Conheça ‘A Ambientalista’ — uma jornada de consciência e esperança.
Com imensa gratidão, apresento A Ambientalista, mais um minilivro da série Ouvindo as Estrelas. Esta história convida você a refletir sobre o nosso papel na preservação do planeta e a escutar as vozes que ecoam da natureza.

[Tempo total de leitura aproximado: 2h]
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‘A Ambientalista’
Por um planeta melhor !
Dedicatória
Dedico este minilivro aos ambientalistas
e a todos que amam e cuidam da natureza.
AGRADECIMENTO INICIAL
Penso que ‘A Ambientalista’ seja uma declaração de agradecimento que nasceu e ganhou vida com a percepção de relances de vida e do exemplo de verdadeiros guardiões da natureza, alguns conhecidos como Chico Mendes. Dorothy Stang e José Lutzenberger e outros incógnitos, mas todos tão importantes!
Por isso, dedico este minilivro aos ambientalistas e aos que amam a natureza e o meio ambiente!
Creio que seja por meio do amor – semeado nos corações, que as sementes do bem e da paz sejam semeadas em nosso planeta.
Acreditar na sustentabilidade, na preservação ambiental e na qualidade de vida, respeitando a natureza e os ecossistemas são legados que os ambientalistas e aqueles que amam a natureza nos deixam.
Façamos bom uso deles.
Sobre ‘A Ambientalista‘

No décimo sexto e, por enquanto, último volume da série Ouvindo as Estrelas, Ferhélin aprende com uma mulher que carrega em si a força da Terra e a lucidez do tempo: A Ambientalista. Em meio às paisagens naturais das Montanhas Rochosas Canadenses, na bela e acolhedora cidade de Banff, são compartilhados saberes que urgem por emergir — revelando conexões profundas entre o planeta, o tempo presente e o espírito humano.
Com clareza e sensibilidade, este minilivro simplifica conceitos como Aquecimento Global, Efeito Estufa, Camada de Ozônio, Matriz Energética e Produção Sustentável, convidando o leitor a refletir sobre o impacto de nossas escolhas e o poder das micropráticas conscientes.
Ferhélin nasceu no interior paulista, é graduada em Física e especializada em Mecânica Quântica. Atua como professora e pesquisadora, mas sua jornada vai muito além da ciência. Desde a infância, aprendeu a cultivar o equilíbrio entre conhecimento, espiritualidade, arte e movimento. Apaixonada por música, literatura, natação e caminhadas, vê em cada experiência uma oportunidade de escuta e expansão.
À época dos encontros narrados, Ferhélin estava prestes a completar 30 anos. Jovem de olhos castanhos e cabelos da mesma cor, que caem suavemente até os ombros, sua presença transmite serenidade e curiosidade. Seu olhar atento e expressão tranquila revelam uma alma que escuta o mundo com sensibilidade e profundidade.
Foi após publicar um artigo científico que recebeu um convite para apresentar seu trabalho no Canadá. Aceitou — e foi ali, entre montanhas, encontros e revelações, que começou a viver experiências transformadoras. Cada minilivro da série compartilha um desses momentos, e este revela uma chamada para acordar — para cuidar, para agir, para transformar.
Chamado aos Guardiões da Terra

A Ambientalista é um convite à reconexão profunda com o planeta, à escuta das leis naturais e à vivência de uma espiritualidade que honra a vida em todas as suas formas.
Cada leitor é chamado a tornar-se um guardião da Terra — alguém que semeia esperança, cultiva consciência e protege o que há de mais precioso: a vida em sua diversidade.
Os temas abordados neste minilivro se revelam como as múltiplas facetas de um diamante — cada uma refletindo um aspecto essencial da relação entre humanidade e natureza. À medida que aprendemos a respeitar e amar o meio ambiente, essas facetas ganham brilho, revelando o valor imensurável do nosso planeta.
Interligadas, essas facetas formam um único corpo: o nosso diamante vivo — o belíssimo planeta Terra.
Este minilivro não pretende esgotar os assuntos que apresenta. Sua missão é inspirar: provocar reflexões, despertar afetos e estimular o compartilhamento consciente de ideias que possam florescer em ações transformadoras.
Como autor, assumo o papel de pesquisador e organizador de pensamentos que considero urgentes e relevantes. Dentro das minhas possibilidades, procurei sentir o que sentem os verdadeiros guardiões da Terra — e dar vida à narrativa com dedicação, escuta e afeto.
MINILIVRO ‘A AMBIENTALISTA’
SÉRIE: “OUVINDO AS ESTRELAS”
COPYRIGHT © H. S. SILVA
ISBN – Nº 978-65-01-33881-1
Versão – Fevereiro de 2025

Sumário ‘A AMBIENTALISTA’

A AMBIENTALISTA
Contextualização
Sobre a Série Ouvindo as Estrelas
Sobre a personagem central, Ferhélin
Sobre este minilivro
PARTE 1
(O início)
PREÂMBULO
Alinhamento de Conceitos importantes
Aquecimento Global
Efeito Estufa
Qual a relação entre o Aquecimento Global e o Efeito Estufa?
Vocês sabem quais são os principais gases do efeito estufa?
Camada de Ozônio – o que é?
Buraco na Camada de Ozônio
PARTE 2
(Nosso autorretrato como sociedade)
Matriz energética – nosso autorretrato como sociedade
O que é matriz energética?
Provenientes de recursos não renováveis
Sobre os combustíveis atuais e os danos que causam
Opções energéticas para combustíveis
Produção energética – para além dos combustíveis
Efeitos colaterais
O palco das decisões ou ‘o palco das omissões’?
PARTE 3
(Primeira Realidade)
CONSTATAÇÕES CIENTÍFICAS
O que está acontecendo no mundo hoje?
Aonde queremos chegar?
TEMAS RELEVANTES
ÁGUA – Tema que mais toca meu coração!
AQUÍFEROS – O que são?
DESMATAMENTO – MAU USO DA TERRA
EXTINÇÃO DE INÚMERAS ESPÉCIES
USO EXCESSIVO DE FERTILIZANTES E PESTICIDAS
MICROPLÁSTICOS – PRODUTOS QUÍMICOS TÓXICOS NO AMBIENTE
ACIDIFICAÇÃO DOS OCEANOS
AEROSSÓIS NA ATMOSFERA
Notas da Parte 3
PARTE 4
(Segunda Realidade)
CRIMES AMBIENTAIS
Como esse cenário poderia mudar?
Perspectivas Transformadoras
PARTE 5
(Terceira Realidade)
NOVAS PERSPECTIVAS
Fontes Energéticas Provenientes de Recursos Renováveis
Energia Eólica
Energia Solar
Energia Solar para o Aquecimento de Água
Energia Solar para Geração de Energia Elétrica
ETANOL SEGUNDA GERAÇÃO – (E2G)
Energia Geotérmica
Hidrogênio – A Energia do Futuro
Hidrogênio Verde
PARTE 6
(Reflexões sobre Políticas Públicas e Leis Ambientais)
Como Reduzir o Impacto Ambiental?
Políticas Públicas
Sobre Leis Ambientais
Dever Humanitário
PARTE 7
(Epílogo)
Micropraticas
Aproveitamento de Oportunidades
Habitualidade nas Práticas Ambientais
Combinação de Técnicas
PARTE 8
(Encerramento)
Viajando a Uma Praia Paradisíaca
Chamada para Acordar
PARTE 9
Anexo
Exercício de Iniciação a um Mundo Melhor
Agradecimento final do autor
—–
NOTAS
NOTAS, LINKS e REFERÊNCIAS
sua própria essência — e, quem sabe, a despertar para novas formas de ver, sentir e agir no mundo.

PARTE 1 – O INÍCIO

PREÂMBULO
Desde que retornara a Banff, aconchegante cidade localizada em meio às Rochosas Canadenses, Ferhélin aguardava com entusiasmo o dia da palestra sobre meio ambiente e ecologia — temas que sempre despertaram seu interesse e pelos quais desejava aprofundar seu conhecimento. O título do evento era: “Ambientalismo – Perspectivas para um Planeta Melhor!”
No tão esperado dia, Ferhélin chegou ao auditório com antecedência. Aproveitou o café ao lado para tomar um chá quente com tranquilidade, enquanto observava a chegada do público.
Sentada, envolvida pelo ambiente que se formava, surpreendeu-se com a diversidade de faixas etárias entre os participantes. Havia desde pessoas de cabelos brancos até jovens e um grupo de crianças entre dez e treze anos, acompanhadas por dois adultos — um homem e uma mulher, ambos aparentando cerca de trinta anos. “Provavelmente professores”, pensou ela.
Já no auditório, Ferhélin acomodou-se e notou que o público somava cerca de trezentas pessoas. As crianças haviam se instalado nas duas primeiras filas, bem à frente do palco.
Na parte superior do fundo do palco, um telão exibia imagens relacionadas ao meio ambiente, criando uma atmosfera de expectativa e contemplação.
Após alguns minutos, iniciou-se a apresentação da palestrante da noite: uma brasileira de origem asiática, pele clara, cabelos pretos na altura dos ombros, aparentando não mais que trinta e cinco anos.
Foi feito um breve resumo de seu currículo: estudos em meio ambiente e ecologia, atuação junto ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, participação em congressos e assembleias ambientais, além de experiências em diversos países e realidades ecológicas ao redor do mundo.
Ao tomar a palavra, agradeceu à apresentadora pela introdução, deu boas-vindas ao público e explicou que, durante sua fala, qualquer pessoa poderia levantar a mão para fazer perguntas, comentários ou responder a questionamentos — um microfone seria levado até ela.
Sorridente, disse que tentaria se comunicar com todos os presentes. Olhou para um casal de cabelos brancos e comentou: “dos mais experientes”; depois, dirigiu-se a um grupo de adolescentes, provavelmente estudantes, e acrescentou: “aos mais jovens”; por fim, voltou o olhar às crianças nas primeiras filas e expressou sua alegria pela presença delas, destacando o quanto se sentia feliz em vê-las ali.
No telão, surgiu a imagem do nosso belo planeta, acompanhada do título da palestra: “Ambientalismo – Perspectivas para um Planeta Melhor!”
Ela então convidou todos a observarem aquela imagem da Terra, explicando que se tratava de uma fotografia icônica feita por um astronauta no espaço — uma imagem que se tornara famosa na época em que foi registrada.
Logo, ela começaria a abordar o tema central da palestra:
“Durante nosso encontro, vou falar sobre alguns conceitos importantes, sobre temas que merecem atenção, e também sobre três ‘realidades’ que aparecem na imagem do telão, certo?”
No telão, três novas imagens surgiram lado a lado:
À esquerda, um incêndio florestal de grandes proporções.
Ao centro, um grupo de cientistas e jovens aprendizes ambientais em meio à natureza — com riacho, plantas, hortaliças e flores.
À direita, painéis solares e turbinas eólicas em meio ao verde, sob um céu azul.
Ela então convidou o público a fazer um pequeno exercício de imaginação, mantendo o foco no meio ambiente.
Começou a falar sobre as imagens projetadas:
“Essas são três perspectivas diferentes. Todas são reais e existem neste exato momento em que estamos aqui. E estão interligadas — uma afeta a outra.”
E concluiu:
“Acredito que essas três realidades fazem parte do ambientalismo em nosso planeta. Elas precisam ser conhecidas, divulgadas e consideradas por todos nós.
Crimes ambientais
A imagem à esquerda, a do incêndio florestal é um retrato da degradação ambiental em muitos locais do planeta – é a triste constatação da devastação e dos prejuízos causados pelos crimes ambientais — como desmatamentos, queimadas e outras realidades lamentáveis — sobre as quais gostaria de fazer uma breve abordagem com vocês.
Essa realidade existe e não deve, nem pode, ser ignorada ou minimizada.
A proposta aqui é lançar um pouco de luz sobre essa realidade obscura: a dos crimes ambientais.
A quem interessa essa realidade? Por que ela é tão oculta? Quem se beneficia com ela?
Constatações científicas
Como imagem central, temos um grupo de cientistas estudando e constatando a degradação ambiental. Essa cena retrata uma realidade que não pode — e não deve — ser desprezada. É uma realidade que clama por ações e medidas urgentes.
É necessário abordar com clareza e seriedade a missão investigativa: a busca por provas e evidências dos crimes ambientais.
Nesta imagem, vemos uma abordagem científica, baseada em dados e informações reais.
Boas Perspectivas
Comentando a terceira imagem — que mostrava coletores solares e unidades eólicas — ela disse:
— Uma terceira realidade presente em nosso planeta, sobre a qual também gostaria de conversar com vocês neste nosso encontro, é a das boas perspectivas que temos diante de nós. Perspectivas que podemos abraçar e que, se adotadas como políticas públicas pela maioria dos países, poderiam elevar nosso planeta a um novo patamar.
Ela fez uma breve pausa, depois continuou:
— Existem diversas possibilidades de escolha de matrizes energéticas que beneficiam a todos e que contemplam modelos mais limpos e sustentáveis, como a energia eólica e a energia solar, representadas nesta imagem. Mas não se limitam a elas — há outras fontes limpas que também merecem atenção.
Observando as três imagens dispostas lado a lado, ela prosseguiu:
— A questão que se apresenta é: o que vai prevalecer?
Esboçando um leve sorriso, concluiu:
— Hoje, faremos uma breve jornada por diversos aspectos relacionados ao meio ambiente, passando por essas três realidades que as imagens nos revelaram.
Ferhélin, que já havia se simpatizado com ela desde o início de sua fala, naquele exato instante passou a chamá-la, em seu íntimo, de “A Ambientalista”.
O Início da Palestra
Dirigindo-se a todos no auditório, ela disse:
— Antes de começarmos nossa conversa, vou pedir um minutinho aos adultos e jovens para trocar umas palavrinhas com as crianças que estão aqui.
Então, olhando para as crianças nas duas primeiras filas, falou com carinho:
— Imaginem que alguns dos temas que vamos abordar hoje são como sementinhas plantadas na terra. Sementinhas que vocês podem regar, cuidar, e que um dia poderão brotar, crescer, florescer e dar frutos.
— Algumas das coisas que vocês vão ouvir serão fáceis de entender, outras talvez pareçam um pouco mais complicadas. Algumas eu vou tentar explicar hoje, mas as dúvidas que vocês levarem com vocês — lembrem-se de perguntar aos seus professores e professoras quando voltarem à escola. Conversem entre si, falem com seus pais em casa, e pesquisem sobre o que ouvirem aqui, tá bem?
— Vocês podem gostar mais de algumas partes, menos de outras, mas lembrem-se: são como sementinhas sendo plantadas.
Voltando sua atenção ao público em geral, ela concluiu:
— Para começar, gostaria de alinhar alguns conceitos com todos vocês.
Alguns conceitos importantes
Para começar, gostaria de falar sobre três conceitos muito presentes nas discussões sobre meio ambiente: o aquecimento global, o efeito estufa e a camada de ozônio.
O aquecimento global
O aquecimento global refere-se ao aumento anormal da temperatura média do planeta.
Desde 1970, essa temperatura tem subido muito além do esperado, trazendo consequências que afetam o meio ambiente, os seres humanos e todas as formas de vida. Por isso, o aquecimento global é um problema grave.
Ainda é possível enfrentá-lo, mas isso exige reconhecer sua existência e querer resolvê-lo. Esse é o ponto essencial: o desejo de resolver o problema precisa se traduzir em ações concretas.
Para solucionar qualquer problema, é necessário compreendê-lo, identificar suas causas e trabalhar para eliminá-las — ou, ao menos, reduzi-las.
O aquecimento global é um problema de todos. É um problema planetário.
E ainda enfrentamos um impasse: há líderes e autoridades governamentais que parecem fechar os olhos para a situação e continuam a ignorá-la.
Assim, mesmo com muitos alertando para os riscos, se os principais países não se engajarem na busca por soluções, o agravamento das condições de vida no planeta será inevitável.
Então, olhando para as crianças, ela disse:
— É papel de cada um de nós ajudar, lembrando aos líderes e autoridades que eles também são avós, pais, irmãos, cidadãos e cidadãs. Os temas ambientais dizem respeito a todos — inclusive a eles.
Voltando-se ao público em geral, completou:
— Conscientizem-se de suas responsabilidades éticas e morais, acima de quaisquer outros interesses, e compreendam a urgência dos cuidados com o meio ambiente do nosso planeta.
De algum modo, como se a força daquela fala tivesse sido transferida a cada pessoa presente, todos se sentiram portadores da energia daquela mensagem — uma mensagem que precisava alcançar todos, inclusive os líderes e autoridades.
O Efeito Estufa
Ondas de harmonia pareciam fluir pelo ar do auditório. Em sintonia com esse clima, a Ambientalista prosseguiu:
— Outro conceito importante que gostaria de alinhar com vocês é o do efeito estufa.
E o que é o efeito estufa?
É um fenômeno natural — parte da própria natureza — que ajuda a manter a temperatura da Terra em níveis adequados para a existência da vida.
Consiste em uma camada de gases que envolve o planeta e funciona como uma proteção, filtrando os raios solares para que penetrem em níveis que permitam a sobrevivência de seres humanos, animais, plantas, florestas, peixes, aves — enfim, tudo o que tem vida.
Ela então lançou uma pergunta:
— Se é assim, por que o efeito estufa é visto como algo negativo?
E respondeu:
— Porque estão sendo lançados gases na atmosfera em níveis muito acima do aceitável!
E por que esses gases causam danos?
Vamos pensar juntos: o ideal é que a Terra não fique nem fria demais, nem quente demais — sem extremos de congelamento ou superaquecimento, certo?
O problema, segundo os cientistas, é que esses gases em excesso absorvem parte da radiação infravermelha refletida pela superfície terrestre.
Nota: Radiação infravermelha é relacionada ao calor. Pode ser emitida por qualquer objeto quente e pelo Sol, em ondas com frequência abaixo da luz vermelha — daí o nome “infravermelho”.
O ideal é que haja uma faixa de temperatura — com limites mínimo e máximo — dentro da qual conseguimos viver.
O preocupante é que os cientistas ambientais têm constatado um aumento da temperatura muito além dos níveis normais.
E, nesse contexto, surge a pergunta:
QUAL A RELAÇÃO ENTRE O AQUECIMENTO GLOBAL E O EFEITO ESTUFA?
Com a emissão excessiva de gases, a radiação que deveria escapar para o espaço fica “presa” na atmosfera, provocando o aumento do aquecimento da superfície terrestre.
Estudos indicam que a poluição causada por esses gases intensifica o efeito estufa.
Ou seja, o aquecimento global é um evento climatológico que ocorre com o aumento das temperaturas médias da Terra, tanto nos continentes, quanto nos oceanos.
E o fato é que o fenômeno do aquecimento global desordenado é resultado da intensificação do efeito estufa.
Então, dirigindo-se à plateia, ela perguntou:
— Se alguém te perguntar: “Por que a temperatura está subindo além dos níveis normais?”, qual será sua resposta?
Uma jovem, estudante do último ano do colégio, respondeu prontamente:
— A temperatura está subindo além dos níveis normais devido à poluição provocada por gases que produzem o efeito estufa. Correto?
A Ambientalista sorriu e disse:
— Correto!
E em seguida lançou uma nova pergunta ao público:
— Vocês sabem quais são os principais gases do efeito estufa?
OS PRINCIPAIS GASES DO EFEITO ESTUFA
Uma pessoa respondeu ‘dióxido de carbono‘, outra disse ‘metano‘.
Ao que a Ambientalista concordou, dizendo:
Os principais causadores do Efeito Estufa são o Dióxido de carbono (CO2), o Metano (CH4), o Óxido Nitroso (N2O), o Ozônio (O3) e os gases fluoretados como Clorofluorcarbonos (CFCs), o hexafluoreto de enxofre (SF6), os hidrofluorocarbonetos (HFC) e os perfluorocarbonetos (PFC)[nota3].
Eles são conhecidos como Gases do Efeito Estufa (GEE) por interagirem com a radiação solar e contribuírem para a intensificação do efeito estufa.
GEE 1 - Dióxido de Carbono (CO2)
O Dióxido de carbono (CO2) É o gás mais abundante na atmosfera, responsável por cerca de 55% das emissões globais de gases de efeito estufa. É gerado principalmente pela queima de combustíveis fósseis, como carvão mineral e petróleo.
GEE 2- Gás Metano - CH4
O metano contribui significativamente para o aumento da temperatura da Terra. Seu poder de aquecimento é 21 vezes maior que o do dióxido de carbono.
Cerca de 60% das emissões de metano vêm de atividades humanas, como pecuária, aterros sanitários e lixões.
Segundo a Agência Internacional de Energia, a agropecuária — especialmente a criação de gado bovino — é a maior fonte humana de emissão de metano no planeta. Também é gerado por animais ruminantes (como no arroto) e por fontes naturais, como erupções vulcânicas.
No cotidiano, o metano é liberado durante a extração de combustíveis minerais (principalmente petróleo), produção e queima de combustíveis fósseis (gás, carvão e veículos).
Curiosamente, o metano também pode ser aproveitado como biogás para geração de energia. Ou seja, apesar de seus impactos negativos, uma boa gestão pode transformá-lo em aliado.
Um artigo interessante sobre isso é o da BBC, intitulado “As surpreendentes fontes de gases do efeito estufa”. Nele, os jornalistas observam:
“O metano passou muito tempo à sombra do CO₂. Mas seu impacto sobre as temperaturas globais é muito grande. Por isso, é vital começar a conhecê-lo melhor.”
Aliás, fica aqui a sugestão para quem aprecia boas leituras: visitar o site ‘BBC Innovation‘, que sempre traz ótimos temas. Um artigo interessante que sugiro para leitura é o da BBC, que tem o título ‘As surpreendentes fontes de gases do efeito estufa‘[4].
GEE 3 - Óxido Nitroso - N2O
Também conhecido como protóxido de azoto, o óxido nitroso é 298 vezes mais potente que o CO₂ no aumento da temperatura.
As principais fontes humanas são práticas agrícolas, como cultivo do solo, uso de fertilizantes nitrogenados e tratamento de dejetos.
Curiosamente, o óxido nitroso também é usado como anestésico inalatório, misturado com oxigênio (O₂) em concentrações entre 40% e 70%. É conhecido como “gás do riso”, por seu efeito analgésico e leve sabor adocicado. É não inflamável, incolor e de baixa toxicidade, sendo utilizado há mais de 160 anos em cirurgias.
GEE 4 - Gases Fluoretados
Esses gases industriais também contribuem fortemente para o aquecimento global.
Exemplos incluem:
HFCs: usados em sistemas de refrigeração e ar-condicionado
SF₆: usado na indústria eletrônica
PFCs: emitidos na produção de alumínio
CFCs: responsáveis pela destruição da camada de ozônio
O potencial de aquecimento global dos PFCs pode ser de 6.500 a 9.200 vezes maior que o do CO₂.
Síntese: O problema não é o efeito estufa, mas sim a sua distorção, causada pelos gases conhecidos como GEE - Gases de Efeito Estufa.
O efeito estufa, originalmente, é um mecanismo natural que existe com o intuito de promover o equilíbrio climático em nosso planeta, vale lembrar que, além desses gases, há o vapor d’água, muito presente na atmosfera.
O vapor d’água capta o calor irradiado pela superfície terrestre, distribuindo-o e aquecendo a superfície.
O efeito estufa é um mecanismo natural que promove o equilíbrio climático do planeta.
O verdadeiro problema está nas atividades humanas descontroladas que intensificam esse fenômeno, como:
• Desmatamento desenfreado
• Queimadas criminosas
• Queima excessiva de combustíveis fósseis
• Atividades industriais que priorizam lucro e produtividade, ignorando os impactos ambientais
Além dos gases citados, o vapor d’água também está presente na atmosfera e contribui para a retenção e distribuição do calor irradiado pela superfície terrestre.
CAMADA DE OZÔNIO
Outro conceito bastante mencionado quando se fala em crises climáticas — e sobre o qual gostaria de conversar com vocês — é o da camada de ozônio.
Ela então perguntou:
— Vocês sabem o que é o ozônio?
Logo, um jovem negro, aparentando ter pouco mais de vinte anos, respondeu:
— O ozônio é um gás!
Ao que ela complementou:
— Isso mesmo. O ozônio (O₃) é um gás presente na atmosfera. Esse gás forma uma camada protetora chamada camada de ozônio.
E o que é essa camada de ozônio?
Ela mesma respondeu:
— É uma faixa de gás que se forma na atmosfera, entre 20 km e 35 km de altitude, com a função de absorver a radiação solar, bloqueando a entrada da maior parte dos raios ultravioletas (UV).
Ela então fez uma analogia:
— Todo mundo aqui já usou protetor solar, certo? Aqueles que compramos em farmácias e supermercados, e usamos quando vamos à piscina, à praia ou ficamos mais expostos ao sol. Lembram deles? Com fator 30, 50, etc. Eles protegem nossa pele contra o excesso de raios UV, evitando queimaduras, câncer de pele e outros problemas.
O ozônio que existe lá na atmosfera e forma essa camada é produzido naturalmente.
Todos sabemos o quanto o Sol é essencial para a vida. Sem ele, não haveria vida no planeta. Podemos entender a camada de ozônio como o filtro solar da Terra — ela tem o papel fundamental de proteger o planeta e todos nós, impedindo que o calor se torne extremo.
BURACO NA CAMADA DE OZÔNIO
O problema acontece quando surgem áreas da atmosfera que ficam sem gás suficiente para manter a camada de ozônio ativa. É quando surge o denominado buraco na camada de ozônio.
E por que surgem buracos na camada de ozônio?
Buracos na camada de ozônio ocorrem em decorrência dos gases poluentes emitidos por atividades humanas que reagem com o ozônio e o transformam em oxigênio e destroem partes da camada de gás ozônio que protege o planeta.

PARTE 2 – Nosso Autorretrato como Sociedade
Matriz Energética
“Dando sequência aos temas que planejei apresentar a vocês, gostaria de falar um pouco sobre matriz energética — um conceito fundamental para compreendermos o cenário atual e os caminhos possíveis para um futuro mais sustentável.
Afinal, o que é matriz energética?
A matriz energética é o conjunto de fontes utilizadas para gerar a energia que movimenta uma sociedade — seja para iluminar nossas casas, abastecer veículos, alimentar indústrias ou conectar pessoas por meio da tecnologia.
Cada país possui sua própria matriz, moldada pelos recursos naturais disponíveis, pelas escolhas políticas e pelos hábitos de consumo de sua população.
A matriz energética de uma nação revela como ela se relaciona com o planeta. É um reflexo direto de suas prioridades, de sua visão de futuro e de seu compromisso com a sustentabilidade.
Penso que a matriz energética, de certo modo, é um autorretrato da humanidade — uma declaração silenciosa de como nos relacionamos com os recursos que temos à disposição.
Ela nos mostra se estamos explorando o que é renovável ou insistindo no que é finito. Se estamos investindo em inovação ou perpetuando modelos ultrapassados. Se estamos cuidando da casa comum ou apenas extraindo dela o que nos convém.
Compreender a matriz energética é, portanto, um convite à consciência. É olhar para o que nos abastece — e perguntar: a que custo? com que propósito? e com que legado?
Agora, falarei brevemente sobre as fontes de energia mais utilizadas atualmente, sobre fontes emergentes e sobre possíveis fontes que poderão compor a matriz energética no futuro.
Proveniência de Recursos Não Renováveis
Atualmente, mais de 80% das fontes energéticas utilizadas no planeta provêm de recursos não renováveis — uma porcentagem altíssima. Isso inclui petróleo e derivados, carvão mineral e gás natural.
Sobre os Combustíveis Atuais e os Danos que Causam
Entre os diversos usos das fontes energéticas, um dos mais impactantes é o dos combustíveis.
Por isso, gostaria de falar sobre novos combustíveis.
E por que falar sobre isso?
Porque a matriz energética predominante na maioria dos países é baseada em fontes não renováveis, e o objetivo é reduzir a emissão de gases que intensificam o efeito estufa e causam danos à atmosfera — inclusive contribuindo para os buracos na camada de ozônio.
A maioria dos combustíveis não renováveis deriva do petróleo.
Nesse momento, uma garotinha da primeira fila perguntou:
— Se o petróleo causa tantos problemas, por que ele continua sendo usado?
A Ambientalista olhou com carinho para a menina, respirou fundo e fez uma pausa reflexiva antes de responder:
— Essa sua pergunta é excelente. Tão boa que deveria ser respondida pelos líderes dos países, pelos presidentes, congressistas e, especialmente, pelos responsáveis pelas empresas petrolíferas.
Perguntou à menina quantos anos ela tinha. Ela respondeu: 11.
A Ambientalista prosseguiu:
— Penso que, se eles ouvissem essa pergunta vinda de você, vendo o brilho dos seus olhos como eu vejo daqui, talvez dessem uma resposta que surpreendesse a eles próprios.
Mas tentarei responder.
O petróleo e seus derivados dominam o mercado econômico. Em palavras simples: vale muito dinheiro.
Quem controla o petróleo — países, investidores ou empresas — não quer abrir mão dos lucros. Esse é um aspecto.
Outro ponto é que quase tudo hoje depende, de alguma forma, dos derivados do petróleo. E quando há dependência, é como um vício — e abandonar um vício nunca é fácil.
Mas acredito que não seja tão difícil assim. Um bom método para deixar algo para trás é criar um novo hábito, melhor, mais saudável e mais benéfico do que se imagina.
Ela fez uma analogia:
— Imagine alguém que quer parar de comer carne. Só querer não basta. Logo sentirá falta de “alguma coisa”.
Mas se essa pessoa pesquisar novos alimentos, bem temperados, bem-preparados e combinados, pode descobrir sabores e nutrientes que nunca havia considerado.
Ao experimentar com foco em criar novos hábitos, ela pode se encantar com leguminosas, grãos, sementes, frutas, feijão, lentilha, grão-de-bico e oleaginosas como castanhas, amêndoas, amendoim, nozes, gergelim e girassol.
E, ao perceber os benefícios nutricionais e o prazer de comer bem, talvez nem se lembre mais do que deixou de comer. Um novo hábito começa a prevalecer.
Ela fez uma pausa, permitindo que todos assimilassem a analogia, e continuou:
— A predominância dos combustíveis fósseis nos transportes é evidente. O uso de diesel e gasolina é intenso. Ambos são derivados do petróleo, mas o diesel é quatro vezes mais poluente que a gasolina.
Retomando a analogia:
— Acredito que, quando houver uma mudança de hábitos em relação aos combustíveis e fontes de energia, todos sairão ganhando — inclusive economicamente.
Toda nova tecnologia, com o tempo, torna-se mais eficiente, mais barata e mais acessível.
Mudanças Ambientais e Econômicas
Do ponto de vista ambiental, estudos indicam que substituir combustíveis não renováveis por fontes renováveis e sustentáveis é essencial para salvar o meio ambiente. Quando empreendedores e cidadãos perceberem que modelos sustentáveis geram mais lucro, menos custo, menos desperdício, mais eficiência energética, menos dependência e menos impactos na saúde — além de mais acessibilidade para populações carentes — então novos hábitos substituirão os atuais. Ou seja, 'novos combustíveis' substituirão os 'combustíveis atuais'.
Opções energéticas para combustíveis
Exemplos de alternativas menos poluentes já utilizadas em diversos países
Ao longo dos últimos anos, temos testemunhado uma verdadeira revolução na forma como produzimos e consumimos energia. A busca por fontes mais limpas e sustentáveis tem inspirado soluções criativas e eficazes em diversos países.
Hoje, quero compartilhar com vocês alguns exemplos de combustíveis alternativos menos poluentes que já estão sendo utilizados ao redor do mundo — e que representam caminhos reais para uma mobilidade mais consciente e um planeta mais saudável.
Vamos a eles:
- Etanol, produzido a partir da cana-de-açúcar milho ou beterraba. No Brasil, o etanol é amplamente utilizado como combustível veicular, podendo ser misturado à gasolina ou usado puro em motores flex.
- Etanol de segunda geração, feito com resíduos agrícolas como palha e bagaço, ampliando a eficiência sem competir com a produção de alimentos. Esta é outra tecnologia na qual o Brasil está avançando bem e pode apresentar soluções bem interessantes.
- Bioetanol, uma variante obtida por fermentação de biomassa, já presente em alguns países europeus.
- Biodiesel, derivado de óleos vegetais ou gorduras animais, utilizado em frotas públicas e caminhões.
- Eletricidade, que alimenta os veículos elétricos — como os que circulam em cidades como Oslo, onde mais de 80% dos carros novos são elétricos.
- Biogás, gerado a partir da decomposição de resíduos orgânicos, usado em ônibus urbanos e até em carretas de transporte.
- Energia cinética, aproveitada em sistemas de frenagem regenerativa, presente em veículos híbridos.
- Nitrogênio, ainda em fase experimental, mas com potencial para aplicações em transporte refrigerado.
- Energia solar, utilizada em projetos de veículos solares e para recarga de baterias.
- E claro, o hidrogênio, que abordaremos mais adiante, por seu enorme potencial como combustível limpo e eficiente.
Cada uma dessas alternativas representa não apenas uma inovação tecnológica, mas também uma escolha ética e ecológica. São sementes de transformação que já estão germinando em diferentes partes do mundo — e que podem florescer ainda mais com o nosso engajamento.
“E não para por aí, pessoal. A inovação energética está em constante movimento, e novas alternativas vêm surgindo com grande potencial. Vejam só mais alguns exemplos que merecem nossa atenção:
Gasolina Sintética (e-Fuel)
- Produzida artificialmente por meio de reações químicas entre hidrogênio e dióxido de carbono.
- Exemplo: A Porsche já iniciou a produção no Chile, com promessa de reduzir até 90% das emissões de carbono.
- Pode ser usada em motores convencionais, sem necessidade de adaptação.
Diesel Verde (Diesel Renovável)
- Diferente do biodiesel, é quimicamente idêntico ao diesel fóssil, mas feito de matérias-primas renováveis como óleos vegetais.
- Exemplo: Já utilizado em frotas urbanas e aprovado para mistura em qualquer proporção.
Biometano
- Versão purificada do biogás, com alto poder calorífico.
- Exemplo: No Brasil, uma empresa de cosméticos, a Natura, utiliza biometano em sua frota de carretas, com a expectativa de reduzir as emissões de gases poluentes em até 85% no transporte de cargas.
Combustível à base de lactose
- Sim, até o leite pode virar energia! Pesquisas experimentais já transformaram lactose em combustível líquido.
- Ainda em fase de testes, mas mostra como a criatividade pode gerar soluções surpreendentes.
Essas alternativas mostram que a transição energética não depende de uma única solução, mas sim de um conjunto de tecnologias que podem ser adaptadas às realidades locais. O importante é manter o foco na redução de impactos ambientais e na promoção de uma economia circular e regenerativa.
Após compartilhar aquelas informações com entusiasmo contagiante, a Ambientalista respirou fundo, olhou para o público com firmeza e disse:
— Como amante do ambientalismo, acredito que cada avanço tecnológico representa uma oportunidade de reconexão com o planeta. E que o conhecimento, quando compartilhado com generosidade, torna-se luz que nos guia nessa jornada coletiva.
Fez uma breve pausa, e então continuou:
— Diante do que estamos presenciando, acredito sim que é possível acelerar a diversificação da matriz energética, ampliando o uso de fontes e combustíveis mais sustentáveis em escala global.
— E quando isso acontecer de forma predominante — gerando novas oportunidades econômicas, empregos dignos e resultados muito além do que hoje imaginamos — estaremos diante de um novo patamar para a humanidade. Um tempo de maior consciência, de mais plenitude, e de uma harmonia renovada entre seres humanos e o meio ambiente.
PRODUÇÃO ENERGÉTICA – INDO ALÉM DOS COMBUSTÍVEIS
A Ambientalista dirigiu-se ao público com seu olhar firme e voz serena:
“Vamos seguir adiante em nossa jornada de reflexão. Agora, gostaria de falar sobre a produção de energia — indo além dos combustíveis convencionais.”
Na prática, o que observamos atualmente é que a geração de energia, em grande parte, ainda está fortemente atrelada ao uso de combustíveis fósseis. E entre eles, o carvão mineral ocupa o topo da lista quando o assunto é emissão de gases de efeito estufa.
Mesmo com toda a pressão internacional contrária, ainda existem projetos de instalação de novas usinas a carvão em andamento — especialmente em países em desenvolvimento, como China e Índia, mas também em nações desenvolvidas da Europa e nos Estados Unidos.[1]
A Ambientalista fez uma breve pausa, como quem convida à reflexão, e então continuou:
“É surpreendente, não é? Em pleno século XXI, com tantos alertas científicos e evidências dos impactos climáticos, ainda insistimos em caminhos que nos afastam da regeneração planetária.”
Ela então apontou para um gráfico projetado ao fundo, indicando uma fonte confiável: Sugestão para quem quiser acompanhar esses dados de perto: a organização sem fins lucrativos Global Energy Monitor[[2]] acompanha projetos energéticos em todo o mundo.
[1] https://www.ecodebate.com.br/2024/07/29/impactos-ambientais-e-sociais-das-termeletricas-a-carvao/
[2] Sugestão de Fonte a visitar aos leitores : Global Energy Monitor: organização sem fins lucrativos que acompanha projetos de energia ao redor do mundo.[6]
Mas o carvão não é o único vilão. Há uma prática ainda mais preocupante: o fracking — técnica utilizada para extrair gás natural do subsolo. Esse processo envolve provocar explosões subterrâneas para fraturar rochas, facilitando a liberação do gás. Para isso, são injetados solventes químicos, água e areia sob altíssima pressão.
Estudos indicam que o fracking pode liberar metano em níveis até 25 vezes mais poluentes que o dióxido de carbono (CO₂), agravando ainda mais o efeito estufa.
A Ambientalista então se voltou ao público com expressão de pesar:
“Os responsáveis por essas decisões — sejam líderes governamentais ou apoiadores dessas práticas — parecem não perceber o mal que estão causando ao planeta e à própria humanidade, da qual fazem parte. Esquecem que os prejuízos não são distantes: podem afetá-los diretamente, ou a seus descendentes. E nisso, incluímos toda a raça humana.”
Efeitos Colaterais
Os combustíveis fósseis são grandes emissores de gases poluentes na atmosfera, diretamente ligados ao efeito estufa e ao aquecimento global.
Esses e outros problemas ambientais decorrem de escolhas políticas e da adoção de modelos energéticos que ignoram os impactos desastrosos no subsolo, afetando inclusive os aquíferos e mananciais naturais — verdadeiras riquezas do planeta.
Sem mencionar a poluição de rios, lagos, oceanos, cidades e da própria atmosfera.
Há hábitos que desenvolvemos e consideramos normais, mas que, na verdade, são armadilhas que criamos — e que demoram a ser percebidas como causadoras de danos irreparáveis ao planeta.
O palco das decisões ou ‘o palco das omissões’?
O problema é de longo prazo. Mas o que chamamos de “longo prazo” pode bater à nossa porta antes do que imaginamos.
Há décadas, alertava-se sobre o risco do aumento da temperatura da Terra, prevendo-se que isso ocorreria apenas em um futuro distante. Assim, surgiram os acordos climáticos, com metas e compromissos assumidos por diversos países.
Mas o que aconteceu?
Poucos países cumpriram suas metas. Na prática, vemos um planeta agonizando em meio a tragédias climáticas: florestas e milhares de espécies sendo dizimadas; populações afetadas por ondas de calor e frio, estiagens, secas, incêndios florestais, chuvas devastadoras, enchentes, deslizamentos, vendavais, ciclones, tornados e furacões.
Tudo isso poderia ter sido evitado — ou ao menos atenuado — se os países signatários tivessem cumprido seus compromissos. O aumento da temperatura, previsto para o “longo prazo”, chegou antes e já é parte da realidade planetária.
O mais grave é que alguns dos principais países, que se propõem a liderar o mundo, conscientemente e deliberadamentese opuseram — e ainda se opõem — à adoção de várias medidas propostas nos acordos. Ao fazerem isso, não apenas agravam os problemas atuais, como também aniquilam qualquer chance de sucesso das próximas gerações.
Na prática, a omissão de líderes e a falta de investimentos em cuidado e controle ambiental — incluindo a formação e valorização de profissionais da área — geraram uma enorme lacuna entre promessas não cumpridas e a realidade atual.
Portanto, a causa das crises climáticas não é natural. Muitos dos principais responsáveis pelos eventos catastróficos em série que o planeta enfrenta ainda estão no palco das decisões — ou, talvez seja mais justo dizer: no palco das omissões.

PARTE 3 – A Primeira Realidade
Tendo dado uma pincelada sobre Aquecimento Solar, Efeito Estufa, Camada de Ozônio e sobre a nossa Matriz Energética gostaria agora de adentrar uma das três realidades mencionadas no início — aquela que diz respeito às constatações que as ciências têm nos revelado.
Falarei sobre alguns temas que vêm sendo acompanhados de perto por cientistas e que estão diretamente relacionados ao meio ambiente.
Constatações Científicas (Primeira Realidade)
As ciências nos oferecem uma ampla gama de informações, e muitas delas apontam para riscos sérios: extinção de espécies, degradação crescente do solo, piora nos níveis de poluição do ar, aumento das taxas de desmatamento, redução dos recursos hídricos — entre outras constatações que deveriam receber atenção urgente de todos que se preocupam com a preservação do planeta.
São inúmeros os impactos ambientais que vêm sendo registrados há décadas — e que se intensificam dia após dia.
Na grande tela ao fundo do palco, quatro imagens surgiram em sequência:
- Um cientista coletando água turva de um rio
- Um lixão a céu aberto
- Um mega congestionamento no início da noite, com milhares de carros em uma grande cidade
- Crianças esqueléticas sobre o chão de terra, rodeadas por uma missionária com uma criança magérrima no colo
A Ambientalista observava as imagens. E, como que convidando o público a não apenas vê-las, mas senti-las, comentou:
— A primeira imagem mostra alguém coletando água de um rio. Como essa pessoa, há muitos missionários da ciência e da tecnologia que, de forma discreta, trabalham pela melhoria do nosso planeta.
— A segunda imagem retrata uma cena comum em muitas cidades: milhares de carros em um engarrafamento, a maioria com apenas uma pessoa dentro. São boas pessoas, que provavelmente gostariam de estar em casa com suas famílias. Mas estão ali, presas no trânsito — e, sem querer, contribuindo para poluir as cidades onde vivem.
— E a última imagem nos lembra que nosso planeta e todos os seus habitantes precisam de amor e respeito humano, para que o presente e o futuro não sejam cruéis demais — especialmente para os mais vulneráveis, que são sempre os primeiros a sofrer com qualquer crise, inclusive a climática.
Ela fez uma pausa. Um silêncio se instalou, como se desse ao público a chance de absorver os sentimentos que aquelas imagens despertavam. Então, lançou a pergunta:
— O que está acontecendo no mundo hoje?
Nosso estilo de vida tem afetado a saúde do planeta. O problema é claro: estamos poluindo a Terra e comprometendo seu funcionamento natural.
Tudo o que fazemos envolve o uso de recursos naturais. As perguntas que devemos nos fazer são:
- Estamos fazendo bom uso dos recursos naturais disponíveis?
- Estamos utilizando esses recursos de forma consciente e minimamente inteligente?
A resposta é: não.
E por que não?
Porque nossas ações estão impedindo os sistemas naturais do planeta de nos proteger e de garantir condições adequadas para a vida.
Um exemplo simples é o aumento das temperaturas, que provoca desequilíbrios na natureza e altera o comportamento da atmosfera — gerando ondas de calor intensas, frio extremo, secas prolongadas, chuvas volumosas, enchentes e deslizamentos. E isso é apenas parte do problema.
No telão, agora, surgiam imagens de enchentes e deslizamentos.
Essas imagens ilustravam a pergunta: o que está acontecendo no mundo hoje?
E então, ela lançou a próxima pergunta…
AONDE QUEREMOS CHEGAR?
Para responder a essa pergunta, convido vocês a assistirem a um trecho de menos de um minuto de um filminho. No telão, surgiu uma cena de um desenho animado baseado no livro Alice no País das Maravilhas[Nota7].
Naquela parte, Alice pergunta ao Gato: — Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
O Gato responde: — Isso depende muito de para onde queres ir.
Alice então diz: — Eu não sei para onde quero ir.
E o Gato conclui: — Sendo assim, qualquer caminho serve.
O desenho foi interrompido, e a última frase permaneceu na tela. A Ambientalista retomou a fala:
— É sobre isso que estamos conversando hoje. Se não sabemos aonde queremos chegar, o que nos espera?
Após uma breve pausa, continuou:
— Quando pensamos em líderes conscientes, que acreditam em um mundo melhor, imagino que eles ponderam sobre os caminhos que suas escolhas irão tomar, certo?
— Então, podemos dizer que esses líderes optariam por soluções energéticas que contribuam para um planeta mais sustentável — e não por opções que prejudiquem o planeta e causem problemas para todos que nele vivem. Concordam?
E, voltando o olhar para as crianças nas duas primeiras fileiras do auditório, concluiu com firmeza e ternura:
É isso o que todos esperam de líderes conscientes!
E vocês são os líderes de amanhã!
TEMAS RELEVANTES [Nota dos temas]
Alguns momentos se passaram.
No grande telão ao fundo do palco, surgiu a imagem de um belo parque em um dia ensolarado, com grupos de pessoas: crianças brincando, jovens e adultos se divertindo, alguns lendo, outros tocando música ao ar livre, e outros apenas sentados ou deitados entre gramados, jardins e árvores.
A imagem transmitia uma sensação de harmonia.
A Ambientalista — de costas para o público e olhando para o telão, como se sentisse parte daquela cena — comentou:
— Nós e a natureza… que bela combinação quando há harmonia!
Logo após essas palavras, enquanto a imagem ao fundo era substituída por outra — do belíssimo Lago Louise, que tanto encantara Ferhélin — a Ambientalista voltou-se para o público e disse:
— Agora, gostaria de falar um pouco sobre os trabalhos desenvolvidos por pesquisadores e cientistas que têm dedicado suas vidas a estudos sobre os ecossistemas, mudanças climáticas, eventos climáticos extremos, aumento da temperatura global, degradação de habitats naturais e diversos outros aspectos que impactam o equilíbrio ambiental da Terra.
1 Tema que mais toca meu coração: a água!
Dentro do escopo das constatações científicas, começarei pelo tema que mais toca meu coração: a água.
Sabemos que aproximadamente 70% da crosta terrestre do nosso planeta é coberta por água. Desse total, cerca de 97% são de água salgada — presente nos oceanos e mares — e apenas 3% são de água doce. Dentro dessa pequena porcentagem, 2% estão nas geleiras. Ou seja, apenas 1% de toda a água do planeta está disponível para o consumo humano.
Rios, lagos e aquíferos subterrâneos são os recipientes dessa maravilha que é a água potável — que abastece e alimenta todos: humanos, aves, animais, frutos, vegetais, flores, plantas, florestas e tudo o que vive na superfície do planeta.
Mas o que está acontecendo?
Estamos poluindo as águas superficiais do planeta. Jogamos lixo, esgoto e sujeira nos nossos rios e lagos.
No telão, surgiu a triste imagem de um rio poluído, com esgoto chegando até seu leito, coberto por espuma e garrafas plásticas.
Sabemos que a demanda por água é crescente em todo o mundo. E também sabemos que, em várias regiões do planeta, há escassez de água potável. Essa é uma constatação preocupante: os níveis de água potável estão se aproximando de limites críticos — e, em muitos casos, já ultrapassaram o que é considerado seguro.
Parece insano, mas é o que está acontecendo: estamos tornando insalubres as fontes de água potável disponíveis — a água que alimenta, que cura, que é sagrada para os povos originários das florestas, mas que parece ser tratada como inimiga pelas sociedades que se consideram “cultas”, “desenvolvidas” ou “em desenvolvimento”.
E com essa realidade, surge uma armadilha silenciosa: nossa relação com a água.
Ao tornar insalubres as fontes superficiais — rios e lagos — o que nossas sociedades, que se consideram inteligentes, começaram a fazer?
Começaram a utilizar a água dos aquíferos.
Ao dizer isso, a Ambientalista fez uma pausa para beber um copo de água, saboreando-a com reverência.
“O que são os Aquíferos?”
A Ambientalista sorriu com a pergunta e respondeu:
— Imagine imensas “caixas d’água” naturais que existem no subsolo do planeta. Elas estão entre 50 e 1800 metros de profundidade. Além dessas caixas, há grandes “esponjas naturais” — sedimentos porosos e permeáveis que absorvem a água no interior da terra.
Essas águas - das 'imensas caixas d'água do subsolo'e as águas que estão nas 'grandes esponjas naturais' do subsolo são as águas que formam os aquíferos.
E que águas são essas? São parte das águas denominadas águas subterrâneas.
Essas ‘imensas caixas d’água‘ se distribuem em formações geológicas subterrâneas e recebem águas que se infiltram desde mais de 100 mil anos atrás. São ‘recipientes naturais geológicos’ que armazenam e transportam água e que formam o que chamamos de aquíferos.
Os aquíferos constituem riquezas naturais extraordinárias e de valor incalculável.
Olhando para a garotinha, a Ambientalista perguntou:
— Consegui ser clara? Deu para entender o que são os aquíferos?
A menina sorriu e disse que sim.
Voltando-se ao público, a Ambientalista prosseguiu:
— Com a água superficial atingindo níveis críticos, devido à poluição, qual foi a solução adotada pelas sociedades “desenvolvidas”? Começaram a usar as águas subterrâneas.
A princípio, parece uma boa ideia. Mas há um problema.
Em tempos normais, o ciclo natural fazia com que a água da chuva se infiltrasse e abastecesse os aquíferos. Mas com o aumento da temperatura global acima das piores previsões, há menos chuvas. E outro agravante: a água das poucas chuvas evapora mais rápido, antes de se aprofundar no solo — e não chega aos aquíferos.
Olhando para as crianças da primeira fila, ela perguntou:
— Vocês percebem o que está acontecendo?
Algumas assentiram com a cabeça, outras disseram “sim”, e um garotinho acrescentou:
— As “caixas d’água” começam a esvaziar!
A Ambientalista sorriu e respondeu:
— Sim, os volumes das caixas d’água da natureza estão baixando.
E acrescentou:
— Essa ocorrência está sendo constatada por especialistas. Os volumes dos aquíferos estão diminuindo. E mais: se a exploração não for feita corretamente, essas águas podem ser contaminadas. Ou seja, podemos poluir também os aquíferos.
Alguns acham que o esvaziamento não é um problema, pois acreditam que levaria muito tempo para secar. Mas os cientistas ambientais alertam: com menos chuvas e mais evaporação, há mais água saindo do que entrando em vários aquíferos.
Finalizando sua fala sobre a água, a Ambientalista concluiu:
— O fato é que deveríamos cuidar melhor das águas superficiais — despoluindo, limpando e embelezando nossos rios e lagos.
Finalizando sua fala sobre a água, a Ambientalista concluiu:
— O fato é que deveríamos cuidar melhor das águas superficiais — despoluindo, limpando e embelezando nossos rios e lagos.
— E deveríamos usar as águas dos aquíferos apenas onde não há outra opção melhor. A ideia é simples: vamos deixar nossos aquíferos quietos, acumulando suas águas.
[Notas]
Sugestões de leitura- https://www.bbc.com/portuguese/brasil-60962619
e
https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/10/11/chuvas-nao-estao-sendo-suficientes-para-repor-volume-de-agua-do-aquifero-guarani-diz-estudo.ghtml#
e
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/aquifero-guarani-aguas-subterraneas-tambem-estao-em-risco.htm#:~:text=Com%20a%20poluição%20das%20águas,reposição%20natural%20que%20eles%20têm.
2. Desmatamento – mau uso da terra
No telão, uma nova imagem aparecia, agora de uma clareira vista de cima em meio à floresta. Ao redor da clareira, árvores, mas em meio à clareira, o chão de terra com troncos de árvores já no chão sendo empurrados por imensos tratores.
Observando aquela imagem, a Ambientalista comentou:
– O desmatamento é um dos mais relevantes problemas ambientais de nossa história.
Devastar florestas e exaurir recursos naturais em nada combinam com atitudes inteligentes. Ainda assim, o ser humano se considera inteligente. Será mesmo?
Será que uma sociedade inteligente ignoraria a exploração abusiva dos recursos que a natureza provém, provocando o comprometimento do equilíbrio do planeta e aniquilando os ecossistemas que sustentam a vida no planeta em que vivem?
Fazendo uma pausa enquanto fazia uma varredura com seu olhar, que pareceu percorrer todo o auditório, ela disse:
– O mau uso da terra começa com pequenas escolhas que podem parecer inofensivas.
Pode começar com a escolha de ‘cimentar’ um quintal ou de cortar uma árvore.
Quando as pessoas optam por ações assim, elas não lembram dos passarinhos que poderiam frequentar aquele ambiente ou mesmo que poderiam criar outros animaizinhos lá.
As pessoas se esquecem até mesmo do fato que seus filhos poderiam andar descalços ou brincar na ‘terra’ ou nos gramados daqueles quintais. Então, os simples atos de cimentar um quintal ou cortar uma árvore, em muitos casos, constituem um exemplo de mau uso da terra.
Outro exemplo de como fazer mau uso da terra é o da canalização dos rios e córregos. Essas escolhas têm impactos negativos no meio ambiente.
Parece que não é grande coisa canalizar um rio, mas quando isso acontece, a velocidade da água aumenta, e intensifica o seu poder de destruição. E quando de chuvas torrenciais, o que ocorre com a águas que se espalhavam nas áreas de escape que deixaram de existir e passaram a ser ocupadas por moradias ou construções?
Isso sem contar que, em muitos casos, aquelas águas – agora ‘escondidas’ podem sofrer as consequências do saneamento inadequado naquelas áreas, recebendo esgoto e lixo que são descartados de maneira indevida.
Fazendo uma breve pausa na sua fala, olhando para todos na plateia ela perguntou:
– o que vocês acham que acontece com os peixes, pássaros e vegetação daqueles córregos e rios que são ‘escondidos’ sob o asfalto?
Após uma breve pausa, ela mesmo respondeu: há a extinção deles naqueles ambientes que deixaram de existir.
A 'naturalização' do desmatamento e da transformação de ecossistemas, seja para fins agrícolas ou melhorias urbanas deve ser revista. Escolhas sempre podem ser feitas, mas uma visão mais consciente se faz necessária.
Mais à frente, vou falar sobre outros tipos de mau uso da terra, como o desmatamento em grande escala de matas e florestas. Agora, vou falar um pouco sobre a extinção de espécies.
3. Extinção de inúmeras espécies
No telão ao fundo do palco aparecia uma nova sequência de imagens de animais em seus habitats naturais – um grupo de golfinhos no oceano; um jacaré num rio; pássaros voando em uma formação em ‘V’ no céu; borboletas num jardim e um garotinho brincando com um cachorro num quintal gramado de uma casa.
A Ambientalista acompanhava a sequência de imagens sem nada dizer.
Após um tempo ela, voltando-se para o público presente, continuou sua fala:
– Segundo os cientistas, o planeta Terra tem 4,5 bilhões de anos de vida. Neste período, inúmeras transformações ocorreram e houve a extinção de várias espécies que viveram neste planeta.
A extinção de espécies é um processo que sempre existiu em nosso planeta – obedecendo os ciclos de vida e de existência naturais, mas o que podemos observar nos últimos tempos?
O processo de extinção de inúmeras espécies tem sido intensificado pela ação humana.
Uma das práticas que mais contribuem para isso é o descarte inadequado de lixo na natureza — em riachos, rios, lagos, mares, matagais, terrenos baldios ou lixões a céu aberto.
Muitas pessoas — sejam cidadãos, empreendedores ou gestores públicos — ignoram que o descarte de resíduos sólidos sem tratamento ou segregação, sem medidas de segurança ambiental e sanitária, causa graves impactos ao meio ambiente e à saúde pública.
A poluição, em suas diversas formas, é um dos principais fatores de destruição de habitats naturais — e essa destruição leva à extinção de espécies.
Muitos ignoram que a extinção de espécies tem vários desdobramentos; dentre eles o surgimento e a proliferação de doenças.
De fato, algumas espécies animais atuam como barreira para doenças e infeções e o desaparecimento daquelas espécies favorece a proliferação de doenças.
Caça Ilegal — Silêncio nos Ecossistemas
A caça ilegal é uma das práticas mais devastadoras para a vida selvagem — e uma causa direta da extinção de inúmeras espécies ao redor do mundo.
Motivada por interesses econômicos, tráfico de animais exóticos, comércio de partes corporais e até por tradições culturais desatualizadas, essa atividade coloca em risco não apenas os animais caçados, mas todo o equilíbrio ecológico dos habitats em que vivem.
Cada espécie retirada do seu ambiente natural representa uma perda irreparável. A extinção de um animal não é apenas o fim de uma vida: é o rompimento de uma teia complexa de relações que sustenta a biodiversidade. Predadores ficam sem presas, herbívoros se multiplicam sem controle, e os ciclos naturais se desestabilizam.
A cadeia alimentar, construída ao longo de milênios, começa a se fragmentar. E com ela, o próprio ecossistema entra em colapso silencioso — muitas vezes invisível aos olhos humanos, mas profundamente sentido pela Terra.
Além disso, a caça ilegal frequentemente envolve métodos cruéis e destrutivos, que não respeitam os ciclos de reprodução, os períodos migratórios ou os vínculos sociais entre os animais. É uma violência que se perpetua em silêncio, longe dos holofotes, mas com consequências globais.
Proteger a fauna silvestre é proteger a própria vida. Cada animal preservado é uma nota que permanece na sinfonia da natureza. E cada espécie extinta é um silêncio que se instala — um vazio que não pode ser preenchido.
A Ambientalista, com olhar firme e voz serena, nos convida a refletir: — Que tipo de legado queremos deixar? Um planeta empobrecido pela ganância, ou um mundo vibrante, onde a vida pulsa em todas as suas formas?
FONTES: The Impact of Poaching on Endangered Species, The Harmful Effects of Illegal Hunting – FAPESP, Officials Crack Down on Illegal Hunting in Punjab
Pesca Predatória — O Silêncio das Águas
A pesca predatória é uma prática que ameaça profundamente os ecossistemas aquáticos e a biodiversidade marinha. Ela inclui métodos destrutivos e irresponsáveis, como:
- Uso de explosivos
- Emprego indiscriminado de redes de arrasto
- Pesca em períodos proibidos, como épocas de reprodução
- Captura de espécies ameaçadas de extinção
Essas ações resultam na morte de milhares de peixes — incluindo espécies em risco e animais que não são o alvo da pesca, mas que acabam capturados e mortos de forma leviana, como tartarugas, golfinhos e tubarões.
O impacto vai além da fauna marinha. O declínio populacional de diversas espécies afeta diretamente a subsistência de comunidades ribeirinhas e a segurança alimentar de populações costeiras que dependem da pesca artesanal para sobreviver.
A destruição silenciosa dos mares compromete o equilíbrio ecológico, rompe cadeias alimentares e empobrece os oceanos — que são verdadeiros pulmões do planeta.
A Ambientalista, com olhar atento e voz firme, nos convida a refletir: — Que tipo de relação queremos manter com as águas que nos sustentam? Uma relação de exploração cega ou de respeito profundo? [Nota[1] ]
Extinção de Espécies — Um Chamado à Consciência
O descarte irresponsável de lixo na natureza, a pesca predatória e a caça ilegal são práticas que precisam ser urgentemente revistas e combatidas.
Não é admissível que, em plena era da informação e da consciência ambiental, tais condutas sejam naturalizadas e continuem a fazer parte da nossa realidade cotidiana.
A extinção de espécies não é um fenômeno distante — é uma consequência direta das escolhas humanas. Cada animal perdido representa um elo rompido na cadeia da vida, um alerta silencioso sobre os limites que estamos ultrapassando.
Mudanças de atitude são urgentes. Medidas corretivas precisam ser implementadas com firmeza e responsabilidade. É hora de transformar indignação em ação, e consciência em compromisso.
Preservar a biodiversidade é preservar a nós mesmos.
[1] Nota: Fontes 1: How Overfishing Contributes to the Decline of Predator Species , Marine Biodiversity and Predatory Fishing Impacts , Frontiers in Marine Science – Top Predator Status and Trends
Fontes 2 : How Animal Extinction Affects the Environment, The Crisis of Biodiversity: Causes and Consequences, UN Report on Co-Extinctions and Biodiversity Collapse
Fontes 3: The Crisis of Biodiversity: Causes and Consequences, UN Report on Co-Extinctions and Biodiversity Collapse, How Animal Extinction Affects the Environment [[1]]
Síntese do tópico:
O descarte de lixos na natureza, seja em riachos, rios, lagos e mares ou matagais, terrenos ou lixões a céu aberto tem que ser revisto. A pesca e caça ilegal devem ser impedidas.
Não é possível que, em sã consciência, tais realidades sejam 'naturalizadas' e continuem a fazer parte de nossas vidas. Mudanças de atitude devem ocorrer e medidas corretivas têm que ser implementadas.
4 Uso excessivo de fertilizantes e pesticidas
— A Contaminação Invisível
Um dos temas que mais preocupa os cientistas ambientais é o uso indiscriminado de agrotóxicos (pesticidas) na agricultura, aplicados para controlar pragas, doenças e plantas invasoras.
A principal questão levantada pelos estudiosos diz respeito às substâncias químicas utilizadas nesse controle. O alerta é claro: os componentes tóxicos presentes nos pesticidas comprometem a qualidade dos lençóis freáticos e afetam diretamente a saúde humana — podendo causar câncer, infertilidade, doenças renais e cardíacas.
Na prática, o uso de pesticidas sempre envolve algum grau de risco, que varia conforme a toxicidade dos ingredientes e a frequência de exposição. Mesmo sem intenção, certos compostos podem contaminar o solo, a atmosfera e os recursos hídricos, prejudicando plantas, animais e pessoas.
Em muitos casos, há desconhecimento sobre os efeitos nocivos da exposição prolongada a agentes químicos, que afetam não apenas a qualidade da água e dos ecossistemas aquáticos, mas também provocam desequilíbrios ambientais e sérios problemas de saúde pública.
Ignora-se que os pesticidas se dispersam pelo vento e pela chuva, degradando o solo, envenenando a água e contaminando o ar.
Assim também são os pesticidas: eficazes contra pragas, mas devastadores para o ambiente e para a vida.[1]
O objetivo inicial — eliminar pragas — até pode ser alcançado. Mas os efeitos colaterais são vastos e muitas vezes invisíveis. Como numa analogia: usar um canhão para matar pernilongos dentro de casa. O disparo pode até eliminar os insetos, mas destruiria a casa inteira.
[1] Fontes: UNEP Report on Environmental and Health Impacts of Pesticides and Fertilizers, Earth.Org – The Environmental and Health Impacts of Pesticides
5 Microplásticos: A Poluição que Não Vemos
— Contaminação Microscópica, Consequências Gigantes
Uma das constatações mais preocupantes entre os estudiosos do meio ambiente diz respeito aos microplásticos — pequenas partículas plásticas originadas do descarte inadequado de garrafas, embalagens, brinquedos e inúmeros outros produtos.
Esses materiais não se decompõem naturalmente. Segundo estimativas de órgãos ambientais, podem levar de 200 a 600 anos para se decompor no meio ambiente.
Com o tempo, passam por um processo de fragmentação, gerando os microplásticos — invisíveis a olho nu, mas capazes de causar danos imensos. Essa fragmentação ocorre com a ação da chuva, das ondas do mar e dos ventos.
Não é exagero afirmar: os microplásticos estão nos oceanos, na terra que cultivamos, no ar que respiramos, nos alimentos que consumimos — e já chegaram aos nossos corpos.
O descarte, quando visto isoladamente, pode parecer insignificante. Mas, na prática, resulta em uma quantidade colossal de microplásticos nos mares, alterando a composição das águas, afetando ecossistemas e colocando em risco a saúde humana.
Respirando fundo, enquanto dirigia seu olhar ao público, a Ambientalista complementou:
— Já há uma imensa quantidade de microplásticos nos nossos oceanos, na terra e no ar. A Mãe Terra já nos deu inúmeros alertas. É momento de acordar, concordam?
Na prática, o que vemos é que os atos inconscientes de quem descarta indevidamente acabam gerando desdobramentos cujos efeitos retornam aos próprios responsáveis — mas não apenas a eles: afetam todos os seres vivos e tudo que pulsa na natureza.[1]
[1] Fontes: Environmental impacts of microplastics in aquatic systems, Microplastics found in human blood, placenta, and organs Systematic review on microplastics and public health, https://www.yahoo.com/news/articles/scientists-alarming-discovery-health-impact-101513788.html
6. Acidificação dos oceanos — O Alerta Invisível
Na tela ao fundo, surgia uma imagem aérea de águas em tons magníficos. A Ambientalista olhou para o público e perguntou com leveza:
— Vocês já ouviram falar em “pH”?
Alguns responderam que sim, outros que não, mas a maioria permaneceu em silêncio. Ela então prosseguiu:
— O pH é uma escala que indica o grau de acidez. Dependendo do pH, um solo pode ter mais ou menos nutrientes. Por isso, ele é importante para a agricultura — e essencial para a qualidade da água.
— Se a água de um rio ou oceano estiver mais ácida do que o normal, pode haver mortandade de peixes, golfinhos e baleias. E isso afeta também os ecossistemas de corais.
Na tela, agora, aparecia uma imagem de dominós.
— Sabe aquela brincadeira em que colocamos as pedras de dominó em pé, uma ao lado da outra? E, ao tocarmos uma delas, todas começam a cair?
— A natureza funciona assim. Se uma parte dela é afetada, outras começam a sofrer as consequências também.
— É fácil perceber isso em nosso corpo, não é? Uma pequena dor em um ponto específico pode afetar como agimos, andamos, falamos, dormimos…
— Na natureza é assim também. Os oceanos e rios são como o “sangue” que circula em nosso corpo. Se algo provoca um desequilíbrio ou compromete a saúde desse “sangue”, todo o corpo é afetado. Não é assim que funciona?
— Pois bem, os cientistas têm observado um aumento na acidez dos oceanos. E o que tem causado esse aumento?
— Lembram do gás carbônico? O famoso CO₂?
— É o gás produzido pela queima de combustíveis fósseis — como petróleo, gás natural, carvão mineral e betume.
— Esse gás também é responsável pela acidificação dos oceanos, provocando mudanças no pH da água e afetando corais, peixes, golfinhos, baleias e toda forma de vida marinha. Isso leva à perda de biodiversidade.
Na prática, a acidificação do oceano contribui para as mudanças climáticas. A água mais ácida, além de causar mortandade nos seres vivos marinhos, também reduz a capacidade dos oceanos de absorver o gás carbônico da atmosfera.[1]
Observação:
- pH entre 6 e 7: água neutra — não causa danos, mas também não oferece benefícios.
- pH ideal para a saúde humana: acima de 7.
- pH entre 7 e 10: água alcalina — considerada ideal para o bem-estar.
[1] Fontes: THRIVE Project – Impacts of Ocean Acidification, UNEP – Ocean Acidification and Marine Biodiversity, Ecologic Life – How Ocean Acidification Affects Marine Biodiversity
7. Fuligem, Fumaça e Poeira
– Aerossóis na Atmosfera que causam Danos.
Na tela, surgia a imagem de imensas chaminés expelindo fumaça. Dirigindo-se ao público, a ambientalista perguntou: — Vocês sabem o que são os aerossóis? E ela mesma respondeu: — São pequenas partículas finíssimas que permanecem suspensas no ar por algum tempo e podem ser transportadas pelas correntes de vento.
Existem aerossóis naturais, produzidos pelas florestas; aerossóis marinhos, como o sal do oceano; aerossóis do solo, como a poeira; e aerossóis poluentes, derivados da atividade humana.
O problema está nos aerossóis poluentes, pois eles interferem na atmosfera, no clima e na saúde.
A fuligem que vemos nas grandes cidades é formada por partículas mais pesadas, que descem ao solo; já as mais leves permanecem no ar, na forma de fumaça. Ambas causam prejuízos à natureza, à saúde humana e à dos animais.
Alguns aerossóis absorvem radiação, provocando o aquecimento da atmosfera. Outros refletem os raios solares, contribuindo para o resfriamento da Terra. Ou seja, os aerossóis poluentes influenciam diretamente os fenômenos climáticos do planeta.
Tudo está interligado — e pela atmosfera essa interligação se torna ainda mais evidente.
Um exemplo claro é o da fuligem transportada pelo ar após erupções vulcânicas. Todos se lembram das notícias de países inteiros sendo afetados. Alguns recordarão os episódios em que aviões foram proibidos de voar em toda a Europa, da Inglaterra à Rússia, por causa das cinzas lançadas por um vulcão na Islândia.
Da mesma forma, uma cidade poluída, além de afetar seus próprios cidadãos, pode impactar toda uma região.[1]
[1] Fontes Científicas Consultadas: Foxall, M. Aerosols in the Atmosphere: Impacts on Climate and Air Quality. Journal of Earth Science & Climatic Change, 2024. PDF, World Meteorological Organization. Aerosol Research – GAW Programme. wmo.int, Springer Nature. Atmospheric Aerosols: Properties and Climate Impacts. Springer
Considerações sobre os Temas Relevantes
[Considerações sobre os temas relevantes]:
Os sete tópicos enumerados em Temas Relevantes, no capítulo Realidade 1 – Constatações Científicas, foram inspirados pela leitura de estudos realizados por pesquisadores do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático (PIK) [12].
Esses temas foram baseados nos limites planetários propostos pelo cientista Johan Rockström, diretor do PIK, em 2009.
Desde então, cientistas têm acompanhado esses limites, ressaltando sua influência nas mudanças globais e nos impactos climáticos que afetam nosso planeta. Em 2025, o relatório Planetary Health Check revelou que sete dos nove limites planetários já foram transgredidos: Mudança Climática, Integridade da Biosfera, Mudança no Uso da Terra, Uso de Água Doce, Fluxos Biogeoquímicos, Novas Entidades e Acidificação dos Oceanos (este último ultrapassado pela primeira vez em 2025). Apenas a camada de ozônio e a carga de aerossóis ainda permanecem dentro da zona segura.
Os sete tópicos apresentados no subcapítulo Temas Relevantes foram inspirados nos nove limites planetários acompanhados pelo instituto e fazem parte das constatações apontadas pelos estudiosos como de grande relevância. Cada um deles possui importância significativa e merece atenção especial.
Neste minilivro, a relação dos temas serviu apenas como inspiração e foi desenvolvida de forma livre, não abrangendo todos os limites planetários acompanhados pelo conceituado Instituto de Pesquisas.
Para estudo e informações detalhadas sobre os limites planetários (Planetary Boundaries) e outras contribuições científicas relevantes, recomenda-se visitar o site do Instituto Potsdam.
Fontes que inspiraram o subcapítulo ‘Temas Relevantes’:
– https://www.pik-potsdam.de/en/output/infodesk/planetary-boundaries
– https://www.pik-potsdam.de/en/news/latest-news/earth-exceed-safe-limits-first-planetary-health-check-issues-red-alert – Importante estudo liderado pelo cientista Johan Rockström do Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK)
– Potsdam Institute for Climate Impact ResearchSeven of nine planetary boundaries now breached – ocean acidification …https://www.pik-potsdam.de/en/news/latest-news/seven-of-nine-planetary-boundaries-now-breached-2013-ocean-acidification-joins-the-danger-zone
– Stockholm Resilience CentreSeven of nine planetary boundaries now breachedhttps://www.stockholmresilience.org/news–events/general-news/2025-09-24-seven-of-nine-planetary-boundaries-now-breached.html
– www.planetaryhealthcheck.orgPlanetary Health Check – Our planet’s vital signs are flashing redhttps://www.planetaryhealthcheck.org/

PARTE 4
(Segunda realidade)
Agora, gostaria de adentrar o tema de uma segunda realidade relacionada ao meio ambiente, mencionada no início de nossa conversa.
Na tela ao fundo, surgiu a imagem de um incêndio florestal, com um animal encurralado em meio ao fogo que consumia tudo ao redor. Na parte inferior da imagem, lia-se o título: “Crimes Ambientais”, tema que seria abordado a seguir.
Voltando sua atenção ao público, a Ambientalista prosseguiu:
Crimes Ambientais
— Vocês sabiam que os crimes ambientais estão no pódio dos crimes mais lucrativos do planeta?
Muita gente vê notícias sobre queimadas, desmatamento, descarte ilegal de substâncias no ar, na água ou no solo, comércio ilegal de animais silvestres ou sobre pesticidas agrícolas altamente perigosos — mas, ao receber essas informações de forma fragmentada, não imagina a extensão dos danos provocados, nem o lucro gerado por quem os comete.
Ignorar que muitos praticam atos ilegais e criminosos contra o meio ambiente é fechar os olhos para uma realidade presente e crescente.
Sim, é importante que todos saibam: os crimes ambientais estão entre os três crimes mais lucrativos do mundo!
Eles ocupam o terceiro lugar, ficando atrás apenas do tráfico de drogas e da pirataria de produtos.
É essencial não ser ingênuo: quem financia esses crimes geralmente não aparece. Assim como ocorre no tráfico de drogas ou no contrabando, os verdadeiros responsáveis permanecem ocultos.
Quem aparece são os transportadores ou pequenos infratores. E, quando o sistema de controle é um pouco mais eficaz, chega-se, no máximo, aos intermediários. Raramente se alcança os verdadeiros patrocinadores dessas ações.
No caso dos crimes ambientais, o cenário é ainda mais grave, pois dois aspectos fundamentais ainda não estão devidamente estabelecidos:
As legislações, que são incipientes e ignoram muitos dos crimes ambientais
Os sistemas de controle, que em sua maioria recebem poucos investimentos em instituições, tecnologias e formação adequada de profissionais
Como esse cenário poderia mudar?
Segundo estimativas da Europol ( Agência da União Europeia para a Cooperação Policial), o crime ambiental gera anualmente entre 110 bilhões e 280 bilhões de dólares em lucros ilícitos(1).
Após essa fala, uma jovem — estudante universitária da área de biologia — perguntou:
— Como esse cenário poderia mudar?
A Ambientalista respondeu:
— Quando pensamos em possibilidades para combater o crime ambiental organizado, é necessário compreender a imensidão do problema.
— Enquanto os governos não enxergarem essa imensidão, as soluções continuarão focadas em aspectos pontuais. E isso, como se diz em muitos países, funciona como enxugar gelo.
Perspectivas Transformadoras
Penso que, para combater o crime ambiental organizado, diversas perspectivas devem ser consideradas.
Perspectiva 1 – Legislação e Justiça
Uma primeira perspectiva refere-se à percepção, acompanhamento e punição dos crimes ambientais.
Como ponto de partida, cada país deve contar com instrumentos públicos eficazes que inibam tais crimes e garantam fiscalização em todas as regiões.
Exemplo: a criação de área especializada em crimes ambientais, com centros operacionais e servidores qualificados.
Perspectiva 2 – Integração Institucional
A segunda perspectiva envolve a promoção da integração entre instituições já atuantes no país.
Para isso, é necessário investir em treinamentos e workshops voltados ao tema dos crimes ambientais, destinados a agentes públicos como:
Alfândegas e órgãos de controle
Procuradores
Juízes
Promotores
Policiais
Membros das Forças Armadas
Perspectiva 3 – Uso de Tecnologias
A terceira perspectiva diz respeito ao uso de tecnologias que permitam o acompanhamento e controle real do que ocorre nas diferentes regiões.
Hoje, já existem sistemas de inteligência capazes de detectar crimes ambientais desde seu nascedouro.
Com instituições focadas no combate aos crimes ambientais, servidores conscientes em todos os níveis (federal, estadual e municipal), e tecnologias de monitoramento eficazes, os governos poderiam reduzir significativamente os danos ambientais.
Perspectiva 4 – Cultura Ambientalista
A quarta perspectiva — considerada vital para o sucesso duradouro — é o fortalecimento de uma cultura ambientalista.
Além da estrutura institucional, é necessário cultivar uma cultura de amor à natureza, voltada à preservação do meio ambiente. Essa cultura deve ser desenvolvida nos meios familiares, sociais e educacionais.
Quando os sistemas educacionais incorporarem ensinamentos ambientais desde os primeiros anos escolares, muitos investimentos em formação técnica poderão ser reduzidos.
Esses ensinamentos devem:
- Formar jovens cidadãos conscientes e comprometidos com o cuidado ambiental
- Ser aprofundados em colégios, escolas técnicas e universidades
- Ser adaptados às áreas de formação — como direito (leis ambientais) e engenharia (tecnologias sustentáveis)
Outros temas podem incluir:
- Preservação da qualidade do ar, da água e do solo
- Redução de impactos negativos em áreas urbanas e rurais
- Desenvolvimento tecnológico com responsabilidade ambiental
Essas são apenas ideias iniciais. Os educadores, em suas diversas especialidades, poderão pesquisar, organizar e distribuir os conteúdos de forma eficaz.
O mais importante é que essa inserção aconteça.
Vale lembrar que a educação vai além da escolarização — ela envolve famílias, contextos, valores e princípios praticados em cada comunidade.
Um Belo Exemplo – o dos povos nativos
Em termos de educação ambiental, talvez o mais belo exemplo de “cuidar” que temos — e isso pode ser constatado em todos os cantos do planeta, nos cinco continentes — é o exemplo dado pelos povos nativos e originários que ainda habitam diversas regiões do mundo.
Esses povos mantêm uma relação profunda e respeitosa com a natureza, baseada em princípios de reciprocidade, equilíbrio e reverência à vida.
Para eles, a terra não é um recurso a ser explorado, mas sim um ser vivo com o qual se convive. Os rios são vistos como veias da Terra, as florestas como moradas dos espíritos, e os animais como irmãos de jornada.
A sabedoria ancestral desses povos ensina que cuidar da natureza é cuidar de si mesmo, pois tudo está interligado.
Eles praticam o que muitos chamam hoje de sustentabilidade, mas que, para eles, é simplesmente modo de vida — transmitido de geração em geração, por meio de histórias, rituais, práticas comunitárias e respeito profundo pelos ciclos naturais.
Em tempos de crise ambiental global, olhar para os povos nativos não é apenas um gesto de respeito — é um convite à aprendizagem.
Eles nos mostram que é possível viver em harmonia com o planeta, sem destruir, sem acumular, sem romper os laços que sustentam a vida.

PARTE 5
(Terceira realidade)
Agora, eu gostaria de mudar o foco de nossa conversa. E adentrar alguns horizontes que são muito bons e muito me agradam. Suas realizações são bastante viáveis e dependem apenas de como a sociedade planetária agirá em relação a eles.
Novos Horizontes
Agora eu gostaria de falar com vocês um pouco sobre o lado da terceira realidade que mencionei na parte inicial de nosso encontro – o de bons horizontes que existem e que podem nos ajudar na transformação de nosso planeta em um lugar melhor para viver.
Fontes Energéticas Provenientes de Recursos Renováveis
Físicos — e também místicos — costumam dizer que tudo no mundo é energia. Tudo o que existe é composto por energia, que se manifesta de formas variadas.
A energia elétrica é uma das formas mais utilizadas em todo o planeta, presente em diversas situações do cotidiano. Sua geração ocorre por diferentes meios, entre os quais se destacam:
- Hidrelétrica
- Eólica
- Solar
- Nuclear
- Combustíveis fósseis
- Biomassa
- Geotérmica
O conjunto dessas formas de geração compõe a matriz energética. E aqui, vamos focar na matriz energética proveniente de recursos renováveis — fontes abundantes e de baixo risco ambiental.
O lado bom dos novos horizontes!
Quero destacar as fontes energéticas que contribuem para a descarbonização e a sustentabilidade.
São fontes disponíveis em diversas regiões do planeta, cuja utilização pode tornar nosso mundo mais saudável, economicamente viável e benéfico para todos.
Na maior parte do planeta — especialmente em países com menos recursos financeiros — não se deve buscar o modelo energético perfeito, mas sim o modelo mais adequado à realidade local, que seja sustentável e cause o menor impacto ambiental possível.
Mesmo dentro de um único país, há cenários regionais muito distintos. Por isso, é essencial considerar soluções específicas para cada contexto.
Para populações mais pobres, o foco deveria estar em fontes renováveis como o vento e o sol — que são de fácil manutenção, baixo custo e, como regra fundamental, não causam impacto ambiental.
Já para países desenvolvidos ou em desenvolvimento, a substituição das fontes não renováveis — como petróleo, carvão mineral e gás natural — é uma obrigação, sob pena contribuir para a autodestruição do planeta.
Energia Eólica
Ao fundo, surgiam belas imagens: primeiro, uma fazenda solar em meio às montanhas sob o céu do fim de tarde; depois, um barco à vela navegando pelo oceano.
A maravilha da energia sendo gerada pelo vento. A imagem, por si só, é harmoniosa.
Sentem a beleza da energia do vento sendo transformada em energia útil? Aerogeradores produzindo eletricidade, moinhos de vento gerando energia mecânica… Visualizem-se em um veleiro no mar, sintam a brisa em seus rostos e observem o vento impulsionando as velas do barco.
É uma boa sensação, concordam?
A eletricidade gerada pela força do vento é conhecida como energia eólica.
Há vento em quase todos os lugares. O uso racional da energia eólica é uma possibilidade viável, especialmente em áreas remotas ou por pequenos produtores, sem afetar outros interesses — seja a preservação da natureza, seja o uso da terra para produção agrícola.
É um tipo de geração energética adaptável a diversos terrenos — pode ser utilizada em áreas desérticas, montanhosas, e pode ser integrada a outros usos da terra.
Também pode ser aplicada nos oceanos, no que se conhece como energia eólica offshore.
As vantagens da energia eólica são muitas:
- Ter como fonte o vento, um recurso natural e abundante
- Baixo custo de manutenção
- Alta eficiência de conversão
- Impacto ambiental mínimo, comparado às formas convencionais
- Instalação rápida
- Baixa ocupação de espaço
- Compatibilidade com outras fontes limpas, como a solar
- Custo de instalação relativamente baixo
É um modelo energético sustentável, uma opção muito interessante inclusive para pequenas comunidades e atéresidências individuais, especialmente em regiões de difícil acesso ou isoladas.
Ou seja, a energia eólica é um tipo de geração energética que pode ser aplicada onde quer que seja, com baixo custo de manutenção, não poluente e de baixo impacto ambiental.
Tudo que é necessário é ter vento.
Energia Sol
Sem o Sol, não haveria vida em nosso planeta. De alguma forma, o Sol é a fonte primordial de quase todas as formas de energia que conhecemos.
A energia solar é uma das formas mais conhecidas de energia limpa e tem sido amplamente utilizada em diversas partes do mundo.
Os principais tipos de aplicação da energia solar são:
- Aquecimento de água
- Geração de eletricidade
- Geração de vapor de água (menos popular)
O aspecto essencial é que a energia solar é uma fonte renovável e limpa, seja para aquecer água ou para fornecer eletricidade a residências, clubes, hotéis, indústrias, empresas, iluminação pública, sistemas de irrigação e comunidades.
Energia Solar para Aquecimento de Água
O uso da radiação solar para aquecer água é a forma mais simples de aproveitamento da energia do Sol.
Pode ser aplicada em:
- Residências
- Clubes
- Hotéis
- Piscinas
- Indústrias (vestiários, cozinhas industriais, caldeiras)
O processo utiliza coletores solares, que transferem o calor dos raios solares para a água, aquecendo-a. A água pode então ser armazenada em reservatórios ou diretamente em piscinas, dependendo do propósito.
Energia Solar para Geração de Eletricidade
Outra forma de uso da energia solar é por meio de placas fotovoltaicas — painéis que captam a radiação solar e a convertem em energia elétrica.
Essa geração pode ocorrer:
- De forma individual (em casas, prédios, indústrias)
- Em Fazendas Solares, com maior escala de produção
Funciona como uma miniusina de geração elétrica, podendo ser conectada à rede elétrica convencional.
A conversão da energia solar em eletricidade é feita pelas células fotovoltaicas, que geram corrente contínua (DC), posteriormente transformada em corrente alternada (AC) por meio de inversores.
A geração de eletricidade para iluminação em comunidades isoladas já ocorre em alguns casos, com custo baixíssimo, e pode ganhar impulso se houver vontade política e engajamento de setores como a indústria, tornando-se parte de políticas públicas.
Interessados no tema podem pesquisar iniciativas como:
- Litro de Luz (Brasil)
- Lâmpada de Moser
- Lampião solar (placa, bateria, garrafa PET)
- Postes solares comunitários (placa, bateria, garrafa PET, postes etc.)
Outro caso prático interessante, que pode ganhar escala e ter seus custos reduzidos com a disseminação, é o uso da piezoeletricidade — tecnologia que gera eletricidade a partir do movimento de pessoas ou veículos.
Interessados podem pesquisar exemplos de aplicação em locais como:
- Estações de trem
- Academias de ginástica
- Boates
- Estradas e calçadas inteligentes
Crescimento Global da Energia Solar
O uso da energia solar tem crescido significativamente em diversos países.
Atualmente, os países com maior capacidade instalada são:
- Brasil
- China
- Alemanha
- Estados Unidos
- Japão
- Índia
- Austrália
- Itália
- Holanda
- Coreia do Sul
Mesmo esses países ainda têm grande potencial de expansão e podem fazer muito mais para disseminar a energia solar em seus territórios.
ETANOL SEGUNDA GERAÇÃO – (E2G)
O que é?
O Etanol de Segunda Geração — também chamado de Etanol 2.0 ou simplesmente E2G — representa um avanço significativo na produção de biocombustíveis. Ao contrário do etanol tradicional, que é produzido a partir de matérias-primas alimentares como cana-de-açúcar, milho ou beterraba, o E2G é gerado a partir de biomassa não comestível: palha, bagaço, resíduos agrícolas, resíduos florestais e até resíduos urbanos orgânicos.
Essa tecnologia inovadora permite que países que não possuem grandes plantações de cana ou culturas voltadas à produção de etanol possam, ainda assim, produzir biocombustível de forma sustentável, utilizando os resíduos que já existem em seus territórios.
O Brasil tem se destacado no desenvolvimento do E2G, aproveitando sua expertise em biocombustíveis e sua abundância de biomassa agrícola — especialmente o bagaço da cana-de-açúcar e a palha do milho. Mas o potencial vai muito além das fronteiras brasileiras: países da Europa, Ásia, África e Américas podem adaptar essa tecnologia às suas realidades locais e recursos disponíveis.
Por que o E2G é importante?
O Etanol de Segunda Geração é considerado uma solução estratégica para enfrentar os desafios da transição energética e da descarbonização da matriz de transportes. Ele contribui para:
- Redução das emissões de gases de efeito estufa, ao substituir combustíveis fósseis
- Aproveitamento de resíduos, evitando o descarte inadequado e promovendo a economia circular
- Preservação de áreas agrícolas, já que não compete com a produção de alimentos
- Diversificação da matriz energética, com menor dependência de petróleo e gás natural
Além disso, o E2G pode ser integrado a sistemas de produção já existentes, como usinas de etanol de primeira geração, otimizando recursos e infraestrutura.
Desafios e perspectivas
Apesar de seus benefícios, o E2G ainda enfrenta desafios tecnológicos e econômicos, como:
- Custo elevado de produção
- Necessidade de enzimas específicas para a quebra da celulose
- Logística de coleta e processamento da biomassa
Mas os avanços são promissores. Com investimento em pesquisa, incentivos públicos e parcerias entre universidades, empresas e governos, o E2G pode se tornar uma alternativa viável e escalável para um futuro energético mais limpo.
Um passo além na sustentabilidade
A Ambientalista conclui:
— O Etanol de Segunda Geração é mais do que uma inovação tecnológica. É um convite à inteligência coletiva, à valorização dos resíduos e à reconexão com os ciclos naturais.
— É um exemplo de como a ciência pode caminhar junto com a consciência, transformando o que antes era descartado em energia limpa que move o mundo.
ENERGIA GEOTÉRMICA
O que é?
A denominação energia geotérmica refere-se ao aproveitamento do calor proveniente do interior da Terra — uma fonte natural de energia que existe desde a formação do planeta.
Sua aplicação ocorre por meio de usinas geotérmicas, que extraem vapor ou água quente do subsolo. Esse calor pode ser utilizado para gerar energia elétrica, por meio de turbinas, ou energia térmica, para aquecimento direto de ambientes, estufas, sistemas industriais e até redes de calefação urbana.
A energia geotérmica é mais abundante em regiões com atividade vulcânica intensa, especialmente em áreas de transição entre placas tectônicas, como Islândia, Japão, Indonésia, Chile e partes dos Estados Unidos.
Vantagens e cuidados necessários
A energia geotérmica é uma alternativa aos combustíveis fósseis, com diversas vantagens:
- É uma fonte renovável e praticamente inesgotável
- Não depende das condições climáticas da superfície
- Tem baixo impacto visual e ocupa pouco espaço
- Pode operar 24 horas por dia, com alta estabilidade de geração
- Contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa
No entanto, sua exploração exige cuidados técnicos e ambientais. Se mal planejada, pode causar:
- Afundamentos de terra (subsídios)
- Contaminação de aquíferos, rios e lagos
- Liberação de gases nocivos, como sulfeto de hidrogênio
Por isso, é essencial que os projetos geotérmicos sejam acompanhados por estudos geológicos detalhados, monitoramento ambiental contínuo e tecnologias de contenção e segurança.
Aplicações e potencial futuro
A energia geotérmica pode ser uma solução estratégica para países com atividade vulcânica, mas também pode ser explorada em regiões com reservatórios geotérmicos profundos, mesmo sem vulcanismo ativo.
Além das grandes usinas, há sistemas geotérmicos de baixa entalpia, que utilizam o calor do solo para aquecimento e resfriamento de edifícios, por meio de bombas de calor geotérmicas — uma tecnologia já aplicada em países como Alemanha, Suíça e Canadá.
Conclusão
Na prática, a energia geotérmica é um modelo energético sustentável e promissor, desde que sua exploração respeite os cuidados necessários. Caso contrário, pode causar mais danos que benefícios.
ENERGIA DO FUTURO
No telão ao fundo do palco, surgia a imagem de um jovem casal segurando as mãos de uma criança à beira da praia, com pequenas ondas tocando seus pés. O pôr do sol completava a cena, revelando uma conexão serena entre natureza e afeto.
A Ambientalista retomou sua fala:
— A base da matéria são os elementos químicos. Todos lembramos da tabela periódica, certo?
— Na tabela periódica que estudamos na escola, o hidrogênio tem um número especial. Alguém lembra qual é?
Uma jovem da plateia respondeu com entusiasmo:
— Um!
— Exatamente! — disse a Ambientalista. — O hidrogênio é o primeiro da lista. Número 1. O elemento que abre caminho para todos os outros. [Nota: Massa atômica do hidrogênio: 1 g/mol]
Ela prosseguiu:
— Muitos especialistas apontam o hidrogênio como uma das principais fontes de energia para um futuro saudável e sustentável.
De fato, o hidrogênio é o elemento mais abundante do universo, representando cerca de 75% da massa elementar. Três quartos da matéria do cosmos são compostos por ele.
— Pensem na água. Qual é sua fórmula molecular?
Alguém respondeu:
— H₂O.
— Aí está o hidrogênio! — disse ela. — Agora pensem nas plantas, nos pássaros, nos animais, no ar que respiramos… o hidrogênio está lá.
No telão, surgia agora uma imagem do universo repleto de estrelas.
— Nas estrelas e nos planetas, também encontraremos o hidrogênio.
Ela se dirigiu a uma mesinha lateral, pegou um copo de água e bebeu lentamente, convidando o público a compartilhar aquele momento de contemplação.
— Obrigado pela água que bebemos. Ou melhor: obrigado, hidrogênio. Obrigado, oxigênio. Obrigado por combinarem tão bem juntos.
Ela continuou:
— Nas substâncias orgânicas que consumimos — proteínas, carboidratos, vitaminas — lá também está o hidrogênio.
— Olhem para o céu, para as nuvens, sintam a brisa da praia… o hidrogênio está presente. Olhem ao redor: ele está em tudo.
Dirigindo-se às crianças da primeira fila, ela disse:
— Falo especialmente para vocês, os jovens que construirão o nosso futuro. Pensem no hidrogênio como fonte de energia para o amanhã. Comecem a pesquisar sobre isso.
Apesar de alguns avanços científicos, ainda sabemos pouco sobre o potencial completo do hidrogênio. Mas já se sabe que ele pode ser usado para gerar eletricidade e combustível.
— O segredo é: não se limitem ao que já é conhecido. Visualizem-se como cientistas que vão desvendar o futuro, descobrir o que hoje ainda é mistério.
Voltando-se ao público, ela explicou:
— Nem todo hidrogênio é igualmente sustentável. O impacto ambiental depende da forma como ele é produzido.O hidrogênio está em quase tudo, mas nunca aparece sozinho — sempre está ligado a outros elementos. Para ser usado como fonte energética, precisa ser separado, e esse processo exige energia.
Olhando para as crianças das duas primeiras fila do auditório, ela disse:
'Visualize-se como um cientista que vai desvendar o futuro, que vai descobrir coisas que hoje ainda não são conhecidas'.
Voltando-se para os demais presentes, ela complementou: dentro do que se conhece sobre o assunto, os cientistas concluíram que não é qualquer hidrogênio que caracteriza o grau de sustentabilidade do gás.
As cores do hidrogênio
A sustentabilidade do hidrogênio depende da fonte de energia utilizada em sua produção, e por isso os cientistas criaram uma classificação por cores:
- Hidrogênio cinza: produzido a partir de combustíveis fósseis, sem captura de carbono.
- Hidrogênio azul: também gerado com gás natural, mas com captura e armazenamento de carbono.
- Hidrogênio verde: produzido por eletrólise da água, usando energia renovável. Não emite carbono e é considerado o mais limpo.
Para que o hidrogênio seja classificado como verde, a energia inicial do processo deve vir de fontes renováveis.
Por isso, muitos estudiosos veem o hidrogênio verde como uma alternativa real para minimizar as emissões de CO₂.
Reflexão final sobre o hidrogênio
Para aqueles que se sentirem tocados, a Ambientalista fez um convite — com um brilho especial no olhar e a voz carregada de esperança:
— Como tornar viável a utilização do hidrogênio como fonte energética?
E concluiu com serenidade e firmeza:
— O hidrogênio é o elemento que está em quase tudo. Cabe a nós transformá-lo em energia que respeita a vida e constrói o futuro.

PARTE 6
– Reflexões sobre Políticas Públicas e Leis Ambientais
Dando sequência ao encontro, a Ambientalista fez uma pausa enquanto olhava para o público para então dizer:
— Gostaria de lembrar algumas ações que podem ajudar a revigorar nosso planeta.
Como pano de fundo, compartilhou percepções colhidas em suas viagens por países diversos — desde nações do chamado primeiro mundo até regiões extremamente pobres.
— Em todos eles, tenho notado um crescimento nas ações em prol da Terra.
Observa-se um aumento expressivo no voluntariado e nas doações ao redor do planeta. Mais pessoas parecem estar despertando para a importância de cuidar do nosso lar comum.
Há uma sensação crescente de conexão entre as pessoas — umas com as outras e com a natureza. Comunidades pelo mundo têm se unido por meio de ações locais simultâneas, ou até mesmo por meditações sincronizadas, com o objetivo de envolver o planeta em luz e proteção.
Essas ações parecem gerar um fluxo de bons sentimentos, que alimenta uma unidade planetária sem precedentes.
COMO REDUZIR O IMPACTO AMBIENTAL?
Essa é uma das perguntas mais recorrentes.
Muitas pessoas olham ao redor e se perguntam: O que precisa mudar para que possamos viver uma era de paz, harmonia e respeito à natureza?
Um aspecto comum entre elas é a consciência de que ações corretivas e reparadoras são urgentes — no presente — para que o bem-estar e o bem-viver no futuro sejam possíveis.
Essas pessoas parecem sintonizar-se com o bem comum, enxergando soluções nos horizontes que se abrem à frente.
Uma das soluções que aflora é a necessidade de conscientizar a população e as futuras gerações sobre a importância de preservar o meio ambiente.
E isso começa em casa.
— Ninguém joga lixo na sala ou nos quartos de sua própria casa.
O lixo deve ser organizado. Assim como aprendemos a separar materiais recicláveis — latinhas, garrafas plásticas, vidro — do lixo orgânico, podemos aplicar esse princípio em escala maior.
É tudo uma questão de aprender e colocar em prática.
Por alguns instantes, ela silenciou, percorrendo o auditório com um olhar que parecia irradiar esperança.
Então, retomou:
— Parece básico, mas é essencial: o planeta é a nossa casa.
Soluções imediatas para reduzir o impacto ambiental
Para reduzir o impacto ambiental, algumas soluções que afloram e devem ser de caráter imediato são:
- Despoluir corpos d’água, como mares, rios, córregos e lagos
- Reflorestar áreas desmatadas
- Usar os recursos naturais de forma consciente, especialmente os não renováveis
- Promover o desenvolvimento sustentável
- Impulsionar o uso de fontes renováveis de energia
Essas são apenas algumas medidas que deveriam ser implementadas imediatamente. Há muitas outras.apenas algumas das medidas que deveriam ser praticadas de imediato; há inúmeras outras.
Políticas Públicas
Com sua voz serena e clareza de raciocínio, a Ambientalista prosseguiu:
— Outro aspecto importante a considerar é que, além dos benefícios ambientais, grandes avanços podem ser gerados para populações carentes, desprovidas de recursos ou distantes das redes elétricas.
Foi então que uma jovem da plateia perguntou:
— Como isso pode ser feito?
A Ambientalista respondeu:
— O primeiro passo será dado quando os governos compreenderem, de fato, que entre suas responsabilidades está a de preservar o meio ambiente para as futuras gerações. Para isso, é essencial prover políticas públicas claras, com o meio ambiente como um dos focos principais.
— Isso começa com leis bem definidas. Mas não basta apenas legislar — é preciso garantir controle ágil e fiscalização eficaz.
— As leis só se concretizam quando são abraçadas pela sociedade. Ainda assim, é necessário que existam instrumentos de controle e fiscalização para inibir aqueles que insistem em desrespeitá-las.
Olhando para as crianças nas primeiras fileiras, ela acrescentou:
— Sim, há pessoas que escolhem o lado errado, que optam por fazer o mal — seja por poder, por dinheiro ou por estarem tão habituadas a isso que não conseguem parar por conta própria. Por isso, numa sociedade, é preciso haver educação, leis, controle e fiscalização.
— E também a responsabilidade de respeitar, valorizar e disseminar a cultura ambientalista — incentivando o espírito de cuidado com o meio ambiente.
Ela silenciou por um instante, respirou fundo e, dirigindo-se ao público como se falasse diretamente a cada pessoa, disse:
— Compreender que a sociedade funciona melhor quando há sustentabilidade e qualidade de vida — e que ambas são frutos de um desenvolvimento sadio e responsável — não me parece algo tão difícil.
— Talvez esteja faltando um pouco de amor aos governos e líderes, para que entendam o meio ambiente como um bem que lhes cabe cuidar. E para que coloquem em prática medidas essenciais para um mundo melhor.
— Um exemplo simples e prático de desenvolvimento saudável — com benefícios para todos, inclusive para os próprios governos — é o de estabelecer programas que incentivem o uso da energia solar ou eólica como fonte de eletricidade para populações carentes.
— A adoção de políticas públicas nesse sentido transformaria profundamente a realidade dessas comunidades e contribuiria para o alcance de metas ambientais mais saudáveis.
E, encerrando sua fala sobre a necessidade de políticas públicas que respeitem e promovam o amor ao meio ambiente, ela concluiu:
— Se o amor é um sentimento tão distante de se expressar no ambiente político, que ao menos haja respeito. Que ao menos a Terra seja respeitada.
SOBRE LEIS AMBIENTAIS
Dever humanitário
A Ambientalista se aproximou do centro do palco, com olhar firme e voz serena:
— Há um aspecto que considero essencial e que gostaria de compartilhar com vocês nesta palestra: o meio ambiente também é uma questão humanitária.
As leis de Direito Internacional Humanitário estabelecem normas para a proteção da vida, da integridade física e das garantias judiciais fundamentais. São direitos e deveres universais, que os países se comprometeram a cumprir.
Normalmente, esses direitos são associados a contextos de guerra, violência ou crises humanitárias. Mas a Ambientalista propôs uma ampliação de perspectiva:
— A proteção do meio ambiente e a adoção de matrizes energéticas limpas também deveriam ser reconhecidas como deveres humanitários.
Afinal, sem um planeta saudável, não há vida digna. A degradação ambiental afeta diretamente a saúde, a segurança alimentar, o acesso à água, a estabilidade social e até a paz entre os povos.
Leis que protegem — e precisam ser aplicadas
A criação de leis ambientais é fundamental. Mas tão importante quanto sua existência é a efetiva aplicação dessas leis.
Há países que avançaram bem em termos de legislação, mas a maioria ainda enfrenta sérias dificuldades na fiscalização, no controle ambiental e na integração institucional.
Para que as leis ambientais cumpram seu papel, é necessário:
- Ampliar os órgãos de controle ambiental
- Integrá-los às demais instituições públicas
- Formar uma cultura de respeito e cuidado com o meio ambiente, por meio da educação ambiental em todos os níveis
Isso envolve tanto o aspecto quantitativo — número adequado de servidores — quanto o aspecto qualitativo — capacitação técnica, ética e humanitária desses profissionais.
Educação, cultura e constituição
A solução passa por programas que promovam e integrem a cultura ambiental ao cotidiano da sociedade. Os deveres humanitários ambientais devem estar presentes:
- Nos ensinos fundamentais
- Nas constituições dos países
- No dia a dia das comunidades
E isso não deve ser visto como um custo adicional, mas como um investimento estratégico — com retorno garantido não apenas para o presente, mas para todas as gerações futuras.
Os benefícios de políticas ambientalmente sustentáveis têm a aura da eternidade.
A Ambientalista conclui:
— É algo óbvio, mas muitos líderes ainda não perceberam: os lucros e benefícios dessas ações ajudam a enriquecer os países que escolhem respeitar o meio ambiente.

PARTE 7
Epílogo
MICROPRÁTICAS
Preparando o terreno para o encerramento de nossa conversa, gostaria de compartilhar três estratégias simples, mas poderosas, que podem potencializar mudanças positivas em nosso planeta, às quais denomino micropráticas:
• Aproveitamento de Oportunidades
• Habitualidade nas Práticas
• Combinação de Técnicas
Aproveitamento de Oportunidades Ambientais
O aproveitamento de oportunidades diz respeito à valorização dos momentos certos.
Sim, reconhecer e agir em momentos oportunos é um fator decisivo na criação de hábitos e práticas sustentáveis. Muitas vezes, circunstâncias específicas permitem que ideias antes inviáveis ou incompreendidas floresçam com força.
Exemplos de oportunidades que podem ser aproveitadas
- Educação ambiental nas escolas, com crianças levando novos hábitos para suas famílias
- Turismo sustentável, que valoriza a natureza e gera renda local
- Restauração de áreas degradadas
- Reciclagem e economia circular, com reaproveitamento de materiais e redução de resíduos
- Redução de custos energéticos com tecnologias limpas, como sistemas de eficiência energética
- Criação de novas funções e empregos verdes, voltados à sustentabilidade e inovação
- Eventos e conferências ambientais, como a COP30, que mobilizam governos e sociedade civil
- Novas tecnologias que reduzem poluentes e custos, como filtros, sensores e biotecnologias
- Energia solar e eólica para comunidades carentes ou isoladas, com acesso à iluminação, internet e aquecimento de água
- Alimentação saudável e sustentável, com incentivo à produção local e orgânica
- Agricultura regenerativa, que restaura o solo, captura carbono e promove biodiversidade
- Compostagem comunitária, transformando resíduos orgânicos em adubo e engajando bairros e escolas
- Arquitetura bioclimática e construção sustentável, com uso de materiais ecológicos e técnicas que reduzem o consumo energético
- Mobilidade urbana sustentável, com incentivo ao uso de bicicletas, transporte público limpo e veículos elétricos
- Educação ambiental em empresas e indústrias, integrando sustentabilidade à cultura corporativa
- Projetos de reflorestamento urbano, com plantio de árvores em cidades para melhorar o microclima e a qualidade do ar
- Iniciativas de consumo consciente, que promovem escolhas responsáveis no uso de água, energia e bens de consumo
- Tecnologias de dessalinização e reuso de água, especialmente úteis em regiões com escassez hídrica
- Criação de reservas ecológicas e corredores de biodiversidade, protegendo ecossistemas e espécies nativas
- Plataformas digitais de engajamento ambiental, que conectam pessoas a causas e ações locais
Essas oportunidades, quando bem aproveitadas, plantam sementes de transformação.

Habitualidade nas Práticas Ambientais
O segundo aspecto é a habitualidade — a frequência e consistência das práticas sustentáveis.
Para que os benefícios sejam duradouros, é essencial que essas práticas se tornem hábitos cotidianos, incorporados por todos: indivíduos, comunidades, escolas, empresas, instituições, governos e países.
Não há solução milagrosa. O que há é responsabilidade compartilhada.
Cada ator — seja um indivíduo, uma instituição pública ou privada, ou um país — pode adotar o lema:
‘Pensar globalmente, Agir localmente’ [Nota].
Esse princípio nos lembra que ações locais têm impacto global, e que cada gesto conta.
Para benefícios duradouros, a habitualidade e frequência de práticas sustentáveis e saudáveis são indispensáveis. E isso diz respeito a você, a mim, às pessoas aos nosso redor e a todos no planeta, sejam comunidades, escolas, empresas, instituições, governos, países – todos têm sua responsabilidade.
Não há uma solução miraculosa. Práticas sustentáveis e saudáveis se fazem necessárias.
[Nota]: O conceito “Pense globalmente, aja localmente” tem sido utilizado amplamente em vários contextos e sua criação tem sido atribuída a uma série de autores, dentre eles, Patrick Geddes, biólogo escocês, sociólogo e pioneiro do planejamento urbano, em seu livro ‘Cities in Evolution‘ de 1915.
COMBINAÇÃO DE TÉCNICAS AMBIENTAIS
O terceiro aspecto é a combinação de técnicas ambientais.
Integrar diferentes abordagens e saberes pode abrir novos caminhos e nutrir hábitos mais sustentáveis. É nesse encontro entre o antigo e o novo, entre o saber popular e o saber científico, que surgem soluções verdadeiramente transformadoras.
Muitas respostas às crises climáticas virão de inovações científicas e tecnológicas — sensores inteligentes, biotecnologia, inteligência artificial aplicada à gestão ambiental. Mas muitas já existem — e algumas estão guardadas no tempo, esperando serem redescobertas.
Por isso, é necessário:
- Estudar e redescobrir técnicas ancestrais e tradicionais, como o uso de biofertilizantes naturais, sistemas de captação de água da chuva, e métodos de cultivo que respeitam os ciclos da terra
- Observar práticas sustentáveis de comunidades indígenas e agrícolas, que vivem em harmonia com os ecossistemas há séculos
- Adaptar e aplicar esses saberes com respeito e inteligência, reconhecendo que a sabedoria não tem fronteiras nem idade
Mas podemos ir além:
Sinergias que inspiram
- Combinar a permacultura com tecnologias de monitoramento climático, criando sistemas agrícolas resilientes, inteligentes e adaptados às mudanças ambientais
- Unir a arquitetura tradicional com o design bioclimático, construindo espaços que respeitam o clima local, reduzem o consumo energético e promovem bem-estar
- Integrar saberes da fitoterapia tradicional com pesquisas farmacêuticas modernas, valorizando a biodiversidade e ampliando o acesso à saúde natural
- Aliar práticas de manejo comunitário com plataformas digitais de engajamento, conectando pessoas e territórios em redes vivas de regeneração e cooperação
Essas combinações não são apenas técnicas — são pontes entre mundos, entre gerações, entre modos de viver. São encontros que revelam o potencial de uma humanidade mais consciente e integrada à Terra.
Após apresentar sua visão sobre como a combinação de técnicas ambientais pode contribuir para um mundo melhor, a Ambientalista concluiu:
— A sabedoria está tanto no futuro quanto no passado. Cabe a nós combinar o que temos de melhor — ciência, tradição, consciência — para construir um planeta mais saudável e justo.
E acrescentou, com um brilho no olhar:
— Sinto que quando saberes se encontram, o planeta respira no seu ritmo natural. E quando o planeta respira assim — em harmonia — a vida floresce.

PARTE 8
Encerramento
VIAJANDO A UMA PRAIA PARADíSIACA
Finalizando nosso encontro, gostaria de compartilhar um plano de viagem com vocês.
Nosso destino é uma praia paradisíaca.
Na viagem para chegar à nossa belíssima praia, isolada e que se encontra detrás de montanhas em uma área remota, poderemos enfrFinalizando nosso encontro, a Ambientalista compartilhou um plano de viagem com os presentes.
O destino? Uma praia paradisíaca.
Para chegar até essa praia belíssima, isolada atrás de montanhas em uma região remota, enfrentaremos diversos tipos de caminhos.
Alguns trechos serão planos, seguros, asfaltados e bem-sinalizados. Outros, sinuosos, com curvas acentuadas em meio às serras.
Haverá estradas de terra, com buracos, pontes de madeira frágeis e, em certos momentos, chuvas que dificultam a visibilidade e tornam o terreno enlameado e escorregadio.
Durante a jornada, será preciso atenção plena a cada trecho, consciência sobre como encarar cada desafio — sem jamais esquecer o objetivo principal: chegar à praia.
A Ambientalista então comparou:
— Nossa caminhada rumo a um mundo sustentável é como essa jornada à praia paradisíaca. O mundo sustentável é a nossa praia.
Mesmo que surjam obstáculos aparentemente intransponíveis, o segredo é permanecer na jornada, sem desanimar. Há etapas a percorrer, e nos trechos mais difíceis, não podemos nos perder nem perder a esperança.
Acreditar em um mundo melhor, mais sustentável e saudável é o primeiro passo para construí-lo. Não importa se ele se concretizará amanhã, em dez ou cem anos — enquanto vivermos, devemos seguir no caminho, trecho após trecho. Seja por nós ou por nossos descendentes, o importante é saber que, como humanidade, chegaremos lá.
E para isso, precisamos fazer nossa parte — hoje, amanhã, todos os dias.
Esse talvez seja o meio mais simples de tornar o mundo melhor: momento após momento, dia após dia.
A CHAMADA PARA ACORDAR
Ao observarmos a natureza, percebemos seus ciclos:
- A primavera, o verão, o outono e o inverno — e depois, novamente, a primavera
- O anoitecer e o amanhecer
- A noite escura e, depois, a luz do dia
A Ambientalista refletiu:
— Creio que estamos vivendo um período semelhante à parte mais escura da noite. Mas sinto que um amanhecer está à nossa frente.
Há um chamado para acordar crescendo no mundo.
Alguns ainda estão distantes desse despertar. Muitos escolhem permanecer adormecidos. Voltando o olhar às crianças nas primeiras filas, ela sorriu:
— Alguns até ficam bravos quando tentam acordá-los.
As crianças sorriram de volta, e em sintonia com esse gesto, ela prosseguiu:
Aprendi com uma pessoa muito especial, que tem muito amor no coração, que é o Papa Francisco, que aqueles que escolhem permanecer adormecidos, assim o fazem por estarem afastados de seus próprios corações. [1]
De alguma forma, alguns daqueles que se afastaram de seus próprios corações, permitiram que suas vontades fossem invadidas por interesses materialistas; por orgulho; por poder ou por ganância e os frutos nascidos desses terrenos provocam o entorpecimento do coração; daí a se manifestarem a insensibilidade, a desordem, a crueldade e a perversidade.
Após alguns segundos de silêncio, ela voltou-se ao público:
— Observem a diversidade entre vocês: crianças, jovens, adultos, idosos. O interesse por este tema tem crescido em todas as idades e culturas. Isso mostra que a chamada para acordar tem tocado muita gente.
Ela se calou por mais alguns instantes, como quem condensava tudo o que havia sido vivido naquele encontro. Então, olhando em várias direções do auditório, disse:
— Eu estou escutando essa chamada. E você… e você… e você também está escutando essa chamada!
Não é algo isolado. Vários de nós estamos escutando. Ninguém está sozinho nesse processo. Essa é a clareza que precisamos ter.
Em meio à noite escura, surgem dúvidas:
— O que sou capaz de fazer sozinho? O que posso fazer?
A resposta pode ser: “Posso fazer tudo.” Ou: “Posso fazer nada.”
Quando encurtamos o horizonte, o sentimento de inutilidade cresce — e fazer nada parece mais fácil. Mas quando alargamos os horizontes, e vemos o brilho nos olhos de quem recebe ajuda, ou ouvimos relatos de comunidades beneficiadas por ações ambientais, a vontade de agir ganha força.
Essas ações plantam sementes de equilíbrio, de regeneração da natureza, da beleza das estações, da conservação do meio ambiente — e da vida.
E mais: elas carregam alegria, esperança e transformação — não só para quem recebe, mas também para quem se dispõe a ajudar.
Se permitirmos clareza em nossas consciências, entenderemos que mesmo o pouquinho que pudermos fazer será muito. E muitos juntos, nesse processo, ajudarão a mudar o mundo para melhor.
É um processo que depende de você, de mim – de todos nós!
Fica aqui o convite: para fazermos juntos esta jornada.
Gratidão por vivermos em tão belo planeta!
Deste modo, a Ambientalista encerraria aquela palestra, ao que as pessoas se levantaram e começaram a aplaudir – como que compartilhando sentimentos de gratidão e esperança que fluíam de seus corações.
Logo, as pessoas começaram a se mover para a saída, local em que – para aqueles que se interessassem, a Ambientalista havia deixado uma sugestão de exercício. (Material que consta do anexo a seguir).
Assim terminaria aquela palestra, especialmente marcante para Ferhélin, que fez questão de compartilhá-la, conforme consta neste minilivro.
[NOTA 1 da Parte 8]: Enciclica ‘Dilexit nos – Ele nos Amou’ – Capítulo 1, item 24

PARTE 9
Anexo:
EXERCÍCIO DE INICIAÇÃO A UM MUNDO MELHOR
A seguir, apresentamos um exercício elaborado pela Ambientalista, destinado a todos que desejam contribuir para um futuro mais sustentável e saudável para o nosso planeta.
Este exercício é especialmente recomendado para estudantes de todos os níveis, preferencialmente com orientação de professores, mas pode ser realizado por qualquer pessoa interessada no tema ambiental.
Objetivo do Exercício
O propósito é estimular a criação de iniciativas ambientais, que podem ser lúdicas, educativas ou práticas — aproximando crianças, adolescentes e adultos dos temas ecológicos e inspirando ações viáveis ou projetos básicos.
A ideia não é necessariamente executar a iniciativa, mas abrir a mente para possibilidades. Algumas propostas podem ser aplicadas imediatamente, outras podem ser mais desafiadoras ou até imaginárias. O importante é o envolvimento com o tema escolhido.
Recomendações Básicas
- Escolha um tema da lista (ou crie o seu próprio)
- Pesquise sobre o assunto
- Leia artigos confiáveis e reflita sobre o conteúdo
- Elabore uma síntese do que considera mais relevante
- Desenvolva uma iniciativa:
- Estudo organizado
- Plano de Ação
- Projeto
- Programa
Conceitos-Chave
- Projeto: Empreendimento temporário com objetivo e escopo definidos (ex: criação de produto, serviço ou solução única)
- Programa: Conjunto de projetos gerenciados de forma coordenada para gerar benefícios integrados
- Plano de Ação: Iniciativa pontual ou recorrente voltada à melhoria contínua
Nota do autor: Este minilivro “A Ambientalista” nasceu da aplicação desses conceitos. Ele é, por si só, o resultado de uma iniciativa.
Exemplo de Iniciativa
Tema: Criação de um Banco de Ideias para o Futuro
Objetivos:
- Estimular a criatividade ecológica
- Promover soluções sustentáveis locais
- Engajar diferentes públicos (alunos, moradores, colaboradores)
Plataforma:
- Digital: site, app, formulário online
- Física: mural interativo, caixa de sugestões, caderno coletivo
- Híbrida: mural físico + QR code para envio digital
Categorias de Ideias:
Iluminação sustentável para comunidades isoladas
• Iluminação sustentável para comunidades isoladas
• Energia limpa e acessível
• Redução de resíduos
• Arborização urbana
• Educação ambiental
• Proteção da biodiversidade
• Mobilidade sustentável
• Consumo consciente
Sugestões de temas para Iniciativas
(Selecione o tópico que mais tem a ver com sua realidade)
Por temas:
Sustentabilidade e Energia
- Iluminação solar para comunidades isoladas (ex: Litro de Luz, Lâmpada de Moser Lampião com energia solar (placa, bateria, garrafa pet, Postes de lâmpadas solares (placa, bateria, garrafa pet, postes etc.)
- Estudo sobre o Etanol 2.0 (Etanol de Segunda Geração – E2G)
- Energia piezoelétrica (geração de energia pelo movimento – de pessoas, veículos etc.)
- Projeto de carro elétrico com energia solar
- Projeto de energia solar ou eólica em escolas, comunidades ou residências
- Projeto de água de reuso
- Métodos baratos de armazenamento de água para comunidades carentes
- Programa de limpeza e fornecimento de água potável
Agricultura e Alimentação
- Horta vertical ou horizontal com hidroponia
- Horta escolar ou coletiva
- Compostagem comunitária
- Cultivo agrícola em áreas secas
- Estudo sobre irrigação ancestral e métodos inovadores
- Projeto alternativo de abastecimento de água
Urbanismo e Comunidade
- Arborização urbana e criação de áreas verdes
- Separação e coleta seletiva de lixo
- Uso inteligente da água em prédios, escolas, hospitais
- Oficina de criação de objetos com materiais reaproveitados
- Banco de ideias ecológicas em escolas ou empresas
- Criação de espaços verdes em áreas urbanas densas
Clima e Riscos Ambientais
- Estratégias para conter gases de efeito estufa
- Redução de metano na pecuária (ex: estudo da Nova Zelândia)
- Prevenção e combate a incêndios naturais
- Métodos de controle e extinção do fogo
- Soluções práticas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas
Ciência e Educação
- Projetos científicos ecológicos
- Educação ambiental em escolas e comunidades
- Estudo sobre biodiversidade local
- Criação de jogos educativos sobre sustentabilidade
- Desenvolvimento de aplicativos ou plataformas de engajamento ambiental
Iniciativas Personalizadas
- Seu próprio projeto de restauração ambiental
- Estudo sobre práticas indígenas de preservação
- Estratégias para engajamento comunitário em áreas vulneráveis
- Criação de um programa de voluntariado ambiental
- Desenvolvimento de campanhas de conscientização
Exemplos aleatórios
– Banco de ideias para o futuro. (Conforme exemplo anterior).
– Projeto de horta horizontal com hidroponia.
(Escopo a escolher: quintal de casa, área de um prédio residencial, escola etc.).
– Projeto de horta vertical em parede com hidroponia.
(Escopo a escolher: quintal, dentro de casa, apartamento, escola etc.);
– Projeto de preparo de compostagem comunitária.
(Escopo a escolher – horta, chácara, fazenda, escola etc.);
– Projeto de carro elétrico com energia solar;
– Separação seletiva de lixo
(na moradia, num prédio, numa loja, num restaurante ou café ou supermercado ou outro tipo de comércio ou em uma prisão);
– Coleta seletiva de lixo
(em uma cidade, condomínio, comunidade ou vila);
– Uso inteligente da água
(na moradia, prédio, loja, escola, hospital, restaurante ou café ou supermercado ou outro tipo de comércio ou em uma prisão);
– Projeto de água de reuso
(na moradia, prédio, loja, escola, hospital, restaurante ou café ou supermercado ou outro tipo de comércio ou em uma prisão);
– Projeto de energia solar
(em uma moradia, prédio, loja, escola, hospital, restaurante ou café ou supermercado ou outro tipo de comércio; ou em uma prisão ou em uma cidade, condomínio, comunidade, vila ou fazenda, chácara etc.);
– Projeto de energia Eólica
(em uma cidade, condomínio, comunidade, vila ou fazenda, chácara, escola etc.);
– Projeto de Horta coletiva ou Horta escolar (Cultivo de alimentos pela comunidade ou pelos alunos);
– Projeto alternativo de abastecimento de água;
– Programa de limpeza, armazenamento e fornecimento de longo prazo de água potável para comunidades urbanas;
– Métodos baratos de armazenamento de água para comunidades carentes;
– Programa/ Projeto ou Ação de restauração ecológica;
– Soluções práticas que podem beneficiar o nosso clima;
– Identificar meios que impulsionem mudanças para um melhor uso da terra;
– Realizar estudo sobre o tema: ‘É possível aprender com métodos ancestrais de irrigação e adaptá-los aos tempos atuais?’;
– Como implementar métodos inovadores de irrigação?
– Realizar estudo sobre o tema: ‘É possível o Cultivo agrícola em meio à seca?’;
– Seu próprio projeto de restauração ambiental customizado;
– Juntando Ideias para a absorção, retenção e purificação da água da chuva;
(Definir o escopo: se em uma residência, escola, hospital, comunidade ou em uma cidade inteira).
– Como reduzir as emissões de metano na pecuária?
(Sugestão inicial de pesquisa: ver o exemplo da Nova Zelândia);
– Criando uma estratégia para conter a emissão de gases de efeito estufa;
– Como prevenir incêndios naturais?
– Como restringir a propagação de incêndios na natureza;
– Quais as Principais Medidas para a Prevenção e Combate a Incêndios?
– Quais são os métodos de controle e extinção do fogo?
– Criação de uma Oficina de Criação de objetos com materiais reaproveitados.
– Projeto de preparo de compostagem.
(Escopo a escolher – horta, chácara, fazenda, escola etc.);
– Projeto de carro elétrico com energia solar –
– Separação seletiva de lixo
(na moradia, num prédio, numa loja, num restaurante ou café ou supermercado ou outro tipo de comércio ou em uma prisão);
– Coleta seletiva de lixo
(em uma cidade, condomínio, comunidade ou vila);
– Uso inteligente da água
(na moradia, prédio, loja, escola, hospital, restaurante ou café ou supermercado ou outro tipo de comércio ou em uma prisão);
– Projeto de água de reuso
(na moradia, prédio, loja, escola, hospital, restaurante ou café ou supermercado ou outro tipo de comércio ou em uma prisão);
– Projeto de energia solar
(em uma moradia, prédio, loja, escola, hospital, restaurante ou café ou supermercado ou outro tipo de comércio; ou em uma prisão ou em uma cidade, condomínio, comunidade, vila ou fazenda, chácara etc);
– Projeto de energia Éolica
(em uma cidade, condomínio, comunidade, vila ou fazenda, chácara, escola etc.);
– Projeto de energia Geotérmica
Sugestão: Pesquisar sobre o uso da energia geotérmica na Islândia.
– Projeto de horta coletiva;
– Projeto alternativo de abastecimento de água;
– Programa de limpeza, armazenamento e fornecimento de longo prazo de água potável para comunidades urbanas;
– Métodos baratos de armazenamento de água para comunidades carentes;
– Programa/ Projeto ou Ação de restauração ecológica;
– Soluções práticas que podem beneficiar o nosso clima;
– Identificar meios que impulsionem mudanças para um melhor uso da terra;
– Realizar estudo sobre o tema: ‘É possível aprender com métodos ancestrais de irrigação e adaptá-los aos tempos atuais?‘;
– Como implementar métodos inovadores de irrigação?
– Realizar estudo sobre o tema: ‘É possível o Cultivo agrícola em meio à seca?’;
– Seu próprio projeto de restauração ambiental customizado;
– Juntando Ideias para a absorção, retenção e purificação da água da chuva;
(Definir o escopo: se em uma residência, escola, hospital, comunidade ou em uma cidade inteira).
– Como reduzir as emissões de metano na pecuária?
(Sugestão inicial de pesquisa: ver o exemplo da Nova Zelândia).;
– Criando um estratégia para conter a emissão de gases de efeito estufa;
– Como prevenir incêndios naturais?
– Como restringir a propagação de incêndios na natureza;
– Quais as Principais Medidas para a Prevenção e Combate a Incêndios?;
– Quais são os métodos de controle e extinção do fogo?;
Obs. Lembrar que, após a seleção de um determinado tema, o próximo passo envolverá leituras, reflexão e pesquisa sobre o tema escolhido.
Conectando Espiritualidade e Meio Ambiente
Um exemplo muito especial de um programa que conecta Espiritualidade e Meio Ambiente pode ser visto em: BK Environmental Commitment.
De acordo com o Compromisso Ambiental da Brahma Kumaris, as seis principais atitudes que fortalecem nossa abordagem ambiental são:
- Viver com Simplicidade – escolher uma dieta vegetariana/à base de plantas, usar utilidades e recursos de forma consciente, minimizar o desperdício e a poluição.
- Comprar com Compaixão – adquirir produtos locais e/ou serviços e produtos ambientalmente responsáveis, sempre que o orçamento permitir.
- Usar com Economia – utilizar produtos e recursos com cuidado, evitando desperdícios, sendo consciente dos ciclos de vida (Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar, Re-Terra [compostar]), fundamentado no respeito e na gratidão.
- Aprender Continuamente – compreender e melhorar nossa relação com a matéria; trabalhar em parceria com outras organizações, compartilhando boas práticas.
- Compartilhar Generosamente – disseminar informações para incentivar uma mentalidade de inclusão e reciprocidade em iniciativas e projetos.
- Não Deixar Rastros – deixar um lugar como você o encontrou, ou melhor do que o encontrou. Promover comportamentos responsáveis ao interagir com a natureza, garantindo que nossas atividades humanas deixem um impacto positivo no meio ambiente.

Nota final de agradecimento do autor
Obrigado por poder ver o verde das árvores.
Obrigado por poder escutar o canto dos pássaros.
Obrigado pelos oceanos, lagos e rios.
Obrigado pelas montanhas, planícies, planaltos e chapadas maravilhosas de nosso Brasil.
Obrigado pelo céu azulado,
pelas nuvens esparsas que me lembram anjos,
pelo sol que ilumina a tudo em nosso planeta e
pelas estrelas que nos lembra da grandiosidade do universo.
Obrigado por poder perceber o brilho que brilha nas árvores e nas flores.
Obrigado por poder apreciar o céu, os raios de sol, as montanhas, as estrelas, o mar e suas ondas.
Obrigado por toda a beleza que existe em nosso planeta.
Obrigado pela paz de espírito.
Obrigado Senhor,
Obrigado!
Notas e Links
Nota geral do autor:
Todas as atividades, tanto no site, quanto nos livros – em relação a todos os seus conteúdos, são executadas pessoalmente por mim, como gestor do site e autor dos livros. E isso envolve atividades como organização, preparação de conteúdo, escrever textos em geral, escrever posts, selecionar o que será ou não publicado, escolher as imagens dos posts, revisar os posts antes de publicá-los, escrever livros, revisá-los, fazer a arte das capas e contracapas e assim é, com as demais atividades relacionadas tanto aos posts, quanto aos livros.
Bem, isso implica em, de acordo com o período, focar em uma ou outra atividade, deixando alguma publicação sem a devida revisão e refinamento. Dito isso, peço a compreensão dos leitores por possíveis falhas.
Notas (ainda em processo de organização)
[1] – Imagem que ficou conhecida como Blue Marble (“O Mármore Azul”) . Uma das fotografias mais icônicas da Terra, feita por um astronauta do espaço. Foto tirada em dezembro de 1972 , durante a última missão tripulada da Nasa à Lua. A NASA credita a fotografia, tirada a uma distância de aproximadamente 45.000 km da Terra, a caminho da Lua, a toda a tripulação da Apollo 17.
Para ver a imagem em seu tamanho original visite o site: https://go.nasa.gov/3VDWmg1
[2] Radiação infravermelha: radiação relacionada ao calor. A radiação infravermelha pode ser emitida por qualquer objeto quente e pelo Sol ao emitir ondas com frequência abaixo da frequência da luz vermelha. Por isso o nome: infravermelho
[3] Hidrofluorocarbonetos (HFC)São compostos químicos constituídos por hidrogénio, flúor e hidrocarbonetos. Gases de refrigeração utilizados em aparelhos de ar-condicionado, extintores e como solventes.
Os perfluorocarbonetos (PFC) são compostos orgânicos formados apenas por átomos de carbono e flúor, com cadeias de até seis átomos de carbono.
[4][Nota 4] Artigo BBC – ‘As surpreendentes fontes de gases do efeito estufa‘
Link: https://www.bbc.com/future/article/20240402-the-surprising-sources-of-methane.
[5] Artigo BBC – ‘As surpreendentes fontes de gases do efeito estufa‘
Link: https://www.bbc.com/future/article/20240402-the-surprising-sources-of-methane.[1]BBC Innovation – https://www.bbc.com/innovation
[6] Global Energy Monitor – organização sem fins lucrativos que acompanha projetos de energia ao redor do mundo – https://globalenergymonitor.org e https://globalenergymonitor.org/wp-content/uploads/2023/03/GEM-LATAM-report-Portuguese.pdf
[7] Obra: Alice no País das Maravilhas de autoria de Lewis Carrol
[8] – Inspirado pelos estudos conduzidos por pesquisadores do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático (PIK)
Sobre o PIK:
Conforme consta na Wikipedia: Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático (em alemão: Potsdam-Institut für Klimafolgenforschung – PIK). O PIK é um Instituto dedicado a questões científicas nas áreas de mudanças globais, impactos climáticos e desenvolvimento sustentável. Classificado mundialmente entre os think tank de topo, é uma das instituições de pesquisa de liderança e parte de uma rede global de instituições científicas e acadêmicas trabalhando sobre questões ambientais. É um membro da Leibniz-Gemeinschaft, cujas instituições realizam pesquisas sobre assuntos de grande relevância à sociedade.foi fundado em 1992 por seu atual diretor, Hans Joachim Schellnhuber. Cerca de 400 pessoas trabalham no instituto, localizado no Telegrafenberg em Potsdam.[1]
[9] Sugestão de artigo da BBC para leitura – https://www.bbc.com/portuguese/brasil-60962619 e leitura dos textos https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2024/10/11/chuvas-nao-estao-sendo-suficientes-para-repor-volume-de-agua-do-aquifero-guarani-diz-estudo.ghtml# e https://educacao.uol.com.br/disciplinas/geografia/aquifero-guarani-aguas-subterraneas-tambem-estao-em-risco.htm#:~:text=Com%20a%20poluição%20das%20águas,reposição%20natural%20que%20eles%20têm.
[10] [Nota 10] – https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-exatas-e-da-terra/aerossois-poluentes-interferem-na-atmosfera-no-clima-e-saude/
[11] [Nota11}: Cinzas de vulcão param aviões em toda a Europa – https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/04/100417_vulcaosabebc
[12] O site do Instituto Potsdam é – https://www.pik-potsdam.de/en
[13] Europol – Agência da União Europeia para a Cooperação Policial
https://european-union.europa.eu/institutions-law-budget/institutions-and-bodies/search-all-eu-institutions-and-bodies/europol_pt
Segundo estimativas da Europol ( Agência da União Europeia para a Cooperação Policial), o crime ambiental gera anualmente entre 110 bilhões e 280 bilhões de dólares em lucros ilícitos(1).
[14] Esse tipo de conversão energética é realizado pelas chamadas células fotovoltaicas que faz com que os raios de sol interajam com os átomos dos painéis coletores solares, gerando incialmente corrente elétrica fotovoltaica que é uma corrente contínua (DC). Por meio de inversores a corrente contínua é transformada em alternada.
[[15] Massa atômica do hidrogênio: ‘1 g/mol
[[16] O conceito “Pense globalmente, aja localmente” tem sido utilizado amplamente em vários contextos e sua criação tem sido atribuída a uma série de autores, dentre eles, Patrick Geddes, biólogo escocês, sociólogo e pioneiro do planejamento urbano, em seu livro ‘Cities in Evolution’ de 1915.
Links ainda a serem reorganizados:
[Nota sobre Aquíferos]: https://ciclovivo.com.br/planeta/meio-ambiente/13-dos-aquiferos-do-planeta-estao-ameacados/
Artigo da BBC: ‘As surpreendentes fontes de gases do efeito estufa‘
[Nota sobre o PH] Os valores de 6 a 7 representam uma água neutra, não causam efeitos nocivos para a saúde, mas também não proporcionam benefícios. O pH ideal para a nossa saúde é acima de 7. O pH de 7 a 10 significa que a água é alcalina, que é a água ideal para a nossa saúde.
[Nota sobre aerossóis poluentes
[Nota] – https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-exatas-e-da-terra/aerossois-poluentes-interferem-na-atmosfera-no-clima-e-saude/
[Nota}: Cinzas de vulcão param aviões em toda a Europa – https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2010/04/100417_vulcaosabebc
Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático (PIK).
Artigos-fontes que inspiraram o subcapítulo ‘Temas Relevantes’:
– https://www.pik-potsdam.de/en/output/infodesk/planetary-boundaries
– https://www.pik-potsdam.de/en/news/latest-news/earth-exceed-safe-limits-first-planetary-health-check-issues-red-alert – Importante estudo liderado pelo cientista Johan Rockström do Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK)
PARTE 5
Placas fotovoltaicas [Nota]
Essa conversão é realizada pelas chamadas células fotovoltaicas que faz com que os raios de sol interajam com os átomos dos painéis coletores solares, gerando incialmente corrente elétrica fotovoltaica que é uma corrente contínua (DC). Por meio de inversores a corrente contínua é transformada em alternada.
[Nota] Massa atômica do hidrogênio: ‘1 g/mol
PARTE 6, 7 e 8 – Sem notas
Notas ainda a serem realocadas:
[Nota sobre Crimes Ambientais] -Fonte: https://www.dw.com/pt-br/o-negócio-multimilionário-dos-crimes-ambientais/a-63483311#:~:text=A%20Interpol%20estima%20que%20organizações,mais%20brutal%20é%20o%20negócio.&text=%22A%20brutalidade%20e%20o%20lucro,ambiental%20são%20difíceis%20de%20imaginar.
Part 9:
LINKS de sites visitados e alguns dos textos lidos
para a confecção do minilivro ‘A Ambientalista’
BBC BBC
https://www.bbc.com/reel/topic/climate-solutions
https://www.bbc.com/future/article/20240815-floridas-everglades-reservoir-will-clean-the-states-water
https://www.bbc.com/reel/video/p0jrhh0p/iceland-s-high-tech-farm-turning-algae-into-food
https://www.bbc.com/future/article/20240708-the-women-fighting-drought-in-mexico
https://www.bbc.com/future/article/20240805-how-ancient-rice-terraces-inspire-flood-resilience-in-asian-cities
https://www.bbc.com/future/article/20231214-how-new-zealand-is-reducing-methane-emissions-from-farming
https://environment.govt.nz/publications/aotearoa-new-zealands-first-emissions-reduction-plan/#table-of-actions
https://www.bbc.com/future/article/20231214-how-new-zealand-is-reducing-methane-emissions-from-farming
https://bbc.com/future/article/20240402-the-surprising-sources-of-methane
Outras leituras recomendadas:
Laudato si – encíclica do Papa Francisco que trata do Ambiente e desenvolvimento sustentável. A encíclica nos remete a refletir sobre sobre ‘o cuidado da casa comum’. Vale a pena ser lida, seu conteúdo é riquíssimo.
Livro: Gaia: O Planeta Vivo – (Por um caminho suave) – José Lutzenberger (Autor)
https://hccenergiasolar.com.br/conheca-os-principais-tipos-de-producao-de-energia-eletrica/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Energia_solar
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/energia-solar.htm
———
Sugestões de sites que dão atenção ao Meio Ambiente:
IEA – International Energy Agency (IEA)
https://www.iea.org/topics/climate-change
Organizações listadas no site da IEA
African Union, APEC, ASEAN, Asian Development Bank, G7, G20, International Energy Forum, IRENA, OPEC, UNFCCC, BioFuture Platform, Mission Innovation, Energy Efficiency Hub, RETA, GEF Global E-Mobility Programme
Energy Data Centre (EDC) online training
———
Sugestões de bons programas de televisão que dão atenção ao Meio Ambiente:
Cidades e Soluções – programa da Globo News
Hora de Agir – Canal Futura
Planeta Energia – Canal: Discovery Science – Série de TV que explora inovações no setor de energia.

Palavras finais do autor:
Como autor de A Ambientalista, entendi meu papel como o de mergulhar nos temas, selecionar o que considero essencial e, com dedicação e respeito, dar forma a uma narrativa que inspirassereflexão e ação.
Pesquisei, organizei e escrevi com o desejo sincero de contribuir — ainda que modestamente — para a construção de um olhar mais consciente sobre o nosso planeta.
Espero que este minilivro seja útil em nossa caminhada coletiva rumo a um mundo mais equilibrado, justo e sustentável.
H. S. Silva
Série de Minilivros: ‘Ouvindo as Estrelas’

A série Ouvindo as Estrelas convida o leitor a acompanhar os encontros transformadores vividos por Ferhélin, uma jovem cientista brasileira, durante sua jornada pelas terras canadenses. Cada minilivro revela um episódio singular dessa jornada — histórias independentes, mas entrelaçadas pelo fio condutor da protagonista e pela essência da série: o despertar da consciência por meio da escuta profunda.
Em sua jornada pelas terras canadenses — especialmente entre os cenários majestosos das Montanhas Rochosas — ela vive encontros sutis e transformadores que a conduzem a uma nova forma de ver o mundo.
Cada minilivro é uma travessia entre paisagens externas e descobertas internas. A magia da natureza se entrelaça com reflexões profundas, revelações inesperadas e aprendizados que transcendem a lógica e que tocam o espírito.
Ao longo da série, Ferhélin aprende a ouvir o que não se diz, a perceber o que não é aparente e a integrar ciência e espiritualidade com leveza e sabedoria. Essas experiências, compartilhadas com o leitor em linguagem acessível e poética, revelam que há estrelas que só se escutam com o coração atento.
Sobre a série Ouvindo as Estrelas
— Uma Jornada de Consciência e Encantamento
Ferhélin nasceu no interior paulista, no Sudeste do Brasil. Graduada em Física e especializada em Mecânica Quântica, atua como professora e pesquisadora há mais de seis anos. À época dos encontros narrados, estava prestes a completar 30 anos — uma mulher de presença serena, olhos e cabelos castanhos na altura dos ombros, cuja trajetória reflete o equilíbrio entre corpo, mente e espírito.
Desde a infância, aprendeu que as artes, os esportes, o conhecimento e a espiritualidade deveriam caminhar juntos. Apaixonada por música, literatura e artes visuais, também encontrou na natação e nas caminhadas momentos de reflexão e conexão interior. No campo do saber, nutriu amor pela matemática e pela física, áreas que escolheu como profissão. A espiritualidade sempre esteve presente, cultivada por seus pais cristãos praticantes, que lhe ensinaram a valorizar o bem acima das crenças.
Foi após a publicação de um artigo científico internacional que Ferhélin recebeu um convite para apresentar seu trabalho em um congresso no Canadá. Aceitou — e foi a partir dessa viagem que os encontros narrados na série começaram a acontecer.
Grande parte das histórias se desenrola nas majestosas Montanhas Rochosas, cujas paisagens deslumbrantes se tornam palco de descobertas, revelações e aprendizados. É nesse cenário mágico que ciência e espiritualidade se entrelaçam, oferecendo a Ferhélin novas formas de compreender o mundo, as pessoas e a si mesma.
Cada minilivro é como uma faceta de um pequeno diamante — reflexos de saberes que se revelam quando começamos a respeitar e amar o planeta, seus ecossistemas e a vida que pulsa em cada canto. Os temas abordados vão desde questões ambientais e energéticas até reflexões sobre ética, espiritualidade e práticas cotidianas de transformação.
Ao ouvir as estrelas, o leitor é convidado a escutar também
MINILIVROS da série ‘OUVINDO AS ESTRELAS’.
Autor: H. S. Silva
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