O Alinhamento do Coração com o Intelecto

O Alinhamento do Coração com o Intelecto

Hoje, “Ouvindo as Estrelas” nos apresenta os sentimentos de Ferhélin – ‘com a maravilha da vida’, quando da palestra do Senhor Britânico que trouxe perspectivas interessantes sobre ‘sonhos e propósitos”, ‘interesses da sociedade atual’, ‘dimensões que envolvem nossas vidas’, ‘o sonho vital’ e como ‘referências positivas’ ajudam no ‘alinhamento entre o coração e o intelecto’. Confira!

O que torna alguém especial não é ter poder; 
é saber usá-lo

Após alguns dias, a palestra intitulada: “O intelecto humano e suas referências” corria solta no centro de convenções de um hotel nos arredores de Banff, uma bonita e aconchegante cidade nas Montanhas Rochosas Canadenses.

O palestrante, um senhor britânico, de cor clara, magro e alto, usando óculos de aro fino, talvez, em seus 55 anos, falava sobre os interesses da sociedade atual:

— Normalmente dirigimos nossa atenção àquilo que damos importância, ao que nos interessa. Ao lermos uma manchete no jornal, ao ouvirmos uma notícia no rádio, ao vermos algo na tevê, nós naturalmente sintonizamos nossa atenção naquela direção, se nos interessar.

A questão é: O que nos interessa?
Mais comumente, a nossa atenção é guiada por influências externas.

Em geral, alimentamos nossos intelectos, sentimentos e emoções com o tipo de energia que estamos recebendo. Qual é o tema que congrega a maior atenção das pessoas hoje em dia?

Ninguém respondeu. Então, ele afirmou:

— O universo financeiro! Atualmente, o dinheiro cria padrões, direciona e chega mesmo a falar. Há até um ditado: “o dinheiro fala mais alto”. Esta é a realidade do momento: vivemos em um mundo supergovernado pela energia do dinheiro; é um mundo regido pelas influências econômicas, onde a linguagem reinante é: vender, para alguns, e comprar, para a maioria. Há padrões criados de acordo com a capacidade de vender e de comprar. Querendo ou não, estamos “comprando” ou “vendendo” as más notícias ou a imagem de uma mulher considerada bela pela mídia.

Há vários pontos a ser considerados: O que estamos comprando? Pelo quê estamos pagando? Que tipo de “moeda” estamos usando para pagar? Quem ganha com isso?

Ferhélin prestava atenção naquelas palavras e, vendo aquele senhor de postura digna e nobre no palco, intimamente, pensou nele como sendo o “Senhor Britânico”, que deu continuidade à sua fala:

— Penso que, ao assistirmos a um destes programas na tevê ou ao lermos jornais que apresentam as más notícias ou fofocas como atrativo principal, o que estamos comprando?

Diria que estamos comprando comida de má qualidade para nossas mentes e intelectos, e pelo quê estamos pagando?

Ao ‘comprarmos‘ esse tipo de produto, ao trazê-lo para nossas mentes e intelectos estaremos, de fato, pagando caro pela ‘pobreza’ em nossas vidas. Não falo apenas de pobreza material, mas, principalmente, de pobreza mental, de pobreza intelectual e pobreza emocional que impelimos a nós mesmos ao consumir tais ‘produtos.

E com o quê entramos nesse “negócio”? Vocês concordam que é um negócio? No qual algo é oferecido a você, que aceita ou não fazer aquela negociação – comprando ou não ‘alimentos de baixa qualidade‘?

E que “moeda” é usada para entrar nesse negócio de alimentos de baixa qualidade? Diria que, ao fazermos esse tipo de ‘negócio’, usaremos como ‘moeda‘ de troca, a energia de nossos “sonhos” e de nossos propósitos de vida.

A força e o poder de “bens” sagrados para nós em outras épocas de nossas vidas — nossos sonhos e nossos propósitos — serão usados de uma maneira com a qual não sonhávamos, certamente. Entre outras coisas, trocaremos nossa autoestima e o nosso tempo pela desesperança. A energia da esperança e da criatividade também se fazem presentes nesta negociação.

E quem ganha com isso? Há interesses conscientes e inconscientes em vários níveis. Mas, com certeza, o bem-estar e o fortalecimento interior do ser humano e de seu intelecto não estão entre eles.

A questão a fazermos a nós mesmos é: Eu quero isso?

As pessoas da plateia pareciam refletir sobre o que ele falava e, então, ele completou:

— Agora eu gostaria de ouvir o que vocês têm a dizer ou a perguntar.

Logo, um senhor de cabelos brancos, que estava próximo de Ferhélin e vestia um blazer azul e camisa clara, provavelmente um canadense, segundo ela, levantou a mão e alguém o alcançou com um microfone. 

— Algumas vezes eu me pergunto: O que está acontecendo com o mundo? Por que há tanto desequilíbrio? — perguntou ele.

Após alguns segundos, replicou o palestrante: — Talvez pudéssemos dizer que o mundo pendeu para o materialismo excessivo, o que vocês acham? . 

Alguns manifestaram sua concordância. Ele, então, prosseguiu na resposta:

— Ao colocar como foco principal o ‘materialismo’ isto, de imediato, gera uma visão distorcida que tem como efeito a quebra dos elos de união entre as diversas dimensões de importância na vida. Esta segmentação interrompe a relação e o fluxo entre setores vitais. E um ‘setor’ não funciona sem o outro.

— A que setores você se refere? — perguntou o senhor de blazer azul.

— Os setores podem ser vistos como esferas, dimensões ou campos de envolvimento com os quais convivemos em nossas vidas. Há alguns setores básicos na vida humana. De acordo com a visão oriental – que considera com respeito esse tema, há algumas dimensões essenciais que estão relacionadas ao trabalho, ao relacionamento amoroso, à criatividade artística e à criação dos filhos, às amizades, ao sucesso, à espiritualidade, saúde, abundância e prosperidade, em todos os níveis, não apenas financeiro.

De acordo com essa visão, há ainda uma dimensão que congrega todas as mencionadas e interage com todas elas. O importante é perceber que essas dimensões – mesmo que distintas entre si, elas não estão separadas. Elas se interconectam, se complementam e estão presentes simultaneamente. São como universos distintos e estão presentes – ao mesmo tempo.

A sociedade é que escolheu por separá-los. Mas esta separação não é possível, por mais que se tente, o que conduz a uma constatação: o plano material é um universo que não pode ficar separado do plano espiritual. Observando essa segmentação, podemos constatar que alguns setores foram concentrados mais intensamente, o que desequilibrou o conjunto de nossas vidas. 

SONHO VITAL

– sonhos e propósitos de vida,
capazes de nos despertar.

— E como sair disso? — foi a pergunta de uma garota ruiva, aparentando vinte e poucos anos.

— Bem, esta é uma pergunta essencial, concordam? — replicou o palestrante observando o público.

— Creio que haja algo capaz de redirecionar nossa energia de modo a nos tirar desta ‘realidade‘ criada por nós mesmos. Há meios de deixarmos de usar a moeda errada — nossa energia vital, para comprarmos algo ainda mais errado — a pobreza mental, intelectual e emocional, com a qual vem como ‘bônus’ a aceitação da desesperança.

O ‘sonho vital‘ é um destes meios. É assim que chamo esse ‘algo mais‘ capaz de nos guiar em meio ao caos temporário.

Penso que o intelecto humano está sem vitalidade, totalmente debilitado e em desarmonia e aí pergunto: Como um intelecto cambaleante pode fazer escolhas para revitalizar nossas vidas?

É necessário colocar em curso um instrumento que, como uma bússola, nos permita transitar naquelas várias dimensões, revitalizando áreas que têm permanecido relegadas ao esquecimento por muito tempo.

Denominei esse instrumento de ‘sonho vital’ – que não é um único sonho, mas é algo que temos de genuíno em nós e que tem a ver com nossos sonhos e com nossos propósitos de vida, cujo papel é: transitar pelo coração, assim como pelo intelecto e pela mente humana, visitando essas várias áreas ou dimensões que a permeiam.

Há interfaces de relacionamento entre estas área. O sonho vital tem trânsito livre em todas elas e tem a capacidade de nos despertar.

— É necessário apresentar referências positivas ao intelecto humano, para que ele possa escolher o melhor.

Imagine que você precise escolher entre três opções ruins, e nenhuma delas seja saudável, o que fazer?

Penso que, em nossas vidas, estamos restringindo demais as opções, fechando o campo de escolhas. Não somos obrigados a isso!

A ativação do sonho vital promove a renovação das referências em nossas vidas – com nossos sonhos e propósitos de vida, que não podem permanecer sufocados por visões limitadas ou distorcidas que possamos estar experimentando.

Os sonhos inspiram o desenvolvimento de talentos em nossas vidas
e os propósitos nos impulsionam a querer aprender e a compartilhar.

E ambos precisam ser alimentados pelas qualidades e virtudes.

Quando começamos a trilhar caminhos guiados por nossos sonhos e por nossos propósitos de vida começamos a reaprender e a reviver o que pensávamos saber.
É algo único – quando vemos algo que estava adormecido em nós ganhar vida novamente, quando talentos incógnitos começam a desabrochar em nossas vidas e recomeçam a fluir com vitalidade.

Um bom intelecto necessita da prática de discernir, de criar e de escolher. Estas são suas habilidades básicas. E uma boa mente necessita de boas experiências que a vitalizem e que nos permita habituá-la ao fluxo de bons pensamentos, bons sentimentos e boas emoções. Quando ativamos nosso “sonho vital”, passamos a nos aproximar do propósito maior de estarmos aqui neste planeta.

O palestrante parecia bastante consciente das palavras que havia proferido. 

A audiência parecia invadida por um sentimento sutil e solene, quando um rapaz negro, usando óculos e aparentando um ar intelectual, levantou a mão e perguntou: 

— Como identificar esse sonho?

— O grande desafio é a jornada que esta busca nos proporciona. Identificar o sonho é importante e é o resultado natural quando escolhemos encontrá-lo. Desde que não compliquemos — respondeu o palestrante.

O Senhor Britânico, no palco, parecia estar envolto em uma aura de luz. 

— Nesta busca, devemos estar cientes de que o grande desafio é nos mantermos na jornada. Creio que há um plano divino que está registrado na consciência de cada um de nós — disse o palestrante parecendo imerso em suas palavras.

— Creio que cada um de nós tem seu plano de vida distinto e único. Pode haver planos parecidos, mas não iguais. A ativação do sonho vital – dando espaço aos nossos sonhos e propósitos de vida, requer coragem e amor próprio. Diria que viver sem medos é o requisito mínimo para tanto. O sonho vital nos ajuda na revelação do propósito de vida mais claro e completo de cada ser, que pode estar encoberto por metas e ilusões transitórias.

Para enfatizar o tema, eu gostaria de dizer algumas frases e espero que as tomem pessoalmente – cada um de vocês.

— Faça a busca por seu sonho vital. Coloque-se a caminho daquilo que sente ser sua verdade. Alimente sua mente e seu intelecto com carinho e com regularidade, com amor e com paz de espírito – fazendo uso das qualidades, dos talentos e da criatividade no nível que alcançar. E faça isso tudo com vontade e com zelo.

Exponha sua existência de uma maneira verdadeira, isto fortalecerá seu espírito com vontade e saber.

Um segredo desta prática é nunca se abater com os erros e enganos que poderão surgir. Outro segredo é colocar o conhecimento a serviço da vida no nível que você alcançar.

Utilize recursos como a percepção, intuição e criatividade. Estes meios nos possibilitam agregar e manifestar sabedoria em nossas vidas. Um próximo passo, mais profundo, é colocar o saber em ação. Assim, você estará manifestando espiritualidade em sua vida.

Após uma pausa, o Senhor Britânico retomou o rumo de sua palestra:

O que torna alguém especial não é ter poder, é saber usá-lo. O poder surge quando você alinha seu intelecto ao seu coração, criando um canal que os une. Mágicas acontecem quando este alinhamento se realiza.

— Como conduzir nosso coração e nosso intelecto a este alinhamento? — perguntou outra jovem que estava perto de Ferhélin.

— Um veículo capaz de transitar nestes dois campos tão distintos é que mencionei – o sonho vital. Quando damos vidas aos nossos sonhos e aos nossos propósitos de vida, automaticamente aparecem os recursos que levarão o amor do coração ao intelecto e conduzirão a força de vontade do intelecto para o coração.

O intelecto, sem o sonho e sem propósito, não terá direção e assim, por ele não haverá o fluxo da paz e nem da felicidade. O amor tampouco vai lá permanecer. As tarefas serão árduas e muito esforço será despendido. Os frutos serão medíocres ou razoáveis. O coração, sem o sonho e sem propósito também não terá foco e nem confiança no seu guia – o intelecto. A relação será de dúvida e desesperança.
Já os sonhos e propósitos podem transitar nas duas dimensões: do intelecto e do coração.

A atenção de todos na plateia estavam no Senhor Britânico, que continuou aquele raciocínio:

— Quando o sonho existir apenas no coração, haverá muito amor e você experimentará força, garra e determinação. Mas tudo será apenas “querer”. Será como um cavalo selvagem com muita energia, mas que se move sem rumo e orientação. Faltará pragmatismo e método. Dificilmente tornar-se-á realidade.

— Quando o sonho existir apenas no intelecto, haverá muito idealismo e muita teoria. Mas tudo ficará na intenção ou no desejo.

Imaginem um piloto de corrida que tudo conhece, que sabe pilotar, planejar e programar. Mas pouco poderá fazer, se faltar o básico: o combustível. O sonho e o propósito, assim como a imaginação e a criatividade representam o combustível – que é fundamental na direção de nossas vidas.

Ao final, o Senhor Britânico agradeceu a todos.

Assim terminou aquela palestra em que Ferhélin percebeu mais que ideias sendo compartilhadas. Ela sentiu um brilho que fluía junto. 

Talvez nunca mais viesse a encontrar aquele Senhor Britânico, que acrescentara gotas de sabedoria em sua vida. Ou talvez o reencontrasse, quem sabe?

Ainda naquela noite, após algum tempo no lobby do hostel no qual se hospedara, Ferhélin se deliciou com um chá earl-grey5 com leite. Em homenagem ao Reino Unido, pensou consigo mesma, esboçando um tímido sorriso.

 Enquanto escutava a música que tocava ao fundo, pensamentos visitavam sua mente: 

— “Quantos não são os momentos mágicos que vivemos?

Quanto nós recebemos de pessoas e situações, às quais nunca tivemos oportunidade de agradecer. É extraordinário como isso acontece.

Pessoas que nunca mais veremos, que nem perceberam nossa presença, mas que mudaram nossas vidas com suas atitudes e mensagens.

Muitas vezes, nem mesmo estavam conscientes do que estavam ensinando ou transmitindo, pensou, lembrando-se de tantos “ensinamentos” incógnitos que a vida tinha lhe presenteado.

Esta é a maravilha da vida – pensou!

Logo se dirigiu ao seu quarto para dormir.

Eram especiais os sentimentos que experimentava em Banff, naqueles dias de liberdade, com intenso contato com a natureza e os banhos nas águas quentes, em meio ao frio que rondava as Rochosas.


Livro Ferhélin, Ouvindo as Estrelas

O livro OUVINDO AS ESTRELAS descreve encontros de uma jovem cientista (Ferhélin) – personagem central do livro, durante sua jornada em terras canadenses. Grande parte do livro tem como cenário as Rochosas Canadenses, com seus cenários únicos e encantadores, nos quais a magia dos cenários funde-se com perspectivas e revelações, aprendizagens e entendimentos que proporcionam a Ferhélin experiências que a ajudam a transcender sua forma de pensar e enxergar o mundo e as pessoas, as ciências e a espiritualidade. Experiências essas que são compartilhadas no livro, o que os leitores poderão atestar no decorrer da sua leitura, conforme os encontros são relatados.

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