAS VIDAS?

Cap 4 PARA QUE SERVE A INTUIÇÃO EM NOSSAS VIDAS?

Para sua leitura e reflexão apresentamos o Capítulo 4 do livro ‘INTUIÇÃO– VIDA MELHOR intitulado PARA QUE SERVE A INTUIÇÃO EM NOSSAS VIDAS?’ completo e com todos os subcapítulos em conjunto. Aprecie e reflita!

Intuição perguntas e Respostas Capa

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Intuição para Viver uma Vida Melhor em perguntas e Respostas Capa

saber mais intuição

Como seres conscientes e inteligentes em constante evolução, temos a necessidade natural de aprender sobre nós mesmos e sobre a vida que vivemos. Derivada dessa necessidade inata, há a curiosidade em compreender a manifestação da intuição e como ela pode contribuir em nosso desenvolvimento como seres humanos. Com relação a essa evolução, diria que a intuição será reconhecida, em breve, como um atributo tão natural entre os seres humanos como hoje é a razão. Podemos apontar várias frentes de nossas vidas em que a intuição tem influência direta. Dentre elas:

Para estabelecer elos

Conforme o prisma que usarmos para enxergar a vida, podemos perceber que tudo no universo está interligado de alguma maneira. “Traduzindo” esse entendimento com uma analogia, digamos que todas as ações e interações, transformações e ciclos naturais, nascimento e morte, e tudo mais incluindo a vida, em todas as suas manifestações, está entrelaçado e funciona em uma conformação de “rede” com vários elos que se conectam de maneira que tudo se inter-relaciona em algum nível. A concatenação entre esses elos é percebida conforme se dá o fluxo de nossos pensamentos e ações, e é isso que espelha os contornos de uma face que mostra o “semblante” de nosso planeta, exteriorizando o que flui em seu âmago. A intuição nos ajuda a perceber isso.

Quando há sensibilidade intuitiva presente em nossas vidas, nos sintonizamos ao fluxo de energia dessa “rede” que ativa elos de esperança e realizações para o bem em nosso planeta. Quanto mais fortalecermos esses elos focados no bem, mais haverá criação e sustentação de vínculos que conduzem à harmonia e à consecução de um propósito mais elevado em nosso planeta. Isso tudo vai além dos “resultados aparentes” que enxergamos em nossas vidas. Os resultados existem sempre, mas só os percebemos conforme nosso nível de percepção. Ou seja, no momento, como humanidade, nossa percepção ainda é bastante grosseira. Observamos o que está na superfície de nossas vidas e da vida planetária de modo que fica difícil perceber o fluxo sutil de mudanças profundas em andamento no planeta e com as quais podemos contribuir positiva ou negativamente. Essa contribuição depende de nossa atitude mental e nossa conduta no dia a dia. 

Para estabelecer o diferencial

O uso da linguagem da intuição faz a diferença no contexto presente em nosso planeta, contexto em que a insegurança e a agressividade se tornaram sensações habituais para muitas pessoas.

A intuição nos ajuda a estabelecer a distinção entre deixar fluir a vida com naturalidade ou viver sob o leme da insegurança; entre a atitude preenchida de paz do construtor do futuro, ou a agressividade daquele que ignora as mudanças de paradigmas e luta para manter como está o que, no plano de Deus, deve ser mudado. 

A intuição funciona como um meio para reaproximar a pessoa dela própria e de Deus e, implicitamente, das pessoas, da natureza e de todos as expressões de vida que habitam nosso planeta. Ao fazer uso da intuição, as sensibilidades espiritual e humana se fazem presentes e junto delas emergem a gentileza e a delicadeza, a humildade e a simplicidade, o saber e o senso de relevância. Esse tipo de sentimento-energia, quando presente, é que estabelece o diferencial, ajudando a clarear escolhas e a fortalecer posturas necessárias em ambientes nos quais proliferam a ausência de confiança e fé, de harmonia e calma ou de esperança e empatia, a atenuar o orgulho e o egoísmo, assim como a rigidez e a agressividade nas atitudes. 

Para viabilizar as conexões necessárias

Nossas vidas são conduzidas e fluem de acordo com as conexões que estabelecemos. As conexões são determinantes para o estabelecimento da sintonia, decisões e escolhas, bem-sucedidas ou não. Algumas conexões podem nos conduzir a situações de desgastes, transtornos e danos, algumas vezes, irreparáveis no curto prazo de uma vida. Já outras conexões podem se mostrar muito úteis e saudáveis, promovendo elevação de consciência e de qualidade, fortalecendo e facilitando o fluxo de nossas vidas e da vida daqueles que nos cercam no planeta. 

A intuição nos sinaliza conexões a serem estabelecidas com antecedência, às quais podemos voltar nossa atenção, assim como pode nos sinalizar a evitá-las. O fato é que a abertura da intuição nos ajuda a desenvolver percepções que apenas com uso da razão não será possível sentir. 

São as conexões que permitem o fluxo, que induz a estados de crescimento e elevação espiritual, de progressão na condução de nossas vidas e de bem-estar nas relações com as pessoas, com a natureza e com os agentes espirituais, que estão aqui para nos ajudar. 

intuir mundo competitivo

Marcar presença não é uma questão própria do mundo exterior, mas é algo que tem a ver com viver o momento presente da maneira mais natural possível. Quando conseguimos isso normalmente seu melhor “eu” está se manifestando. O caminho é simples: viver o momento tem a ver com ser espontâneo e a intuição nos ajuda nisso. 

Num mundo extremamente competitivo, a intuição é uma ferramenta que pode fazer grande diferença, mostrando-nos qual é a nossa verdadeira competição; geralmente não se trata dos outros, mas de nós mesmos. 

Não se iludir em “competir” com outros ou “ocupar-se” sempre com alguma atividade por temer “não fazer nada”. Isso tudo, além de ser uma ilusão completa, conduz ao afastamento do que se tem de mais genuíno. O “que” fazer, o “como” fazer e o “para que” fazer se mostram naturalmente quando não reprimimos a nossa sensibilidade intuitiva. A intuição, de algum modo, nos ajuda a mostrar a nossa cara verdadeira, que é sempre mais marcante que qualquer máscara artificial, pois contém verdade nela. Isso ocorre por meio do processo de identificação da pessoa e o seu propósito de vida verdadeiro, de fato, e não com seguir “ondas” que navegam na superfície e carregam interesses que não são facilmente perceptíveis em ambientes de alta competitividade. Essas ondas não devem ser subestimadas, pois contêm força e arrastam a pessoa a destinos distantes daqueles que o seu propósito de vida aponta. O melhor a fazer quando essas ondas surgem é mergulhar e não tentar vencer a onda na superfície. 

“Mergulhar” para cada um pode ser feito de maneiras distintas, mas, em essência, significa, voltar-se para dentro e ali permanecer por um tempo; geralmente o tempo daquela onda passar. Junto desse mergulho para dentro, conectar-se com Deus faz com que nos conectemos com a fonte que nos abastece com o “oxigênio puro” de que necessitamos. Mas nem sempre conseguimos imergir a tempo; por vezes somos levados por alguma onda e, além de sermos levados a direções que nada tem a ver conosco, tomamos uns bons “caldos” enquanto somos carregados pela sua força. Quando isso acontece, o melhor a fazer é esperar o momento para sair daquela varredura e, novamente será necessário o “oxigênio puro” da fonte divina; devemos respirá-lo, inspirando e expirando luz e, alimentando-nos dele com calma, devemos procurar nos situar e, de alguma forma, retomar a nossa jornada de acordo com a bússola natural da intuição, que nos apontará a direção a seguir. 

O que faz a diferença num processo de marcar presença no palco da vida é fazer algo que, dentre os bilhões de habitantes de nosso planeta, apenas você é capaz (ser o seu melhor “eu”). Jamais alguém conseguirá fazer isso melhor do que você. Do mesmo modo que você jamais conseguirá ser melhor que alguém, por mais que tente imitá-lo. Mas, do mesmo jeito que podemos ser o nosso melhor “eu” do universo e não termos como ser batidos nisso, do mesmo jeito, podemos ser nosso pior “eu” do universo todo. Tudo depende das nossas escolhas e da direção que damos às nossas vidas. 

O segredo se apresenta em duas faces: uma está em não se iludir com a beleza do seu melhor “eu” e não se esquecer de que a vida é uma jornada e, por mais que estejamos indo bem, somos meros aprendizes e parte de uma família humana. Para isso, são importantes a humildade, a fraternidade, o senso de integração e a nossa necessidade de constante ligação com Deus. O grande erro, e muito fácil de ser cometido, é iludir-se e achar que é fácil manter o seu melhor “eu”. A experiência e a maturidade espiritual ajudam a evitar esse deslize, mas elas só vêm com o tempo. 

A segunda face do segredo tem relação em não desanimar e nunca se desesperar por mais “caldos” que tenhamos levado nas ondas que nos levaram para longe das nossas intenções, sonhos ou propósitos de vida. Muitas vezes as lições mais poderosas que recebemos vem das maiores decepções ou dos maiores erros, portanto, como aprendizes que somos, devemos seguir em frente. Neste caso, o mínimo que se espera é humildade: somos aprendizes e errar faz parte da aprendizagem. 

Por pior que tenha sido uma experiência ou erro, sempre é possível sair daquela situação e retomar a vida, mesmo que sem forças em muitos momentos. Isso jamais deve ser esquecido! Não importa o tamanho com que um problema ou um erro, ou muitos erros, se apresentem; sair dali é uma questão de escolha, é possível. 

Uma escolha infalível? 

Um passo nosso na direção de Deus, mil passos de Deus na nossa direção”. 

Esse passo é uma questão de escolha, mas ele requer “vontade” e “verdade” em nossos corações. A partir daí é dar um passo após o outro, e seguir em frente. 

benefícios da intuição

A intuição nos ajuda a abrir a visão para muitos aspectos sutis que permeiam nossas vidas. O simples fato de ativar o canal intuitivo traz junto de si a potencialização de dons e talentos, capacidades e habilidades que, na maioria das pessoas, são atributos adormecidos e ignorados. Só esse aspecto já constituiria benefício suficiente para dar início à jornada pelo universo da intuição. 

Os benefícios que se manifestam com o uso da intuição transcendem nossos campos de observação e interesse. A intuição, quando ativada, ajuda no despertar natural de atributos tanto no nível humano quanto no espiritual, que transformam a vida da pessoa para melhor.  

Relaciono a seguir um conjunto de atributos que podem ser observados com o seu uso.

I. Empoderamento pessoal 

O uso da intuição traz consigo o empoderamento pessoal que alimenta e desperta capacidades, a maioria delas sutis e ainda incógnitas para nós. 

Fazem a diferença no dia a dia, influindo diretamente na atitude mental da pessoa e traduz-se em autoconfiança, autoconhecimento e aceitação de si mesmo e de seu ritmo pessoal.

II. Capacidade de discernir 

Aspectos sutis, que geralmente não estão aparentes, tornam-se perceptíveis quando se faz uso da intuição. 

O sutil permeia tudo que existe em nosso universo. Mas como saber o conteúdo real que vem nas “embalagens”, sejam ideias, serviços, produtos, planos, projetos, empresas ou pessoas? O que garante que as “embalagens” são fiéis aos conteúdos de fato? Como discernir entre a aparência superficial e o conteúdo que vem “junto” com o pacote adquirido? 

Quando usamos a intuição agregada ao uso da capacidade racional, a capacidade de discernir ganha em potencial, elevando a amplitude e a qualidade de nosso discernimento. Com o desenvolvimento da capacidade de discernir, aprimoramos não só nossa capacidade de perceber o “que” devemos fazer, mas expandimos nossa percepção sobre “como” devemos fazer e, também do seu propósito, ou seja, do “para que” aquela ação deve ser feita. 

O que isso significa? Significa que a capacidade de discernir nos ajuda a estabelecermos níveis conscientes em todos os níveis que envolvem uma atitude, desde a sua efetivação, passando pelo seu aprimoramento sutil e, por fim, percebendo a sua conexão com o propósito que a motiva, algo que no geral mostra-nos que uma determinada ação nunca se encerra em si própria. 

III. Capacidade de integrar 

O senso de integração amplifica a expressão dos sentimentos de coexistência e da percepção de estarmos integrados a algo maior.

Níveis mais elevados de consciência proporcionam a manifestação da intuição num grau ainda mais apurado. Quando isso ocorre, a intuição atua como fator de harmonização, promovendo a percepção de elos que interconectam os campos de energia das várias manifestações de vida em nosso planeta, seja na dimensão espiritual, humana, animal, vegetal ou mineral. Quando conseguimos experimentar essa situação, há a clara percepção de que fazemos parte de algo “maior”, mais amplo e mais integrado do que imaginávamos.

É a essência da capacidade de integrar-se que desperta a sensação de grupos, de famílias e de conjuntos. Os atos de intuir e sermos intuídos nos induz a fortalecer a integração de elos que devem coexistir em harmonia. O próprio sentimento de harmonia é fruto dessa integração, assim como o senso de fraternidade e a disposição de ajudarmos uns aos outros.

O despertar dessa capacidade inspira a integração da razão e da intuição de maneira natural e em conjunto no dia a dia. A intuição em harmonia com a razão tende a integrar; ao passo que a razão, sem o uso da intuição, tende a fragmentar. Enquanto a intuição, sem o uso da razão, perde, em muito, a sua amplitude. 

Ser intuído espiritualmente é fruto do despertar da capacidade de integrar e sentir-se parte da família de Deus. 

IV. Capacidade de criar 

A capacidade de criar é um dom do ser humano e é uma característica altamente intuitiva. A intuição amplifica esse dom e o leva a alcances extraordinários. A intuição, em suas várias expressões, é naturalmente proativa e o seu uso ajuda a acender a centelha da criatividade e clarear a mente de modo a trazer à tona soluções e ideias brilhantes e criativas. 

A intuição nos possibilita captar o que há de “novo no ar”, despertando um aspecto vital do ser humano que é o de criar, ou poderíamos dizer, cocriar, captando, ativando e organizando pensamentos-energias que já existem e que estão à nossa disposição, mas que ainda não foram acessados ou percebidos. Esses pensamentos-energias podem ser acessados por qualquer um, mas por alguma razão, na maioria dos casos, apenas poucas pessoas em todo o planeta acabam por fazê-lo. Muitas soluções brilhantes e revolucionárias nasceram e continuarão a nascer desse modo. Elas já existem em um plano sutilizado, que poderíamos considerar como um outro plano dimensional. Elas já estão lá, como sementes de luz esperando serem captadas para desabrocharem e serem usadas para o bem da humanidade. 

Como um flash ou uma faísca brilhante, a energia da intuição pode nos conduzir para além dos padrões convencionais, transportando-nos a um patamar de “criar” algo inovador ou diferente, simplesmente captando e organizando esses pensamentos-energias de maneira que possam ser traduzidos em nossas mentes. São as chamadas “intuições” ou “insights”, que surgem para os artistas e cientistas, que os conduzem a realizações únicas, admiráveis e respeitáveis, as quais tornam-se referências.

V. Poder de sustentar 

Lembremos a frase: “Dê um passo na direção de Deus e Ele dará cem passos em sua direção”. 

Como seres humanos, experimentamos altos e baixos. De alguma maneira, quando tudo parece impossível, quando soluções parecem distantes e a luz parece inexistir, sinto que é o poder de sustentação que “reacende” nossas esperanças e nos “religa” à vida.

Como um bambu que verga sob fortes ventanias e tempestades, e quase toca o chão mas não quebra, o “poder de sustentar” funciona como “seiva mágica”, que nos possibilita não quebrarmos de vez e, além disso, nos induz a “levantarmos de novo”, mesmo quando nos sentimos sem força própria. A intuição, nesses momentos, parece inexistir afigurando-se como algo distante e fora de nossas realidades, mas ainda assim é ela que nos possibilita captar flashes que apontam saídas. 

Quando fazemos um mínimo esforço e damos um passo na direção de Deus, parece que recebemos ajuda “extra”, e quando percebemos, levantamos e logo estamos de pé novamente. Assim como o bambu – que não quebra e logo põe-se ao alto, buscando a luz do sol, após nosso primeiro passo, ainda em estado próximo à morbidez –, somos transportados, de alguma forma, a um outro estado de ânimo, sustentados pelos cem passos de Deus vindo em nossa direção. O segredo é darmos o primeiro passo; isso é o mínimo requerido. Nesses momentos, não será a razão que nos conduzirá, mas a intuição ativada pela centelha da fé e da vontade em nossos corações.

VI. Capacidade de transformar 

A intuição capta e mostra a necessidade de mudarmos; indica a necessidade de escolhermos caminhos e de transformar os nossos pensamentos e sentimentos, ações e realidades. Ela nos auxilia a identificar momentos em que deve haver mudanças, manifestando-se por meio de pensamentos e sentimentos.  “É hora de mudar, de fazer algo diferente!”. Ou então: “vou fazer desse jeito”, “não é hora de usar esse tipo de conhecimento, mas tomar como base tal fenômeno da natureza”, ou então, “é o momento de parar e ‘escutar’ o que a vida está tentando me dizer.” 

A transformação é uma ocorrência natural em nossas vidas. Por meio dos nossos pensamentos, influenciamos e transformamos ambientes. Por meio de sentimentos, moldamos e transformamos as nossas relações com as pessoas, conosco, com Deus e com a própria vida. Por meio das nossas ações construímos e transformamos realidades. Seja construindo, influenciando ou moldando, estamos sempre em transformação.

A intuição é um instrumento que nos ajuda no processo de transformação de padrões e na escolha de novos caminhos. Ela nos abre o coração, a mente e o intelecto para possibilidades de transformação que poucos imaginam.

VII. Capacidade de inspirar 

A inspiração é algo que toca o espírito. Ela é uma das manifestações da intuição que mais nos aproxima da nossa essência íntima. A inspiração não é manifestação exclusiva de artistas ou de cientistas. Todos têm seus momentos de inspiração; quanto mais nos abrimos a percebê-los, mais vida damos a esses momentos. A intuição abre portas para termos e percebermos momentos de inspiração em nossas vidas. Quanto mais puros e genuínos forem nossos sentimentos, mais sintonia haverá com inspirações sublimes e extraordinárias.

VIII. Capacidade de captar tendências 

As pessoas intuitivas podem criar e transformar, mas para perceber “ondas” ou “tendências” antes de tornarem-se evidentes, também é necessário o uso da intuição. A capacidade de perceber as ondas ou tendências que se manifestam de tempos em tempos é essencial para não sermos atropelados por elas. Elas existem e têm grande influência nas vidas de todos no planeta.

No fundo, a percepção de ondas e tendências reflete em como usamos a nossa consciência. A pessoa inconsciente pouco perceberá o que está por trás de manifestações que a afetam. Por exemplo, ondas de violência ou agressividade, ou ondas de solidariedade e cooperação podem estar no ar e, se não as percebemos, o único aspecto a ser percebido serão os seus efeitos, ignorando-se o porquê daqueles efeitos ocorrerem. 

Obviamente, isso implicará num tratamento muito diferente da situação se houvesse clareza do que está por detrás de tudo. A percepção de ondas e tendências nos prepara, como sociedade e indivíduos, para o que, num primeiro momento, ainda constitui uma possibilidade ou tendência, mas que mais à frente se tornará um fato. Podemos dizer que perceber tendências é uma capacidade que faz uso da sensibilidade intuitiva e também da razão, e que ambas usadas em conjunto podem minimizar a potencial ocorrência de problemas, assim como amplificam o potencial de soluções. 

IX. Capacidade de apreciar 

Saber apreciar é um ato que reflete o nosso grau de inteligência. Saber apreciar os momentos agradáveis, aqueles em que nos sentimos bem, já reflete o nível de percepção que nos aparta da completa insensibilidade e ignorância em relação ao que experimentamos. No entanto, quando aprendemos a apreciar as dificuldades dos momentos desagradáveis, quando não nos sentimos bem, é que vai refletir o grau de sabedoria interior de cada um. 

A sensibilidade intuitiva tem esse poder de nos fazer perceber os benefícios do que não nos agrada; ela nos transporta a um nível de apreciação que se funde com a resignação consciente, mesmo em situações que não nos satisfazem. A apreciação, quando experimentada em sua amplitude, reflete a sabedoria interior e um grau de entendimento que transcende o nível racional, que sinaliza grandeza espiritual. 

X. Capacidade de sintonizar 

A sensibilidade intuitiva nos ajuda a sintonizar com o bem, o bom, o belo e o justo, algo que os filósofos e os sábios nos inspiram há muito tempo. A capacidade de apreciar impulsiona essa sintonia e nos conduz a transformar momentos comuns em momentos especiais, momentos de dor em momentos de aprendizagem e crescimento, e momentos de sofrimento em momentos de amadurecimento espiritual. A intuição é um canal importante nesse processo. Ela atua como uma “chave” que nos “liga” ao que é realmente relevante e fecha a comporta de pensamentos dispersos ou inúteis que costumam ocupar muitos momentos que poderiam ser bastante especiais.

Ativar a luz das virtudes e qualidades em momentos de felicidade é mais fácil, mas mesmo na facilidade do agradável e do confortável, a sensibilidade é requerida para que os momentos felizes sejam aproveitados como devem ser. No entanto, é em situações de desconforto, dor ou sofrimento que a sintonia com a luz das qualidades se faz mais desafiadora. 

Exemplos inspiradores podem ser úteis e mostram que é possível, e mais que isso, é transformador, transmutar a energia da dor e do sofrimento em luz. Lembre-se de alguém que você conheça, que tenha passado por um processo de doença e que tenha crescido espiritualmente. Seja pela prática da fé ou da forma como a pessoa encarou a doença, algumas vezes com muita dor, porém sem negativismos ou reclamações recorrentes. Lembremos alguns exemplos históricos, como São Francisco de Assis: “Mestre, fazei que eu procure mais consolar do que ser consolado. Compreender do que ser compreendido. Amar que ser amado…”, ou Dalai-Lama que, desde que deixou o Tibete, sempre manteve uma postura amorosa e pacífica, compartilhando a esperança e a felicidade em suas palavras e atitudes. Ou de Gandhi com o seu lema, “Ahimsa” (do sânscrito: “Não causar dano ou mal” ou “não agir maliciosamente”). 

Há vários outros exemplos, alguns históricos e conhecidos, mas há um número maior ainda de casos incógnitos, que foram testemunhados apenas por aqueles que tiveram a fortuna de vê-los presencialmente. Você, leitora e leitor, deve ter alguns exemplos a rememorar. Faça isso! Bons exemplos trazem com eles boas referências e nos ajudam a moldar padrões adequados de comportamento. Bons exemplos contêm uma energia viva que ajuda no despertar da capacidade de sintonizar com o bem, o bom, o belo e o justo, o que, nesse contexto, tem a ver com aproveitar chances e não desperdiçar oportunidades que a vida apresenta, tenham elas a vestimenta que for.

XI. Capacidade de escolher 

A intuição atua como um sensor e como um fator que também proporciona a identificação de propósitos e valores. A capacidade de escolher se reflete por meio de percepções que nos mostram a importância de manter certas práticas, de mudar outras e de abandonar aquilo que nos desconecta de nossos propósitos e valores verdadeiros.

Essa capacidade também se manifesta quando algo está começando a sair dos eixos, mostrando-nos as conexões que devemos reatar, seja com Deus, com outras pessoas ou com alguma prática que a pessoa, em seu íntimo, sente como fundamental.

Em termos de escolhas, a intuição também nos aponta a importância do respeito para com os entes envolvidos e para com os elos de sustentação que são importantes para que os objetivos com o foco no bem sejam alcançados e se expandam. Ter a realização desse aspecto sutil também é perceber que o objetivo nunca é o fim a ser buscado. Ele próprio é uma etapa do processo, que é cíclico e, no fundo, existe para que o fluxo da vida nunca se paralise. 

As escolhas ocorrem o tempo todo durante o processo e influenciam o todo, e não apenas a vida de quem faz uma escolha. Exercer a capacidade de escolher, tendo com referências as virtudes inatas, respeitando os valores que estão por trás de cada escolha, reflete um estado de consciência vinculado ao bem.

XII. Capacidade de aprender 

Aprender de fontes distintas é possível, principalmente quando abrimos nossas mentes e elevamos nossa consciência para além do que nos cerca no dia a dia. A intuição é um instrumento importante nesse processo e em muito contribui para que o poder de aprender seja usado em sua completude, juntamente com a razão.

Aprender é uma ação que reflete uma atitude mental de apreciação e carrega consigo um tipo de energia que sustenta e flui o tempo todo em nossas vidas. De fato, a energia da aprendizagem transcende o instrumento utilizado para sua experiência, seja esse instrumento a intuição ou a razão. 

Em um dado momento, aprender pode ser considerado um objetivo, mas esse não deve ser confundido com o fim, pois aquele mesmo objetivo, atingido ou não, mais à frente no tempo, será percebido apenas como mais uma etapa no decorrer da nossa jornada de vida.

Sob um certo prisma, todas as nossas aprendizagens têm vida temporária, ainda que sejam intensas, mas logo deixam de existir e são substituídas por outras aprendizagens que dão fluxo ao viver. Se observarmos por um prisma mais amplo, a aprendizagem nunca morre nem mesmo termina – ou seja, ela nunca é temporária, pois na verdade, ela faz parte de um processo permanente em que recebemos e doamos, crescemos e ajudamos outros a crescerem, iluminamos e somos iluminados. Sob esse prisma, a aprendizagem constitui uma forma de iluminação, de início íntima e depois externa, ao nos transformarmos em condutores naturais dessa luz. 

Para a potencialização dessa luz, alimentada pela nossa capacidade de aprender, a intuição é um recurso importante de ser usado, juntamente da razão.

XIII. Capacidade de agregar 

A intuição nos possibilita intercâmbios no plano sutil, que ainda pouco conhecemos. Creio que muitas vezes, sem percebermos, fazemos esse intercâmbio que nos possibilita agregar mais do que podemos imaginar.

O fato é que mesmo em situações convencionais, como em um encontro inesperado com alguém ou em uma reunião pré-agendada, estabelecemos intercâmbios a fim de agregar novos ensinamentos em nossas vidas.

Penso que um ensinamento atribuído a Georg Bernard Shaw tem a ver com esse aspecto: “Se você tem uma maçã e eu tenho uma maçã, e nós trocamos as maçãs, então você e eu ainda teremos uma maçã. Mas se você tem uma ideia e eu tenho uma ideia, e nós trocamos essas ideias, então cada um de nós terá duas ideias.

Creio que também no plano sutil, as trocas se dão como Shaw sugere, seja no campo das ideias, dos pensamentos ou dos sentimentos. De uma maneira ou outra acabamos por agregar; quando doamos e quando recebemos. Também podemos ir além com as duas ideias geradoras de uma terceira melhor, uma quarta e assim por diante. 

O uso da intuição ajuda a amplificar a nossa capacidade de agregar.

XIV. Capacidade de usufruir 

Num plano mais elevado, ninguém é dono de nada no universo. Todos nós usufruímos do que nos é concedido perceber, ver e ser compartilhado. Isso engloba tudo o que existe no universo e inclui o conhecimento. Penso que quando não estamos capacitados ou prontos para fazer bom uso de certos “instrumentos” disponíveis pelo universo, não somos capazes de percebê-los. Quando isso ocorre ignoramos a sua existência até quando estejamos “prontos” para receber e fazer uso deles.

Muito do conhecimento surge por meio da intuição, quando pessoas “captam” pensamentos, ideias ou teorias. Grandes pioneiros mudaram nossas vidas neste planeta usufruindo da energia do conhecimento por meio do uso da intuição. 

Além da energia do conhecimento, em que a intuição nos capacita a usufruir de descobertas e inovações, a intuição também nos capacita a usufruir de muitas músicas, pinturas, danças, poesias etc. Mas a intuição possibilita ainda mais e isso inclui poder usufruir de relações que podem ser estabelecidas em nossas vidas, as quais estão disponíveis e que muitas vezes ignoramos, e delas nada ou pouco usufruímos. Relações com Deus, com outras pessoas, com a natureza, com o pensamento, com a palavra, com os animais, com a água que compõe mais de 80% do nosso planeta, com as nuvens, com o céu, com as estrelas, com o sol, com os sons, com o nosso próprio corpo, com o ar que respiramos, com o conhecimento, com o amor, com as virtudes, com a espiritualidade e com tudo o mais que a vida nos concede são possibilidades de relações que a intuição nos faculta usufruir. 

O fato de usufruirmos ou não dessas relações nascem da forma como vivemos os “momentos” que constituem a jornada de tempo que compõem a construção de nossas vidas. Podemos entender o tempo como um conjunto de momentos, que podem ser usufruídos de diversas maneiras; depende de nós, da nossa consciência e do nosso estado mental. 

Assim, conforme nosso estado mental, somos capazes de fazer bom uso da intuição e também da razão, e podemos ou não estar aptos a ter insights e percepções que nos façam aproveitar aqueles momentos da maneira mais plena possível, preenchendo-os com o que há de mais sublime, seja desfrutando dos conhecimentos, descobertas, inovações ou músicas, pinturas, danças, poesias etc., e estabelecendo relações de forma genuína. 

A capacidade de usufruir é um presente e também uma conquista a ser aplicada sempre para o bem, para o bom, para o belo e de maneira justa. O usufruto vinculado ao bem, independente do que quer que seja, promove fulgores divinos em nossas mentes e nos afasta de impulsos com tendências egoístas e presunçosas.

XV. Capacidade de sintetizar 

Num mundo em que a objetividade é supervalorizada, conseguir a síntese pode parecer o caminho óbvio, mas na prática o que vemos não é isso. O maior motivo disso é a falta de clareza e de visão em relação ao que é, de fato, relevante. Isso tem a ver com o excesso de variáveis disponíveis no mundo. Em cenários com excesso de informações, as mais heterogêneas, e em meio a cenários de incerteza, a tendência é de haver muita dispersão e falta de foco. 

Em meio ao oceano de informações, a intuição, quando usada corretamente, atua como um filtro, retendo tudo o que é desnecessário, deixando vir à mente apenas o que, de fato, seja significativo. Assim, o bom uso da intuição aliada ao bom uso da razão nos mostram o que é verdadeiramente importante, dando luz ao que interessa. Assim, usando a racionalidade e a intuição em conjunto, e sabedores do que é relevante, estaremos aptos a fazer uso da capacidade de sintetizar.

XVI. Capacidade de filtrar 

Muitas pessoas consideram que ter informações é importante, mas ter informações demais pode confundir e atrapalhar mais do que ajudar. O importante não é simplesmente ter informações, mas sim ter as informações fundamentais e corretas, e no momento em que elas são necessárias. 

Hoje em dia, a enxurrada de informações inunda as mentes humanas e quando novos temas surgem, a busca desenfreada por mais informações toma corpo. O resultado disso é o hábito de se conviver com um excesso absurdo de informações, a maior parte, inúteis, desnecessárias e, muito comumente, repetidas. Muitas delas são prejudiciais a quem as recebe, e a maior parte das pessoas não percebe isso.

O fluxo de energia negativa que vem com as notícias veiculadas pela mídia, hoje em dia, é massivo. A intuição, quando ativada, atua como um filtro mostrando-nos, de imediato, com o que sintonizar e em que prestar atenção. 

Um fato que deve estar claro na consciência de todos é que não somos obrigados a acatar toda a massa de informações que é veiculada nos meios de comunicação, sejam mensagens enviadas pelo celular, canais de televisão, internet, rádios, jornais, painéis de rua, ou o quer que seja. Também não somos obrigados a sintonizar com tudo o que as pessoas falam. Na verdade, muito do que as pessoas escutam é replicado por elas; assim algumas informações ganham amplitude num efeito “bola de neve”. Poucos são os que se atentam para o fato de que podem, sim, fazer as próprias escolhas; escolhas que incluem não sintonizar e escutar qualquer coisa que a elas é apresentada. De fato, o ato de acatar, replicar e divulgar o que quer que seja, é responsabilidade de quem o faz. Ou seja, pela lei da causa e efeito, também conhecida como lei da ação e reação, ou, na espiritualidade, também chamada Lei do Karma, o que se planta, se colhe. Se plantamos desesperança, malefícios e mentiras, o que colheremos? Do mesmo modo que ao plantarmos esperança, benefícios e boas ações, os frutos estarão de acordo. Isso é fato que não deve ser ignorado por ninguém. 

A espiritualidade íntima implica em saber que colhemos o que plantamos. É possível viver no mundo e ser seletivo em relação ao que nos é oferecido. Filtrar o que é inútil ou desnecessário é reflexo de amadurecimento espiritual. Não somos obrigados a ouvir tudo, a assistirmos o que a maioria assiste ou falarmos sobre o que os outros falam. Ter um sensor como a intuição é importantíssimo nesse processo. Ela, de imediato, diz se algo é bom ou não, se é adequado ou não para cada um. Ela nos diz se devemos participar de uma conversa ou não, se devemos assistir determinada programação na tevê ou não, se devemos escutar certo noticiário ou não, e assim segue, com músicas a ouvir, atividades a fazer e tudo o mais. É questão de praticá-la e de escutá-la, ajudando-nos a filtrar o que deve ou não entrar em nossas mentes.

XVII. Capacidade de enxergar

Michelangelo disse, certa vez, que ele “apenas” retirava o excesso da pedra; o resultado era uma escultura magnífica, uma obra de arte admirada por todos. Ele disse que “apenas” enxergava o que era excesso e trabalhava para remover aquele excesso. Devemos agradecê-lo por essa maneira peculiar de “enxergar”.

Dar vez e valor aos insights ou às “faíscas brilhantes que acendem nossas mentes” podem nos ajudar a ver, pelo menos parcialmente, com olhos que enxergam de maneira não convencional.

importância de intuir

Intuir é parte ativa nos procedimentos que nos envolvem em diferentes situações, quer estejamos numa organização, numa família, na escola ou mesmo no nível individual.

Algumas vezes podemos estar muito confusos, sem perspectivas claras, mas algo nos diz: “tudo bem, você está mal, mas entre nessa livraria, fique lá uns minutos e depois veja o que fazer”. Pode parecer que isso não tem nada a ver com iniciativas claras e concretas, mas pode ter! Pode ser que ao entrar na livraria, ficar um pouco lá, seja folheando uns livros ou qualquer outra coisa, é como se nossa mente entrasse num elevador e – eureka![1] De algum modo pulamos para outro padrão de pensamentos e, sem percebermos, começamos a nos conectar com possíveis ações ou perspectivas relacionadas ao que acreditamos ou, pelo menos, nos “retiramos” da areia movediça dos pensamentos inúteis. 

Querendo ou não, aceitando ou não, o ser humano acaba por “intuir” em variadas circunstâncias. Seja nas atividades mais simples do dia a dia ou na determinação de propósitos mais específicos, o ato de intuir determina em muito o grau de sucesso na vida das pessoas e das organizações em todo o planeta.

Saber intuir é importante no mundo pessoal, assim como no empresarial e organizacional em geral. Quando pensamos em quaisquer iniciativas, pequenos ou grandes projetos, intuir é uma capacidade vital que sempre deve ser utilizada.


[1]   Eureka! interjeição que significa “descobri”, “encontrei”.


Livro Intuição para viver uma vida melhor

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Imagem (exceto a da capa do livro): Banco de dados Pixabay