Por que não observar mais as nuvens no céu?

Por que não observar mais as nuvens no céu?

Observar nuvens no céu, assim como admirar um pássaro pousando numa árvore ou apreciar uma flor ainda com o orvalho matinal ou encantar-se com as ondas do mar ou meditar com o por de sol no final de tarde talvez não constituam eventos a serem relacionados com ‘vencer na vida’. Será que não? Hoje, aqui no ‘Reflexões para a Vida‘ do site intuicao.com trazemos como tema para reflexão: Por que não observar mais as nuvens no céu?‘ Sobre o qual te convidamos a refletir. Veja um pouco mais sobre ele. Confira!

Por que não observar mais as nuvens no céu?

Buscar as chances e vivê-las é o caminho de quem acredita numa vida melhor. E abrir o coração para a vida pode significar abrir o caminho para viver uma vida melhor, que poderia ser aqui descrito como ‘vencer na vida’.

Vencer na vida é como participar de uma prova na qual o que vale é observar as nuvens, em que o que conta são  as nuvens observadas; não importa se uma, dez, mil ou centenas de milhares. 
Se não tentar, ficará no zero, nunca perderá de si mesmo. Não tem como contar menos uma nuvem. Caso não observe nenhuma, estará com o placar zerado. Mas o fato a considerar é: uma única nuvem bem observada já poderá representar uma grande vitória - mesmo você sabendo que aquela nuvem nunca se repetirá no céu.

Em um mundo que costuma supervalorizar resultados, em que as percepções de vitória ou de derrota acabam tendo grande impacto nas vidas das pessoas, observar nuvens no céu, assim como admirar um pássaro pousando numa árvore ou apreciar uma flor ainda com o orvalho matinal ou encantar-se com as ondas do mar ou meditar com o por de sol no final de tarde talvez não constituam eventos a serem relacionados com ‘vencer na vida’. Será que não?

Aqui, gostaria de apresentar uma visão até certo ponto distinta da que acaba imperando no dia a dia de muitos. E ela começa com a percepção de  que  ‘o sentimento de derrota‘, em geral, emerge de uma forma distorcida na nossa maneira de pensar. No campo esportivo vitórias e derrotas fazem parte do dia a dia, e elas ensinam e ajudam a moldar a formação das pessoas. Nesta reflexão, o contexto a considerar é distinto daquele. O foco é refletir na maneira como tratamos nossas vidas, em geral e como trazemos o conceito de vitória ou de derrota para as nossas vidas.  E, pensando na vida, a percepção é que o sentimento de derrota emerge de maneira equivocada e, na maioria das vezes, não deveria existir. No dia a dia, derrotas podem acontecer quando não damos o nosso melhor e, principalmente, quando nos omitimos. Aí, sim, o sentimento de derrota pode surgir. Por não agir, por agir com desleixo ou por não tomar atitudes.

Parece óbvio, mas devemos lembrar: vivemos num mundo de ações. É isto que caracteriza o mundo tridimensional em que vivemos. É neste cenário, que compartilho essa percepção: na ação e na atitude nunca somos derrotados.

Poderemos errar e erraremos, mas um erro não significa derrota. Errar pode significar muitas coisas; em termos de vida, pode significar aprender ou despertar, amadurecer ou conceder, ou ainda ter mau êxito e mostrar que se faz necessário exercitar mais a mente e o coração, para não viver mais de erros que de acertos, ou mesmo lembrar que somos humanos e erramos.

Errar é parte do processo do despertar, do amadurecer e do conceder, do corrigir com humildade e da aceitação e, penso que errar seja a confirmação da máxima que Sócrates nos deixou "Só sei que nada sei", ensinando-nos que temos muito mais a aprender do que pensamos saber; de que quanto mais aprendemos, mais percebemos o quão pouco sabemos em relação ao que temos a aprender, ainda.

Nossa vida é uma vida de ação. Nosso planeta é um campo de ações; uma escola, com um laboratório sempre disponível em nosso dia a dia, em que praticamos e aprendemos.

Numa analogia com o futebol, uma vida de omissão, no máximo, resultaria em empate – um hipotético zero a zero, mas na vida isso não acontece! O empate refletiria a burocracia no viver e, de início, poderia até parecer atraente, mas o fato é que, de uma maneira ou de outra, ao escolhermos nos omitir, acabaríamos levando ‘gols‘ e nem o empate conseguiríamos sustentar. E, caso fosse conseguido, o empate significaria não viver, ou seja, de alguma forma, estaríamos apenas adiando a oportunidade de viver a vida como deveríamos, tornando nossa vida melhor.

Certamente, aventurar-se e tomar atitudes possibilitam a ocorrência de erros em nossas vidas,  mas tais erros não significam ‘gols contra a vida’. De alguma maneira, quando os ‘erros’ surgem, mais chances de aprender e crescer temos. Etapas são conquistadas e são vencidas quando percorridas, independente do resultado momentâneo, e aí não importa a sua aparência, se de sucesso ou de insucesso. Na medida em que tomamos atitudes e agimos; com erros e acertos, haverá desdobramentos que nos conduzirão à frente…e, por mais ‘errados‘ que possamos estar, ao tomar uma decisão, uma coisa é certa: não haverá o sentimento de derrota – no lugar deste, haverá o sentimento de ter dado seu melhor, de ter feito o que acreditava que deveria ser feito; mesmo que a aprendizagem daquela experiência mostre que você agirá de forma diferente numa próxima oportunidade.

Arriscar pode não significar acertar, contudo isso não significa ser derrotado. 
Pode, sim, significar errar - mas junto vem o aprender e o crescer.

Viver envolve correr riscos, desafiar e acertar, mesmo errando. Envolve acreditar e, por certo, amar.
Amar a vida faz muita diferença. E não é possível amar sem correr riscos!

Quando amamos viver, simplificamos a vida, aprendemos a apreciar a simplicidade e a beleza que existe em nosso planeta e em nosso dia a dia. E aprendemos a intuir o que é melhor para nós, para os outros e para a natureza e começamos a agir sem sermos influenciados por 'medos de derrotas'.

Intuir é a voz da nossa liberdade. E a intuição nos ensina que escolher com amor significa também acolher no coração a voz da razão. Mas, na prática, o renascimento da intuição vem para quem a busca e seu fortalecimento acontece para quem a exercita.

Uma vida sem desafios ou riscos não pode ser chamada de vida plena. Alguns desafios a própria vida nos apresenta – algumas vezes, da maneira mais inesperada possível, seja uma doença inesperada ou a partida de uma pessoa querida, ou então, na busca de um sonho ou em uma mudança repentina em nossas vidas.  Já os riscos, estes podem surgir nos desdobramentos de como vivemos os momentos em nosso dia a dia.

O fato é que “viver na retranca” – sem desafios ou riscos; se possível fosse, poderia no máximo conduzir a um hipotético ‘zero a zero na vida’ e, mesmo isso, não seria sinônimo de felicidade e nem de satisfação e, pior, viver na retranca envolve um gasto de energia e recursos muito grande – não é que seria uma vida tranquila para quem escolhesse tal opção.

Viver uma vida de coração aberto, ou seja uma vida para a frente, significa “perder gols” sim, mas também,  belos “gols” ocorrerão. Buscar as chances e vivê-las é o caminho de quem acredita numa vida melhor. E, abrir o coração para a vida, pode significar abrir o caminho para viver uma vida melhor, que poderia ser aqui descrito como ‘vencer‘ na vida. Revisitemos o parágrafo da parte inicial desta reflexão:

"Vencer na vida é como participar de uma prova na qual o que vale é observar as nuvens, em que o que conta são  as nuvens observadas; não importa se uma, dez , mil ou centenas de milhares. 
Se não tentar, ficará no zero, nunca perderá de si mesmo. Não tem como contar menos uma nuvem. Caso não conte nenhuma, estará com o placar zerado. Mas o fato a observar é: uma única nuvem bem observada já poderá representar uma grande vitória - mesmo você sabendo que aquela nuvem nunca se repetirá no céu."

Em algum momento da vida, a pergunta poderá ser: “por que não observei mais as nuvens no céu?” Ou talvez: por que não aventurei mais ou arrisquei mais; por que deixei de tentar?”

Colher o sabor da vitória se torna uma realidade quando tomamos atitudes – e isso acontece quando tentamos, quando colocamos na prática o que aprendemos, o que acreditamos e o que sentimos valer a pena.

Na vida, o sabor da vitória pode advir de momentos os mais inusitados, os mais simples e inesperados, mas, de alguma maneira eles vêm com a ação, com a sensibilidade e com a empatia e não apenas com os resultados.

Quando vivemos sem medo, a criatividade e os talentos desabrocham.

Viver não é um jogo de resultados e nem de garantias; mas um encadeamento de aprendizagens  - sejam de conquistas e não conquistas, de erros e acertos, de descobertas e realizações, de diversões e de preocupações, de equívocos e reflexões, de encontros e desencontros, de dores experimentadas ou de sonhos não alcançados, que sempre enriquecem a alma. 

Imagem de reflexos

De fato, viver é uma dádiva que recebemos de Deus que nos possibilita um constante amadurecimento, quando exercitamos a aprendizagem.