Como viver melhor–com Sabedoria, Dignidade e Tranquilidade

Como viver melhor–com Sabedoria, Dignidade e Tranquilidade

Como viver melhor – com Sabedoria, Dignidade e Tranquilidade – Ensinamentos de Epicteto

Hoje, pela manhã, algo me tocou a buscar informações sobre uma palestra que fiz há vários anos e compartilhá-la, aqui no site.
Apresentarei aqui uma síntese da palestra, com o título: Como viver melhor – com Sabedoria, Dignidade e Tranquilidade – Ensinamentos de Epíteto, que foi baseada num estudo sobre o filósofo estóico grego-romano Epicteto (ou Epíteto). Segundo alguns historiadores, ele viveu a maior parte de sua vida em Roma, como escravo. Aqui, apenas trarei algumas pinceladas sobre a palestra, em essência.
Epicteto é um filósofo, pertencente à Escola Estóica, que muito acrescentou em minha vida e penso que, ainda nos dias de hoje, tem muito a nos ensinar. Ele viveu numa época difícil da humanidade, tendo nascido 55 anos após a crucificação de Jesus Cristo. Época em que os primeiros cristãos eram cruelmente perseguidos e executados sumariamente por crerem nos ensinamentos de Jesus. A escravidão era considerada normal e pessoas eram tratadas como posses pelos de classe social mais elevada. Bem, ele foi um escravo naquela época e, segundo historiadores,  sofreu bastante. Ele é um dos principais representantes da da Escola Estóica de Filosofia – muito vinculada à ação. Os ensinamentos de Epíteto focam na forma como agimos e nas nossas atitudes.

Para a palestra, usei como fonte principal o livro “Arte de Viver” de Sharon Lebell que tem uma linguagem atual, com aplicação contemporânea dos ensinamentos deixados por Epicteto. Fica aqui a dica para que leiam e estudem este livro de Lebell sobre os ensinamentos de Epicteto. Vale a pena.

A seguir, extratos da Palestra: Como viver melhor – com Sabedoria, Dignidade e Tranquilidade – Ensinamentos de Epicteto, que teve como objetivo transmitir e inspirar amor pela sabedoria, através de ensinamentos deixados pelo filósofo.

De início, fiz uma introdução contextual que focou dois pontos:
– Importância do tema na vida cotidiana;
– Um pouco sobre a visão de Epicteto.

Para minha organização, dividi a palestra em blocos e a apresentarei assim aqui, apesar de na palestra isso não ser explicitado:

Bloco I
Perguntas iniciais:

O que é realmente seu?
O que, de fato, lhe pertence?

Exemplos básicos de respostas:
– carro?
– casa?
– sapato?

Na visão de Epíteto, nada disso é realmente nosso.
São apenas instrumentos que usamos, mas de fato não os possuímos.
O que possuímos, em verdade?
Nossas “posses” são sutis e internas, nunca externas. Possuímos nossos pensamentos, sentimentos, poder de escolher, etc.
Tudo que é externo não pode ser considerado como sendo nosso, ou responsável pelo que sentimos.
O nosso sentir, nossa forma de enxergar é algo sobre o que temos responsabilidade real, pois derivam de nossa forma de pensar.

Ensinamento de Epicteto:
As coisas que você ‘pensa’ possuir podem ser excelentes,
mas sua excelência pessoal não deriva delas.

Foco de convergência que cria a Excelência pessoal:

1- Dignidade;
2- Respeito;
3- Verdade;

Fatos:
− É o uso que você faz das ideias, recursos e oportunidades que moldam seu caminho.
− Tirar o maior proveito possível daquilo que temos, do que é nosso de verdade; é o nosso dever. E o que temos sob nosso controle é nossa forma de pensar e de sentir, que são aspectos internos.

Síntese do bloco 1:

Você ficará merecidamente feliz e à vontade consigo mesmo quando 
harmonizar suas ações com a natureza
e reconhecer o que é verdadeiramente seu.

Bloco 2

Quando acontece algo, a única coisa que está em seu poder é sua atitude em relação a ela.

Exemplos do que não controlamos:
– Chuva;
– Frio;
– Baixa umidade;
– Morte de alguém;
– Doenças;
etc.

Escolhas possíveis:
Apreciar ou ter aversão;
Aceitar ou criticar;
Resignar ou contrariar.

Em essência, internamente, você tem a atitude de aceitação ou a de ressentimento.

Ensinamentos de Epicteto (vejam a sabedoria do que ele diz)

- O que assusta e desanima NÃO são os acontecimentos externos,
mas sim a maneira como pensamos a respeito deles.

- Não são as coisas que nos perturbam,
mas a forma como interpretamos seu significado.

Bloco 3

Distinguir entre o que você pode controlar e o que não pode.

Exemplos com perguntas retóricas:

O que você pode controlar?
– nossas opiniões;
– nossas aspirações;
– nossos desejos;
– nossas respostas e
– nossas ATITUDES a coisas que nos causam repulsa ou desagradam.

Está fora do nosso controle:
– se nascemos ricos;
– se tiramos sorte grande e enriquecemos de repente;
– maneira como somos vistos;
– nossa posição na sociedade;

Resultado de praticar esta regra fundamental, na visão de Epicteto.
Felicidade e liberdade

Fato:

Tentar controlar o que está fora de nosso controle resulta em Aflição e Angústia e estas conduzem a Frustração, Ansiedade e tendência para criticar outros.

Síntese
Devemos saber o que está sob nosso poder.
(Normalmente está sob nossa disposição, livre de restrição ou impedimento.)

Bloco 4

“O que fazemos é menos importante do que a maneira como fazemos”

(Analogia 1 usada na palestra)
Imagine…
Comer um chocolate super especial; suave, de qualidade e raro de se conseguir – imagine-se engolindo-o rapidamente, sem apreciar e nem perceber o que está comendo, preocupado com a notícia do jornal da tevê, ligada enquanto come.

Será que você valorizará o que tem à sua disposição ali?
Nem perceberá a qualidade do que estava às suas mãos.
Por outro lado, com uma outra atitude mental, talvez você valorize um chocolatinho básico – de 1 real, comendo-o com calma e apreciação.

Dica de Epitecto

Não tente criar suas regras.
Comporte-se sempre de acordo com as leis da natureza.
Harmonizar sua vontade com a natureza deveria ser seu maior ideal.

Onde praticar isso?

Nos detalhes de sua vida.
Dificuldades virão, mas Paz interior sempre será possível.

Exemplos usados para reforçar o conceito:

Água bebida com pressa ou alimento ‘engolido’ com ansiedade;

Imagine-se numa montanha com vista belíssima.
Ok?
Agora imagine-se lá, na montanha …
− Pensando em suas contas;
− pensando no aluguel ou numa dívida;
− ou
… Em paz, apenas olhando o horizonte à frente e apreciando o que vê e sente naquele momento – sem deixar nada te perturbar ou vir à mente.

Fato: Não é o que bebe, ou o que come, ou o local em que está que te influencia, mas é sua atitude mental enquanto bebe, come ou observa algo.

Bloco 5

Epicteto nos mostra que:

Desejos e aversões são déspotas impacientes e que,
apesar de poderosos, eles são apenas hábitos.

Quando não conseguimos o que queremos, ficamos desapontados.
Quando recebemos o que não queremos, ficamos angustiados.

Dica de Epicteto
Evitar o indesejável, que não está sob seu controle.

Se deseja algo fora de seu controle, haverá decepção.
Enquanto houver tal desejo, poderá haver negligência
com coisas que estão sob seu controle.

Um pouco sobre Epicteto:
Epiteto ou Epicteto foi um filósofo grego estoico que viveu a maior parte de sua vida em Roma, como escravo a serviço de Epafrodito, o cruel secretário de Nero.
Epíteto junto a Sêneca e Marco Aurélio, o imperador-sábio, fez parte do grupo dos chamados “novos estóicos”, que corresponde à terceira fase do estoicismo. Inclusive, Marco Aurélio foi muito influenciado por ensinamentos de Epicteto.

Bem, caros amigos do site Intuicao.com, aí ficam registrados alguns ensinamentos desse mestre, grande filósofo da ação e da atitude. Leiam mais sobre ele, aprofundem e experimentem seus ensinamentos no dia a dia. Para os interessados nesse tipo de leitura, leiam também Marco Aurélio, que conjugou o fato de ser imperador romano com a filosofia, focando como questão central da filosofia, o problema de como se deve encarar a vida, para que se possa viver bem.

Herbert Santos Silva
Site Intuicao.com